Bom para a renda fixa: Ata do Copom indica Selic em 15% sem sinal de corte

Banco Central afirma que o cenário ainda exige cautela e pode até retomar alta de juros se necessário.

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Publicado em 11/11/2025 às 11:23h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 11/11/2025 às 11:23h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Selic é o indicador que acompanha a maior parte dos títulos públicos e privados (Imagem: Shutterstock)
Selic é o indicador que acompanha a maior parte dos títulos públicos e privados (Imagem: Shutterstock)

Na manhã desta terça-feira (11), o Copom (Comitê de Política Monetária) divulgou a ata da última reunião, realizada na última quarta (5). Na ocasião, o colegiado manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano.

Segundo os diretores do Banco Central, a decisão de não mexer na Selic se sustenta na crença de que deixar o indicador elevado deve conduzir a inflação -medida pelo IPCA- para o centro da meta. A ideia é que o movimento dos preços fique em 3% ao ano, mas há uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

“As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, seguiram trajetória de declínio, mas permanecem acima da meta de inflação em todos os horizontes. A queda das expectativas segue mais concentrada nos horizontes mais curtos, mas observou-se movimento agora mais nítido em horizontes além do relevante. O Comitê avalia que perseverança, firmeza e serenidade na condução da política monetária favorecerão a continuidade desse movimento, importante para a convergência da inflação à meta com menor custo”, disse o Copom.

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O BC também destacou que não há no horizonte a expectativa de diminuição da taxa no curto prazo, mesmo com o cenário econômico se desenhando de forma favorável. A autarquia também não descartou a hipótese de subir a taxa, caso o resultado seja diferente do esperado neste momento.

“Na medida em que o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê dá prosseguimento ao estágio em que opta por manter a taxa inalterada por período bastante prolongado, mas já com maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, escreveu. “No entanto, o Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado. Reafirmou-se o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta”, continuou.

Para essa decisão, o Copom considerou os dados oficiais então mais recentes, que apontavam uma inflação de 4,6% no final de 2025. Também nesta terça, o IBGE publicou o movimento da inflação em outubro, que teve a maior baixa dos últimos 27 anos, mas manteve o acumulado dos últimos 12 meses no mesmo patamar de 4,68%.

“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a. e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, analisa o órgão.

Já para os próximos dois anos, as perspectivas são mais animadoras, com 3,6% em 2026 e 3,3% em 2027, conforme dados oficiais. Por isso, o Copom entende que deve seguir mantendo um trabalho de restrição monetária para cumprir as projeções dos próximos anos.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, finaliza a ata.