Dois diretores do BC deixam cargos e governo ainda não indica substitutos

Exonerações afetam composição do Copom em janeiro; executivos vão estudar no exterior para cumprir quarentena.

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Publicado em 24/12/2025 às 12:38h - Atualizado Agora Publicado em 24/12/2025 às 12:38h Atualizado Agora por Wesley Santana
Atual formação do BC está em vigor desde o começo de 2024 (Imagem: Reprodução/BC)
Atual formação do BC está em vigor desde o começo de 2024 (Imagem: Reprodução/BC)

O mandato de dois diretores do Banco Central termina no próximo dia 31 de dezembro.  A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (24) em edição do Diário Oficial da União.

Indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Diogo Guillen (diretor de política econômica) e Renato Gomes (organização do sistema financeiro e resolução) terminam um período de quatro anos na autarquia e não devem ser reconduzidos ao cargo. O governo federal ainda não indicou os nomes que devem substituílos. 

Com isso, a primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que vai definir o primeiro movimento dos juros no ano, pode contar com dois votos a menos. O evento está marcado para os dias 27 e 28 de janeiro de 2026, conforme cronograma do BC. 

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De acordo com regra da legislação brasileira, depois de indicados pelo presidente da República, os novos diretores do BC devem ser aprovados pelo Senado, como aconteceu com o presidente Gabriel Galípolo. Eles passam por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos e, depois, seus nomes são enviados para análise do plenário da Casa, o que não deve acontecer nas próximas semanas, dado o recesso parlamentar. 

Eles até poderiam permanecer no cargo até que outros nomes fossem indicados, mas decidiram pedir exoneração no fim do mandato. Por isso, a partir de 1º de janeiro já não fazem mais parte do colegiado monetário. 

Quais são os planos dos diretores?

De acordo com o portal Platô, os diretores já estão fazendo seus planos para depois da exoneração. Antes de pensarem em atuar na iniciativa privada, eles devem passar por uma quarentena de seis meses. 

Guillen deve viajar aos Estados Unidos para atuar como pesquisador na Universidade de Stanford, no Vale do Silício. Ele deve estudar o regime de metas da inflação do Brasil desde 1999.

Já Gomes deve ir para a França, para a Universidade de Toulouse, com o objetivo de investigar os impactos das plataformas digitais no sistema bancário brasileiro.

Esse é um expediente bastante comum para quem deixa o BC, já que não pode desenvolver atividades em empresas durante a quarentena. Foi o caso do ex-presidente Roberto Campos Neto, que, após o período, foi contratado como diretor do Nubank.