Braskem (BRKM5) com risco de calote? Veja por que empresa afunda na B3

S&P e Fitch rebaixaram rating da Braskem, pelo elevado risco de reestruturação.

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Publicado em 29/09/2025 às 14:34h - Atualizado Agora Publicado em 29/09/2025 às 14:34h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Braskem avalia medidas para otimizar sua estrutura de capital (Imagem: Shutterstock)
Braskem avalia medidas para otimizar sua estrutura de capital (Imagem: Shutterstock)

A Braskem (BRKM5) figura mais uma vez entre as maiores baixas da bolsa nesta segunda-feira (29). É que duas das principais agências de classificação de risco do mundo cortaram novamente o rating da companhia, devido ao crescente risco de uma reestruturação -ou até de calote.

📉 S&P e Fitch rebaixaram o rating da Braskem na última sexta-feira (26), depois que a companhia anunciou a contratação de assessores financeiros e jurídicos para auxiliar na "elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital".

Para a S&P, a medida "indica uma probabilidade maior de reestruturação da dívida". A agência acredita, então, que "há uma probabilidade elevada de uma reestruturação da dívida nos próximos seis meses", devido às condições desafiadoras do setor e à alta alavancagem da empresa.

"Considerando as atuais condições desafiadoras do setor, a alta alavancagem sustentada da empresa e o enfraquecimento da posição de liquidez, avaliamos que há uma probabilidade maior de que a Braskem inicie negociações para uma reestruturação da dívida no curto prazo", afirmou a S&P.

⚠️ A Fitch vai na mesma linha e fala até em risco de calote. Para a agência, a contratação dos assessores "ressalta o perfil financeiro estressado, o que aumenta a probabilidade de inadimplência ou reestruturação da dívida no curto e médio prazo".

"O cenário-base da Fitch indica que a empresa já pode não ter caixa suficiente no próximo ano para lidar com os vencimentos de 2028", alertou, explicando que os spreads petroquímicos devem seguir em baixa até 2028.

O setor petroquímico vem sofrendo com baixa demanda, excesso de oferta e consequentes preços baixos. Por isso, a Braskem acumulou uma dívida bilionária nos últimos anos e agora busca uma forma de reestruturar o seu capital. O movimento, contudo, pesa sobre as ações da empresa.

Na sexta-feira (26), a Braskem afundou 14% na B3. E, nesta segunda-feira (29), caía 1,99% às 14h32.

Rating

Diante dessa avaliação, a S&P revisou o rating da Braskem pela quarta vez neste ano. Desta vez, cortando a nota de B+ para CCC-, o que indica um grau especulativo, em que a empresa é altamente vulnerável e dependente de condições favoráveis para cumprir suas obrigações financeiras.

🔎 A agência ainda atribuiu uma perspectiva negativa a essa nota, para deixar claro o "potencial de rebaixamento nos próximos seis meses caso a Braskem anuncie um processo de reestruturação de dívida". E avisou que consideraria este cenário equivalente a um "default", ou seja, um calote ou inadimplência.

Já a Fitch cortou o rating da Braskem de BB- para CCC+, na terceira revisão do ano. Também no grau especulativo, é uma classificação que aponta para um risco de crédito substancial, devido a uma margem de segurança muito baixa e à possibilidade real de inadimplência.

BTG vê risco de diluição

Para além da desvalorização na bolsa, os acionistas da Braskem ainda correm o risco de diluição, segundo análise do BTG Pactual.

O banco avalia que uma forma de a companhia reestruturar o seu capital seria por meio da conversão de dívida em ações ou estruturas alternativas, como títulos conversíveis ou empréstimos com garantia.

"O risco de diluição está agora firmemente em pauta e, com alternativas limitadas, a perspectiva para os atuais acionistas parece cada vez mais pressionada", alertou.

Crise pode respingar na Petrobras

Vale lembrar que a Petrobras (PETR4) é a uma das principais acionistas da Braskem, com uma fatia de 36,1%.

O BTG Pactual diz, então, que a Petrobras pode ter que injetar recursos na Braskem caso queira manter essa participação em uma eventual conversão de dívida em ações, o que poderia levar a uma redução dos dividendos pagos pela estatal.

"A Petrobras precisaria espelhar continuamente qualquer conversão de dívida com novo capital para preservar sua participação, o que pesaria diretamente no retorno aos acionistas", explicou o BTG.

Veja aqui a simulação do BTG para o DY da Petrobras neste cenário

BRKM5

BRASKEM
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DY

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P/VP

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