Cade acende sinal amarelo para fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi; entenda
A fusão se dá em um contexto de crescimento acelerado do setor pet no Brasil, que movimenta cerca de R$ 57 bilhões por ano.

🚨 A proposta de fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi, duas das maiores redes de varejo pet do Brasil, entrou na mira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em nota técnica divulgada nesta terça-feira (27), o órgão recomendou aprofundar a investigação sobre a operação, diante do risco de concentração excessiva no varejo físico, com possíveis prejuízos à concorrência em centenas de mercados locais.
O parecer técnico aumentou a pressão sobre a operação anunciada em agosto de 2024, na qual a Cobasi incorpora a Petz, com pagamento de R$ 400 milhões aos acionistas da companhia incorporada — R$ 130 milhões já quitados.
A nova empresa nasceria com controle pulverizado: os investidores da Petz ficariam com 52,6% da companhia combinada e os da Cobasi, com 47,4%. A análise do Cade, porém, acende um alerta para a viabilidade do negócio.
Cade alerta para concentração acima de 50% em oito regiões
Para avaliar o impacto da fusão, o Cade utilizou uma metodologia baseada em isócronas — mapeamentos que delimitam a área de influência de uma loja com base no tempo de deslocamento de carro, entre 10 e 15 minutos.
Essa abordagem permite identificar se os consumidores terão opções viáveis de concorrência em seus arredores após a fusão. O resultado preocupa:
- Em mais de 70% dos mercados locais avaliados (491 ao todo), a nova companhia teria mais de 20% de market share, patamar considerado crítico;
- Em oito regiões, o índice ultrapassaria 50% de participação, indicando potencial monopólio regional.
A nota técnica ainda aponta que, embora pet shops de pequeno porte consigam se manter no mercado, a entrada de novos players médios e grandes vem diminuindo, o que reduz a pressão competitiva.
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Petlove e rivais temem poder excessivo
Empresas do setor, como a Petlove, já demonstraram oposição à fusão, alegando que a união Petz-Cobasi pode criar um player dominante com força suficiente para ditar preços a fornecedores e limitar a atuação de concorrentes, tanto no varejo físico quanto no e-commerce.
A fusão se dá em um contexto de crescimento acelerado do setor pet no Brasil, que movimenta cerca de R$ 57 bilhões por ano, com expectativa de avanço contínuo devido à mudança de hábitos de consumo e à humanização dos animais de estimação.
BTG mantém cautela com PETZ3 diante da incerteza regulatória
Em relatório divulgado nesta terça-feira (27), o BTG Pactual (BPAC11) manteve recomendação neutra para PETZ3, atualmente cotada a R$ 4,30, com preço-alvo de R$ 5,00.
O banco avalia que, embora a fusão prometa sinergias operacionais e ganhos de escala, o cenário regulatório e competitivo exige prudência.
Segundo o BTG, a empresa está precificada a 25 vezes o lucro projetado para 2025, múltiplo considerado elevado, sobretudo num ambiente dominado por players como Mercado Livre (MELI34) e Amazon (AMZO34), que disputam cada vez mais o consumidor pet.
“Acreditamos que as ações devem continuar sendo influenciadas por notícias sobre o acordo. A aprovação definitiva do Cade só deve ocorrer no segundo semestre de 2025”, destaca o relatório.
O processo segue em rito ordinário, exigindo análise aprofundada e possível imposição de remédios concorrenciais. Entre as medidas que o Cade pode sugerir estão:
- Venda de lojas em áreas onde há concentração excessiva;
- Restrição a determinadas práticas comerciais;
- Limitação de atuação em regiões específicas.
📊 Enquanto isso, as ações PETZ3 recuaram mais de 4% na B3 nesta terça-feira, refletindo a incerteza regulatória.

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