Braskem (BRKM5) com risco de calote? Veja por que empresa afunda na B3
S&P e Fitch rebaixaram rating da Braskem, pelo elevado risco de reestruturação.

A Braskem (BRKM5) figura mais uma vez entre as maiores baixas da bolsa nesta segunda-feira (29). É que duas das principais agências de classificação de risco do mundo cortaram novamente o rating da companhia, devido ao crescente risco de uma reestruturação -ou até de calote.
📉 S&P e Fitch rebaixaram o rating da Braskem na última sexta-feira (26), depois que a companhia anunciou a contratação de assessores financeiros e jurídicos para auxiliar na "elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital".
Para a S&P, a medida "indica uma probabilidade maior de reestruturação da dívida". A agência acredita, então, que "há uma probabilidade elevada de uma reestruturação da dívida nos próximos seis meses", devido às condições desafiadoras do setor e à alta alavancagem da empresa.
"Considerando as atuais condições desafiadoras do setor, a alta alavancagem sustentada da empresa e o enfraquecimento da posição de liquidez, avaliamos que há uma probabilidade maior de que a Braskem inicie negociações para uma reestruturação da dívida no curto prazo", afirmou a S&P.
⚠️ A Fitch vai na mesma linha e fala até em risco de calote. Para a agência, a contratação dos assessores "ressalta o perfil financeiro estressado, o que aumenta a probabilidade de inadimplência ou reestruturação da dívida no curto e médio prazo".
"O cenário-base da Fitch indica que a empresa já pode não ter caixa suficiente no próximo ano para lidar com os vencimentos de 2028", alertou, explicando que os spreads petroquímicos devem seguir em baixa até 2028.
O setor petroquímico vem sofrendo com baixa demanda, excesso de oferta e consequentes preços baixos. Por isso, a Braskem acumulou uma dívida bilionária nos últimos anos e agora busca uma forma de reestruturar o seu capital. O movimento, contudo, pesa sobre as ações da empresa.
Na sexta-feira (26), a Braskem afundou 14% na B3. E, nesta segunda-feira (29), caía 1,99% às 14h32.
Rating
Diante dessa avaliação, a S&P revisou o rating da Braskem pela quarta vez neste ano. Desta vez, cortando a nota de B+ para CCC-, o que indica um grau especulativo, em que a empresa é altamente vulnerável e dependente de condições favoráveis para cumprir suas obrigações financeiras.
🔎 A agência ainda atribuiu uma perspectiva negativa a essa nota, para deixar claro o "potencial de rebaixamento nos próximos seis meses caso a Braskem anuncie um processo de reestruturação de dívida". E avisou que consideraria este cenário equivalente a um "default", ou seja, um calote ou inadimplência.
Já a Fitch cortou o rating da Braskem de BB- para CCC+, na terceira revisão do ano. Também no grau especulativo, é uma classificação que aponta para um risco de crédito substancial, devido a uma margem de segurança muito baixa e à possibilidade real de inadimplência.
BTG vê risco de diluição
Para além da desvalorização na bolsa, os acionistas da Braskem ainda correm o risco de diluição, segundo análise do BTG Pactual.
O banco avalia que uma forma de a companhia reestruturar o seu capital seria por meio da conversão de dívida em ações ou estruturas alternativas, como títulos conversíveis ou empréstimos com garantia.
"O risco de diluição está agora firmemente em pauta e, com alternativas limitadas, a perspectiva para os atuais acionistas parece cada vez mais pressionada", alertou.
Crise pode respingar na Petrobras
Vale lembrar que a Petrobras (PETR4) é a uma das principais acionistas da Braskem, com uma fatia de 36,1%.
O BTG Pactual diz, então, que a Petrobras pode ter que injetar recursos na Braskem caso queira manter essa participação em uma eventual conversão de dívida em ações, o que poderia levar a uma redução dos dividendos pagos pela estatal.
"A Petrobras precisaria espelhar continuamente qualquer conversão de dívida com novo capital para preservar sua participação, o que pesaria diretamente no retorno aos acionistas", explicou o BTG.
Veja aqui a simulação do BTG para o DY da Petrobras neste cenário

BRKM5
BRASKEMR$ 6,88
-66,13 %
-7,47 %
0%
0.94
-1,44

Como a crise da Braskem pode afetar os dividendos da Petrobras, segundo o BTG
Como uma das principais acionistas da Braskem, Petrobras poderia entrar em uma eventual reestruturação.

Braskem (BRKM5) desaba 10% após contratar assessores para reestruturar dívidas
UBS corta preço-alvo e alerta para pressão no caixa até 2028; ticker perde 38% só em 2025

Braskem (BRKM5) avalia reestruturação de subsidiária no México
A Braskem Idesa busca formas de reforçar sua estrutura de capital e condições de liquidez.

Braskem (BRKM5): O que diz a empresa sobre as negociações de fatia?
A Novonor respondeu que não havia fato novo relevante, motivo pelo qual não houve divulgação adicional.

Braskem (BRKM5): S&P rebaixa nota de crédito de “BB” para “BB-"
A decisão da agência está ligada às incertezas que ainda pressionam os spreads do setor petroquímico.

Braskem (BRKM5) sobe com Tanure no páreo e negociações com Novonor no radar
Mais cedo, a empresa comunicou que a Novonor segue em tratativas com o fundo Petroquímica Verde, controlado por Tanure.

Tanure ameaça desistir da Braskem (BRKM5) sem acordo sobre desastre em Alagoas
A situação envolve questões jurídicas, ambientais e financeiras que seguem sem solução a poucos dias do fim do prazo de exclusividade para a negociação.

Braskem (BRKM5) reduz prejuízo para R$ 267 milhões no 2T25
A receita líquida chegou a R$ 17,857 bilhões, com recuo de 6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.