Brasil envia carta aos EUA, cobrando resposta para tentativa de negociação
Brasil já havia enviado carta há dois meses em busca de acordo para tarifas, mas não teve resposta.

O governo brasileiro enviou uma carta aos Estados Unidos nessa terça-feira (15) cobrando a abertura de uma negociação sobre as tarifas impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros.
📩 Como revelou o vice-presidente Geraldo Alckmin, o Brasil já havia enviado uma carta aos Estados Unidos há cerca de dois meses para tentar um acordo sobre o tarifaço, mas ainda não obteve resposta dos americanos.
A carta continha uma proposta confidencial, com áreas em que o governo brasileiro vê chances de negociar "soluções mutuamente acordadas" com os americanos. Além disso, pedia que o governo Trump apontasse áreas específicas de preocupação na relação comercial com o Brasil.
O Brasil cobrou, então, uma resposta dos americanos a essa proposta e reforçou a intenção de negociar o assunto.
"O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral", afirmou.
Leia também: Governo dos EUA abre investigação comercial contra o Brasil
Indignação
O governo brasileiro, contudo, também manifestou "indignação" com a decisão de Donald Trump de taxar em 50% os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
🗣️A avaliação é de que "a imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países".
A carta ainda ressalta que essa relação comercial tem gerado superávits para os Estados Unidos e não para o Brasil, como foi dito por Trump.
"Desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em 2 de abril de 2025, e de maneira contínua desde então, o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos", observa.
A carta é assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. E foi enviada por meio das vias diplomáticas para o secretário de Comercio dos EUA, Howard Lutnick, e o representante de Comércio dos EUA, JamiesonGreer.
Retaliação em estudo
O governo brasileiro busca reverter ou adiar a taxação dos produtos brasileiros, assim como foi pedido por empresários nessa terça-feira (15).
💲 Contudo, não descarta retaliar os Estados Unidos caso não consiga chegar a um acordo sobre o assunto. A quebra de patentes de medicamentos e a taxação de produtos como os filmes americanos são algumas das respostas estudadas.
Pesquisa Genial/Quaest revelou que 53% dos brasileiros acreditam que Lula está certo em reagir com reciprocidade às tarifas de Trump. O levantamento ainda revelou uma melhora da aprovação do governo Lula após a taxação americana, veja os dados aqui.
Congresso se alinha ao governo
🤝 O Congresso Nacional também se colocou à disposição do governo para colaborar com o enfrentamento às tarifas, em reunião realizada nesta quarta-feira (15) entre o vice-presidente Alckmin e os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente.
Segundo Motta, o Congresso está pronto para reagir com rapidez "para que o Brasil saia mais fortalecido dessa crise".
Ele disse, então, que este é um "momento de unidade nacional, em favor do país, em proteção a nossa indústria, nossos empregos e relações diplomáticas com os demais países". "Não podemos aceitar que decisões externas interfiram na nossa soberania", afirmou.
Alcolumbre reforçou a disposição de "defender a soberania nacional, os empregos dos brasileiros e os empresários brasileiros". Além disso, classificou a tarifa americana como uma "agressão"

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