Dividendos da Cosan (CSAN3) ameaçados: Veja o que muda após aumento de capital
Companhia detalha planos para desalavancagem e redução de dívida após captação de R$ 10 bilhões.

Anunciada a sua capitalização, agora a Cosan (CSAN3) tem a missão de dizer a seus investidores como ficarão os proventos nos próximos trimestres. No contexto do aumento de capital, os repasses podem ficar cada vez mais tímidos, o que mexe diretamente com o apetite dos investidores em relação aos papéis da companhia.
Os executivos da companhia foram questionados sobre isso nesta segunda-feira (22), durante teleconferência com analistas de bancos de investimentos. Eles destacaram que os próximos pagamentos de dividendos devem considerar temas importantes, como a estrutura de capital, o momento macroeconômico do país e o nível da taxa básica de juros.
“Essas são questões determinantes para capacidade ou não da holding de distribuir dividendos. É óbvio que ninguém vai ter o racional de ficar empoçando caixa na companhia. Sendo bem-sucedido no processo de desalavancagem, acredito que os sócios vão olhar e discutir sobre o tema, mas dada a jornada, estamos longe disso”, disse o CFO da Cosan, Rodrigo Araujo.
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O principal desafio da Cosan hoje é controlar a dívida líquida, fazendo com que ela convirja para dentro de um percentual relevante. Os analistas da XP Investimentos destacam que o montante vai cair de R$ 23,7 bilhões para R$ 13,7 bi depois do aporte anunciado.
“O aumento de capital visa diretamente melhorar a estrutura de capital da holding. Assim, os recursos serão usados para pagar a dívida da holding, com prioridade para os instrumentos mais caros”, escreveram eles. “Após a injeção de capital, a dívida da Cosan será reduzida para R$ 13,7 bilhões (de R$ 23,7 bilhões no 2T25), incluindo R$ 6,2 bilhões em valor de resgate de ações preferenciais, antes de contabilizar o consumo de caixa contínuo da holding. A intenção da Cosan é, eventualmente, reduzir a zero sua dívida fiscalmente ineficiente”, completaram.
Neste domingo, a companhia anunciou um aumento de capital da cifra de R$ 10 bilhões, que será viabilizado com ofertas do BTG Pactual e do fundo de investimentos Perfin. Cada ação emitida terá o valor de R$ 5, abaixo do patamar de fechamento da última sexta, antes da divulgação do acordo.
Os investidores reagiram da pior maneira possível, fazendo com que a companhia encerrasse nesta segunda (22) com um prejuízo de quase 20%. As ações começaram o pregão acima de R$ 7,60, mas em alguns momentos do dia foram negociadas em R$ 5,70.

CSAN3
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