Bolsonaro cobra aliados políticos e volta a criticar decisões de Moraes

O ex-mandatário afirmou que espera ver uma reação política diante das decisões que o afastaram das eleições até 2031.

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Publicado em 14/05/2025 às 14:01h - Atualizado 3 horas atrás Publicado em 14/05/2025 às 14:01h Atualizado 3 horas atrás por Matheus Silva
Bolsonaro reafirmou seu compromisso em tentar viabilizar sua candidatura até o último momento (Imagem: Shutterstock)
Bolsonaro reafirmou seu compromisso em tentar viabilizar sua candidatura até o último momento (Imagem: Shutterstock)

🚨 O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou, nesta quarta-feira (14), o pedido para que governadores alinhados à direita se manifestem publicamente contra sua inelegibilidade.

Em entrevista concedida ao UOL, o ex-mandatário afirmou que, embora não possa exigir uma ação formal, espera ver uma reação política diante das decisões que o afastaram das eleições até 2031.

"Eu gostaria, embora não possa obrigar, que os governadores questionassem: ‘Por que Bolsonaro está inelegível? Essas acusações são válidas?’", declarou Bolsonaro.

O ex-presidente se refere aos processos conduzidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o declararam inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Disputa por liderança

O apelo de Bolsonaro ocorre num momento de articulações políticas intensas. O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem se movimentado nos bastidores para formar uma aliança de centro-direita visando as eleições de 2026.

Essa articulação inclui governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Junior (PSD-PR), sem considerar o próprio Bolsonaro ou sua esposa, Michelle Bolsonaro, como líderes desse bloco.

Essa movimentação gerou desconforto no grupo bolsonarista, especialmente por não endossar publicamente a tentativa de Bolsonaro de reverter a inelegibilidade.

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“Meu plano B sou eu mesmo”

Durante a entrevista, Bolsonaro reafirmou seu compromisso em tentar viabilizar sua candidatura até o último momento.

"Meu plano B é o Bolsonaro", afirmou, descartando a ideia de endossar outros nomes no momento.

Apesar de elogiar figuras como o governador Ronaldo Caiado, o ex-presidente evitou apontar qualquer sucessor. “Vou até o último segundo buscar a minha possibilidade de disputar a eleição”, reforçou.

Críticas ao TSE e acusações de “lawfare”

📊 Bolsonaro também voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE e integrante do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo ele, Moraes estaria utilizando práticas de "lawfare" — termo que designa o uso da lei e de processos judiciais para fins políticos.

"Isso que Alexandre de Moraes faz lá fora é conhecido como lawfare. É uma estratégia usada para tirar adversários políticos do combate", afirmou.

O ex-presidente citou exemplos de outros países, como França e Estados Unidos, onde, segundo ele, situações semelhantes teriam ocorrido.

Além disso, Bolsonaro sugeriu que sua inelegibilidade seria um ataque à democracia brasileira, ao retirar dos eleitores o direito de optar por seu nome nas urnas.

"Uma eleição sem o meu nome na chapa é uma negação da democracia", declarou.

Entenda a inelegibilidade

Bolsonaro foi declarado inelegível em 2023 pelo TSE após julgamento sobre a reunião com embaixadores realizada no Palácio da Alvorada em julho de 2022.

Na ocasião, o então presidente questionou, sem provas, a integridade das urnas eletrônicas brasileiras e do sistema eleitoral, utilizando a estrutura pública da Presidência para divulgar as informações.

⚖️ A Corte Eleitoral entendeu que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação oficial — a TV Brasil transmitiu o evento.