Banco Central cita 100% de chance de inflação ultrapassar a meta em 2024

De acordo com o BC, a probabilidade de o índice romper o teto de tolerância é agora estimada em quase 100%.

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Publicado em 19/12/2024 às 10:44h - Atualizado Agora Publicado em 19/12/2024 às 10:44h Atualizado Agora por Matheus Rodrigues
O BC destacou que as pressões inflacionárias superaram as expectativas recentes (Imagem: Shutterstock)
O BC destacou que as pressões inflacionárias superaram as expectativas recentes (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Banco Central elevou o alerta sobre o risco de a inflação ultrapassar o limite superior da meta estabelecida para 2024.

De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (19), a probabilidade de o índice romper o teto de tolerância é agora estimada em quase 100%, marcando uma deterioração significativa em relação à projeção de 36% feita anteriormente.

Os dados mais recentes do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) indicam uma alta de 0,39% em novembro, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses.

Para que o índice anual feche em 4,5%, conforme as expectativas anteriores, o IPCA de dezembro precisaria subir, no máximo, 0,20%.

A meta oficial de inflação para este e os próximos anos é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

O Banco Central destacou que as pressões inflacionárias superaram as expectativas recentes.

Entre os fatores que impulsionaram o índice estão os aumentos inesperados nos preços de alimentos, o fortalecimento da atividade econômica e uma significativa desvalorização cambial.

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Esses elementos criaram um cenário de alta persistência inflacionária, que não foi suficientemente contrabalançado pelo impacto restritivo da taxa de juros real elevada.

O documento também evidenciou que, mesmo com a política monetária mais apertada, o cenário de referência do Banco Central projeta uma inflação acima do teto da meta até o terceiro trimestre de 2025.

Após esse período, o índice deve entrar em trajetória de queda, mas ainda permanecerá acima do centro do alvo, com uma estimativa de 3,6% para 2026.

No cenário internacional, o relatório aponta um ambiente de incertezas que impacta diretamente os mercados emergentes, como o Brasil.

Entre os principais desafios estão as dúvidas sobre a economia dos Estados Unidos e a postura firme dos bancos centrais das economias avançadas em controlar a inflação, mesmo diante de pressões nos mercados de trabalho.

📈 Com o avanço das expectativas inflacionárias e revisões constantes para os próximos anos, o relatório serve como um alerta de que os desafios econômicos exigem atenção redobrada.