Como funciona o COE, foco de relatório contra a XP (XPBR31)?

Ativo está disponível em outras corretoras.

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Publicado em 18/03/2025 às 16:27h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 18/03/2025 às 16:27h Atualizado 9 horas atrás por Wesley Santana
XP é uma das principais distribuidoras de COE do Brasil (Imagem: Shutterstock)
XP é uma das principais distribuidoras de COE do Brasil (Imagem: Shutterstock)

Imagina que você tem uma empresa e encontra uma maneira dentro da lei de pagar menos impostos. É mais ou menos assim que funciona o COE (Certificado de Operações Estruturadas) vendido por corretoras de investimentos aos seus consumidores.

💰 Na prática, esse ativo financeiro junta títulos de renda fixa e produtos de renda variável para entregar uma porcentagem de rendimento aos investidores. Essa pode ser considerada a versão brasileira das Notas Estruturadas, que são bastante vendidas nos Estados Unidos e na Europa.

Os COEs estão disponíveis no país desde 2016, quando as corretoras -especialmente a XP Investimentos (XPBR31)- passaram a distribuir os produtos. Eles têm bastante adesão do público porque as empresas fazem campanhas de marketing massivas para atrair esses consumidores.

No geral, os COEs são emitidos com uma duração longa, que é uma característica da renda fixa, podendo chegar a até cinco anos. Além disso, eles carregam baixa liquidez, o que dificulta o resgate antes do vencimentos, diferente de um CDB, por exemplo.

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Embora seja um título bastante popular, a estrutura dos COEs é criticada principalmente pelos planejadores financeiros. Segundo eles, os produtos de renda fixa entregam uma rentabilidade bem próxima destes produtos sem a necessidade de incluir itens de alta volatilidade, caso dos derivativos, por exemplo.

Além disso, há também uma crítica que permeia a oferta desses produtos que não são tão vantajosos para os investidores. As comissões recebidas pela venda deles, no entanto, chama a atenção de qualquer profissional que atua na sugestão de produtos.

Para as corretoras, é um importante produto financeiro porque elas conseguem pagar 15% de imposto via esse ativo. Como instituição financeira, elas deveriam pagar 40%.

Mas qual é a polêmica?

Na semana passada, a Grizzly Research classificou os COEs como um esquema de pirâmides da XP Investimentos. Em relatório, a casa de análises norte-americana disse que supostamente a instituição financeira dependia da venda de COEs para registrar resultados.

A reação do mercado ao relatório foi quase que imediata, com as ações da XP caindo mais de 6% na bolsa de valores. A empresa brasileira, no entanto, veio a público e disse que o relatório da Grizzly se tratava de uma “notícia falsa” e que não considerava o cenário tributário brasileiro.

“O resultado das suas carteiras é fruto da atuação da XP em diversos mercados e instrumentos nos quais a companhia tem uma participação significativa, especialmente, a remuneração por serviços de formação de mercado e liquidez em diversos segmentos de indústria financeira, cobrindo tanto investidores do varejo quanto clientes corporativos e institucionais”, afirma a XP.

A empresa de Benchimol também prometeu tomar medidas cabíveis contra a casa de análise dos EUA. “A XP reforça seu comprometimento com a ética, a transparência, a conformidade regulatória, a governança e o cumprimento da lei”, diz o comunicado da companhia.

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XPBR31

XP Investimentos
Cotação

R$ 86,65

Variação (12M)

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Margem Líquida

60,80 %

DY

4,69 %

P/L

9,26

P/VP

2,32