BC decreta liquidação extrajudicial do Banco Master, entenda

Com isso, o banco terá suas atividades interrompidas e será retirado do sistema financeiro nacional.

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Publicado em 18/11/2025 às 07:38h - Atualizado Agora Publicado em 18/11/2025 às 07:38h Atualizado Agora por Marina Barbosa
O Banco Master pertence a Daniel Vorcaro, que foi preso pela PF (Imagem: Shutterstock)
O Banco Master pertence a Daniel Vorcaro, que foi preso pela PF (Imagem: Shutterstock)

O BC (Banco Central) decretou nesta terça-feira (18) a liquidação extrajudicial do Banco Master.

Com isso, a instituição terá suas atividades interrompidas e será retirada do sistema financeiro nacional. Ou seja, deixará de funcionar.

Esta medida é adotada quando o BC avalia que a situação financeira da empresa é irrecuperável ou quando são cometidas graves infrações às normas que regulam sua atividade.

O Master já vinha apresentando dificuldades de liquidez há algum tempo e também vem sendo investigado por suspeitas de irregularidades. Tanto que o seu fundador e presidente, Daniel Vorcaro, foi preso na segunda-feira (17) em uma operação da PF (Polícia Federal).

Diante disso, o BC determinou o bloqueio dos bens dos controladores e ex-administradores do Master e nomeou um liquidante que buscará vender os ativos da instituição para viabilizar o pagamento de suas dívidas. 

O Banco Central também decretou a liquidação da Master SA Corretora de Câmbio e um regime de administração especial temporária para o Banco Master Múltiplo.

O que acontece com os investidores?

Com a liquidação, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) deve ressarcir os credores do Master, como aqueles investidores que compraram CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) da instituição.

Segundo o FGC, cabe ao Master apresentar a lista de pessoas e valores a serem pagos. Esse processo pode levar em média 30 dias. Depois disso, o FGC ainda deve solicitar o envio de alguns documentos antes de efetuar o pagamento.

Vale lembrar que o FGC garante o pagamento de até R$ 250 mil por correntista, limitado a R$ 1 milhão em um período de quatro anos.

Os desafios do Master

O Master ficou conhecido por emitir CDBs com taxas superiores ao praticado no mercado, chegando até a 150% do CDI em algumas situações.
Por isso, carrega uma das maiores carteiras de depósitos a prazo do país. Tanto que já precisou tomar crédito junto ao FGC para fazer frente a esses vencimentos e o seu fundador vinha vendendo uma série de ativos para injetar dinheiro no banco. Vorcaro tentou até vender o Banco Master nos últimos meses. 
Em março, o BRB (BSLI4) chegou a anunciar a compra da instituição por cerca de R$ 2 bilhões. Contudo, o escopo do negócio foi sendo reduzido ao longo das negociações e a venda acabou sendo barrada pelo Banco Central em setembro. 
A decisão do BC despertou o temor de uma liquidação ou intervenção no Master. Contudo, o banco continuou buscando novos compradores e chegou a anunciar um novo acordo na segunda-feira (17), horas antes de ter a sua liquidação decretada.
Pelo acordo, a Fictor Holding Financeira compraria o Master em conjunto com um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos. A ideia era fazer um aporte imediato de R$ 3 bilhões para fortalecer a estrutura de capital da instituição, mudar a sua diretoria e até o seu nome. O negócio, contudo, deve ser interrompido pela liquidação.