Banco do Brasil (BBAS3): Investidores apostam mais de R$ 5 bi na queda da ação
A estatal enfrenta cenário desafiador, com menor lucro e projeção de dividendos mais enxutos para os próximos anos.

🚨 As ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam forte pressão negativa no mercado financeiro.
De acordo com relatório da XP Investimentos (XPBR31), divulgado nesta terça-feira (8), a instituição revisou para baixo suas projeções para os resultados do segundo trimestre de 2025 e para o desempenho anual da estatal.
A perspectiva agora é de menos lucros, menor retorno ao acionista e uma queda na distribuição de dividendos.
Além disso, dados recentes do mercado mostram que o BB lidera entre os grandes bancos nacionais em posições vendidas (shorts), totalizando impressionantes R$ 5,18 bilhões em operações apostando na queda dos papéis.
Lucro menor e dividendos em declínio
Segundo os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, da XP, o lucro líquido projetado para o 2T25 foi revisado para R$ 5,4 bilhões, uma queda de 15,6% em relação à estimativa anterior de R$ 6,4 bilhões.
O número também representa uma retração de 43,5% frente ao mesmo período de 2024.
A deterioração do crédito, em especial no agronegócio, é apontada como um dos principais fatores por trás da piora nos números. A inadimplência acima de 90 dias foi revista para 4,5%, ante 4% anteriormente.
O crescimento da carteira de crédito também deve ser mais tímido: a expectativa caiu de 9% para 6,6% ao ano.
Com essa reavaliação, a previsão de lucro total para 2025 foi reduzida para R$ 26 bilhões, o que representa uma queda de 8% em comparação com 2024.
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XP corta expectativa de dividendos
Diante do cenário de maior risco e necessidade de preservação de capital, a XP ajustou sua projeção de payout (percentual de lucro distribuído como dividendos).
Para 2025, a estimativa agora é de 36%, e para 2026, 2027 e 2028, a expectativa gira em torno de 35%. No ano passado, esse índice foi de 40%.
Apesar das revisões negativas, o preço-alvo para BBAS3 ao fim de 2026 foi mantido em R$ 32,00, o que ainda representa um potencial de valorização de 45% sobre a cotação atual, de cerca de R$ 22,00 por ação. Mesmo assim, a recomendação da XP para o ativo é neutra.
BB lidera posições vendidas entre grandes bancos
Além do cenário operacional desafiador, os papéis do Banco do Brasil têm sido alvo de forte aumento nas apostas de queda.
A XP identificou que o papel lidera o chamado “short interest” entre os bancos, com 8,30% do total de ações em posições vendidas e uma média de 7 dias para recompra. Comparando com os outros bancos, a lista fica da seguinte forma:
- Banco do Brasil (BBAS3): 8,30%
- Bradesco (BBDC4): 5,30%;
- Itaú (ITUB4): 4,90%;
- Santander (SANB11): 4,30%;
- BTG Pactual (BPAC11): 4,10%.
Esse movimento indica uma crescente desconfiança do mercado em relação ao desempenho da estatal, especialmente diante da ausência de um novo guidance oficial (projeção de resultados) e das incertezas em torno do crédito rural.
Alguma chance de voltar a subir?
Mesmo com o cenário pessimista, os analistas da XP destacam que o Banco do Brasil pode se recuperar no médio prazo, caso ocorra uma melhora no crédito agrícola, algum alívio fiscal ou a retomada da divulgação de metas pelo banco.
📊 Fatores eleitorais também podem contribuir para uma eventual reprecificação das ações.

BBAS3
Banco do BrasilR$ 22,02
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