BC deve fechar o ano com nova alta da Selic em última reunião de Campos Neto
De acordo com projeções de analistas de mercado, uma alta de 0,75 p.p. será anunciada será anunciada na quarta-feira (11).
📊 O Banco Central se prepara para encerrar o ano com mais uma alta da taxa básica de juros, a Selic, que deverá alcançar o patamar de 12% ao ano.
Este deve ser o terceiro aumento consecutivo, em um movimento que reflete o esforço da autoridade monetária para conter as pressões inflacionárias, mesmo sob críticas e apelos por uma política mais expansionista.
De acordo com projeções de analistas de mercado, a alta de 0,75 ponto percentual será anunciada após dois dias de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Este ajuste ocorre em meio a um cenário de piora nas expectativas inflacionárias, desvalorização do real e dificuldades fiscais, fatores que intensificam a necessidade de medidas enérgicas para controlar os preços.
A inflação acumulada em 12 meses atingiu 4,87% em novembro, acima da meta de 4,50% estabelecida pelo Banco Central, apesar de desacelerar em relação ao mês anterior.
Essa conjuntura exige um esforço adicional do Banco Central para reancorar as expectativas de inflação.
Crescimento robusto, mas dúvidas persistem
Embora a economia tenha demonstrado sinais de força com um crescimento de 0,9% no terceiro trimestre e a taxa de desemprego tenha atingido 6,2%, o menor nível em mais de uma década, o clima de desconfiança persiste.
O plano de ajuste fiscal do governo, que promete zerar o déficit primário em 2024, enfrenta ceticismo do mercado quanto à sua viabilidade.
Essa incerteza contribuiu para a escalada do dólar, que ultrapassou a marca histórica de R$ 6.
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O dilema do Banco Central
A elevação da Selic tem efeitos contraditórios: enquanto ajuda a conter a inflação ao encarecer o crédito e reduzir o consumo, também impacta negativamente o crescimento econômico.
Para o governo, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a alta nos juros contrasta com os esforços de impulsionar investimentos e aquecer a economia.
Com a última reunião do Copom antes da posse de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central em janeiro, o mercado aguarda ansiosamente os próximos passos da política monetária.
Galípolo já declarou que terá total autonomia na condução das decisões do Banco Central.
O que esperar de 2025?
📈 Além do desafio fiscal, o Congresso precisa aprovar o Orçamento de 2025 antes do recesso legislativo.
Caso contrário, as pressões sobre as contas públicas poderão intensificar as tensões inflacionárias, aumentando a necessidade de novos ajustes na Selic no próximo ano.
Para o consumidor, a elevação dos juros implica em crédito mais caro e maior dificuldade para financiar bens e serviços, enquanto investidores podem encontrar melhores retornos em aplicações de renda fixa.
No entanto, a desaceleração econômica pode comprometer empregos e renda, tornando o cenário desafiador para a população em geral.
Essa decisão do Copom não marca apenas o encerramento de 2024, mas também define o tom do início de 2025, um ano que promete ser igualmente desafiador para a política econômica brasileira.
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