Banco do Brasil (BBAS3) deixa buraco nos lucros dos 5 bancões listados na B3; veja saldo

Apesar das ações do Banco do Brasil (BBAS3) perseguirem nesta sexta-feira (15) valorização de +1% e serem negociadas ao redor de R$ 20 cada, a verdade é que os números fracos entregues pela estatal no segundo trimestre do ano (2T25) conseguiram ser piores do que as apostas já baixas dos analistas, puxando o freio de mão na maratona de lucros do setor bancário.

Depois de um ano de alta atuação e recordes históricos, os cinco maiores bancos brasileiros de capital aberto viram o seu lucro consolidado totalizar R$ 27,98 bilhões em 2025, queda de −5,61% em relação ao mesmo período de 2024 e retração de −8,12% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

O levantamento elaborado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, ainda ponta que essa derrocada no lucro consolidado dos bancões interrompe a sequência de crescimento que havia começado no quarto trimestre de 2023 e culminado no recorde de R$ 31,13 bilhões no fim de 2024.

"Desde então, o gráfico de lucros virou para baixo, são dois trimestres consecutivos de queda, movimento que já havia ocorrido em outras janelas recentes, mas que agora se destaca por partir de um pico histórico e ser amplificado pela forte retração do Banco do Brasil", avalia o consultor financeiro.

Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em BBAS3 há um ano, hoje você teria R$ 768,80, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.017,62 nas mesmas condições.

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BBAS3 é o único vilão em 2025?

Pode-se dizer que o Banco do Brasil é a única grande instituição financeira a cometer um deslize no momento, enquanto os seus pares seguem mandando ver. Afinal de contas, a estatal viu seu lucro despencar para R$ 3,03 bilhões no trimestre, uma queda de −66,1% em relação ao mesmo período de 2024 e de −55,18% frente aos três primeiros meses de 2025.

Todavia, sem querer passar pano para ninguém, o CEO da Elos Ayta reconhece também que a base de comparação nos resultados do Banco do Brasil é dura.

"Há um ano, BBAS3 avia registrado o maior lucro de sua história (R$ 8,97 bilhões) e o oitavo maior entre todos os bancos listados na B3. Era, naquele momento, o segundo maior lucro individual do setor, atrás apenas do Itaú (ITUB4)", comenta Einar Rivero.

Só que um ano depois, a estatal caiu para a última posição entre os cinco maiores bancos listados na bolsa de valores brasileira, perdendo destaque no pódio dos gigantes. Trata-se do pior resultado desde o primeiro trimestre de 2018, quando a companhia lucrou R$ 2,74 bilhões.

Para o especialista, se 2024 foi o ano da maratona de crescimento contínuo, 2025 começa a mostrar que até os gigantes precisam, ocasionalmente, lidar com ladeiras íngremes.

Qual o tamanho do lucro dos bancões no 2T25?

• Itaú Unibanco (ITUB4): Lucro de R$ 11,27 bilhões no 2T25 / Variação de +14,0% na comparação anual

O maior banco privado do Brasil manteve sua liderança folgada, aponta o levantamento da Elos Ayta. Registrou o seu maior lucro trimestral da história dos bancos listados na B3, além de 40% de todo o lucro consolidado do setor.

• Bradesco (BBDC4): Lucro de R$ 6,06 bilhões no 2T25 / Variação de +28,6% na comparação anual

Após anos de resultados pressionados, o Bradesco mostrou recuperação robusta, na avaliação de Einar Rivero, seu melhor segundo trimestre desde 2021.

• BTG Pactual (BPAC11): Lucro de R$ 4 bilhões no 2T25 / Variação de +42,0% na comparação anual

Sendo o campeão em crescimento percentual, o banco de investimentos consolidou-se como terceiro colocado no ranking de lucros do setor.

• Santander Brasil (BBAS3): Lucro de R$ 3,59 bilhões no 2T25 / Variação de +10,7% na comparação anual

A principal subsidiária do banco espanhol manteve estabilidade no 2T25 e um patamar intermediário entre as grandes instituições financeiras do Brasil

• Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de R$ 3,03 bilhões no 2T25 / Variação de −66,1% na comparação anual

O ponto fora da curva negativa do trimestre, com queda histórica que derrubou o lucro consolidado do setor.