Ciro Nogueira diz que pela direita só há duas opções: Tarcisio ou Ratinho

Ala conservadora se movimenta para colocar algum candidato viável no lugar de Bolsonaro que não pode disputar as eleições.

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Publicado em 05/10/2025 às 10:25h - Atualizado Agora Publicado em 05/10/2025 às 10:25h Atualizado Agora por Wesley Santana
Palácio do Planalto é a sede do governo federal (Imagem: Shutterstock)
Palácio do Planalto é a sede do governo federal (Imagem: Shutterstock)

Enquanto o jogo das eleições de 2026 começa a se desenrolar, ainda não se sabe quem será o candidato da direita a disputar o Palácio do Planalto. O nome mais indicado seria o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ele está inelegível e cumpre prisão domiciliar. 

Por isso, há uma movimentação para saber quem vai ser o principal candidato a disputar o pleito contra o presidente Lula. Na análise de Ciro Nogueira (PP), só há duas opções: os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou Ratinho Júnior (PSD), segundo entrevista dada ao jornal O Globo.

“Se fosse hoje, vejo dois candidatos viáveis: Tarcísio e Ratinho Júnior. Eles têm metade da rejeição do Bolsonaro e quase 40% de desconhecimento, o que é potencial de crescimento. Mas só têm viabilidade com o apoio do presidente Bolsonaro”, destacou.

Apesar disso, ele pontua que Bolsonaro é quem deve indicar publicamente o nome para ser seu sucessor. A passagem de bastão deve servir também para transferência de votos.

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“Acredito que ele já decidiu. Defendo que comunique isso em dezembro para ser anunciado em janeiro. Quem vai ser, só ele sabe. Eu imagino, mas quem tem legitimidade e autoridade para dizer é ele ou o Flávio (um dos filhos) ou até a Michelle (ex-primeira-dama), que tem contato direto com ele”

Durante a entrevista, Nogueira também falou sobre o desembarque da federação do governo Lula. Esse foi um motivo de disputa, que levou o ministro do Turismo, Celso Sabino, a passar por um processo de expulsão. 

“Tenho um carinho enorme pelo Lula, principalmente pelo que fez nos dois primeiros mandatos, mas não tem sentido. Não vai acontecer nenhuma conversa minha com ele antes de deixar o governo. Já tomamos a decisão de não estar com o presidente em 2026”, destacou.

Perguntado sobre o aumento na avaliação do governo Lula, o parlamentar diz que a direita errou ao defender as tarifas impostas por Donald Trump. 

“Há três meses ele era um candidato inviável, mas por conta da narrativa sobre o tarifaço, colocada de forma equivocada, ele se beneficiou. O Lula é um candidato sem perspectiva, um presidente que olha só para trás. O programa mais novo do governo é o próprio Lula. Novo Bolsa Família, novo Minha Casa Minha Vida… Tudo velho. Ele voltou com o perfil de Chávez, não de Mandela. A volta dele foi um erro, como foi a volta de Getulio”, continuou. 

Tarcísio de olho em SP?

Enquanto muito se fala sobre o nome do governador paulista para comandar Brasília, ele prefere manter distância. Nesta semana, Tarcisio sinalizou que vai tentar se reeleger em SP em 2026.

Como parte deste plano, nesta semana, ele reuniu um grupo de 56 deputados da base aliada para um jantar. No Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo de SP,  ele prometeu ajudar os parlamentares na eleição, citando uma eventual dívida com eles. 

Segundo fontes que estiveram no evento, o governador entende que parte de sua avaliação positiva se deve ao trabalho da Assembleia Legislativa. Em agosto, 66% dos paulistas aprovavam o governo de Tarcísio, conforme levantamento da Paraná Pesquisas.