Banco Central: Servidores anunciam greve e entrega de cargos

Funcionários públicos param nos dias 20 e 21 de fevereiro, por não concordarem com a proposta de reajuste salarial do governo

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Publicado em 09/02/2024 às 18:14h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 09/02/2024 às 18:14h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Banco Central do Brasil (Shutterstock)
Banco Central do Brasil (Shutterstock)

Servidores do BC (Banco Central) decidiram fazer uma greve de 48 horas nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro. A paralisação foi aprovada em assembleia realizada nesta sexta-feira (9), diante da falta de acordo sobre o reajuste salarial da categoria.

🏦 De acordo com o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), 97% dos servidores que participaram da assembleia votaram contra a proposta de reajuste salarial do governo. Com isso, mais de 75% dos presentes também aprovaram um "indicativo de greve escalonada, que terá início com uma paralisação de 48 horas nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro".

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Ainda segundo o sindicato, cerca de 1,4 mil dos 2,87 mil funcionários públicos do Banco Central participaram da assembleia desta sexta-feira (9). Na ocasião, a categoria ainda decidiu entregar cargos comissionados, como as posições de gerência e diretorias.

Na avaliação do presidente do Sinal, Fábio Faiad, a entrega de cargos comissionados "resultará no esvaziamento do comando do BC". "Essa medida visa provocar uma asfixia operacional e burocrática no órgão, como forma de pressionar o governo a atender às demandas da categoria", afirmou.

Negociação salarial

💲 A proposta do governo prevê um reajuste salarial de 13%, parcelado entre 2025 e 2026, para os servidores do Banco Central. O índice foi apresentado pelo MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) em reunião com as entidades que representam os funcionários públicos do BC na quinta-feira (8). Contudo, não agradou a categoria.

Servidores reclamam da falta de reajuste em 2024 e dizem que a proposta também não atende outras reivindicações da categoria, como a exigência de nível superior para o cargo de Técnico do BC, a mudança do nome do cargo de Analista para Auditor e a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional.

Impactos da greve

Os funcionários públicos do Banco Central estão em operação padrão há cerca de sete meses, como uma forma de pressionar o governo a reajustar salários e valorizar suas carreiras. O movimento tem provocado atrasos na divulgação de indicadores econômicos e também de relatórios do BC.

O Boletim Focus, por exemplo, foi divulgado com atraso nas últimas duas semanas. O relatório, que traz as previsões do mercado para os principais indicadores econômicos do país, normalmente sai nas segundas-feiras pela manhã, mas foi publicado nas últimas duas terças-feiras.

O Banco Central ressaltou, por sua vez, que "o movimento não tem afetado o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR, Pix, Selic, entre outros".

Em nota publicada após a aprovação da greve, o BC disse ainda que "reconhece o mérito das reivindicações e o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas" e "confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a Instituição e com a sociedade".