Copom observa indícios de desaceleração na atividade econômica; entenda

O comitê é unânime sobre cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões

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Publicado em 06/02/2024 às 10:39h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 06/02/2024 às 10:39h Atualizado 3 meses atrás por Jennifer Neves
Banco Central - Shutterstock
Banco Central - Shutterstock

🏦 A inflação ao consumidor no Brasil segue uma trajetória esperada de desaceleração, enquanto a atividade econômica doméstica continua desacelerando, conforme previsto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. No entanto, a ata do Copom publicada nesta terça-feira (6), afirma que há indicativos que nos próximos meses a desaceleração pode ser suavizada, mas com uma abordagem cautelosa.

Na semana passada, o Copom optou por manter o ritmo de corte de 50 pontos-base na taxa Selic, que foi reduzida de 11,75% para 11,25% ao ano.

O documento ressalta que a elevação da renda das famílias, reflexo do aumento do salário-mínimo, de benefícios sociais e de um mercado de trabalho mais resiliente, pode impactar o ritmo da atividade econômica.

Apesar disso, todos os membros do Comitê concordam que o cenário principal continua sendo de desaceleração gradual do crescimento econômico, com consumo das famílias resiliente e menor dinamismo nos investimentos. Os dados divulgados desde a última reunião reforçam esse cenário, sem alterações substanciais.

Cenário externo

Em relação ao cenário externo, a conjuntura internacional permanece volátil, com tensões geopolíticas renovadas e discussões sobre a flexibilização da política monetária nas principais economias. No entanto, o Copom ressalta que não há uma relação direta entre a política monetária dos Estados Unidos e a taxa básica de juros doméstica.

O Copom reconhece melhorias no quadro inflacionário, mas destaca a importância de manter uma abordagem prudente, especialmente nos países emergentes.

Com relação às expectativas de inflação, o Copom está preocupado com sua desancoragem e enfatiza a necessidade de uma atuação firme da autoridade monetária para fortalecer a credibilidade das instituições e dos arcabouços fiscal e monetário.

Novos cortes de 0,5 p.p.

Os membros do Copom concordam em unanimidade com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, considerando esse ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de desinflação.

Diante desse contexto, o Comitê destaca a importância de manter uma política monetária contracionista até que o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas se consolide.