Atividade econômica da Argentina cresce 6%, mas PIB encolhe

Dados são divulgados algumas semanas antes das eleições de meio de mandato

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Publicado em 21/08/2025 às 21:20h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 21/08/2025 às 21:20h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Feira de San Telmo é um dos pontos mais visitados pelos turistas (Imagem: Shutterstock)
Feira de San Telmo é um dos pontos mais visitados pelos turistas (Imagem: Shutterstock)

O índice de atividade econômica da Argentina apresentou uma variação positiva de 6,4% na comparação entre junho de 2024 e 2025. O dado mostra, porém, um recuo em relação ao registrado em maio, conforme levantamento oficial divulgado nesta quarta-feira (20).

A atividade veio acompanhada também dos números que permeiam o PIB (Produto Interno Bruto) do país vizinho, que teve contração de 0,7% na comparação com maio. Houve uma piora no resultado, já que maio trouxe uma redução de 0,2% ante abril.

O destaque do período foi o setor de Intermediação Financeira que avançou 28,7% no ano. Outro importante foi o Comércio Atacadista, Varejista e de Reparações, responsável por uma alta de 11,5% no período.

Já a Pesca (-74,6% no ano), Administração Pública e Defesa; Planos de Seguridade Social de Filiação Obrigatória (-0,7% no período) e Outras Atividades de Serviços Comunitários, Sociais e Pessoais (-0,7% na comparação anual) foram os que puxaram o índice para baixo.

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"Esse dado demonstra que a economia argentina hoje está estagnada", diz Juan Pablo Ronderos, sócio da consultoria MAP, em entrevista ao G1. “Isso se deve a vários fatores: muitos setores haviam se recuperado, mas agora já alcançaram um nível semelhante ao de antes da posse deste governo e hoje estão encontrando limitações para essa recuperação”, completou.

Nas últimas semanas, a crise da economia argentina passou por desafios que elevaram as taxas de juros e fizeram a moeda oficial cair mais de 10%. O governo federal fez um leilão de títulos públicos às pressas, o que causou uma onda de liquidez ao redor do país.

A Argentina tem hoje uma inflação oficial bem distante do que era há dois anos, quando Javier Milei chegou à Casa Rosada. O último dado oficial dá conta de que os preços hoje performam abaixo de 2% ao mês, diferente do que acontecia antigamente, quando as altas mensais chegaram a passar dos 10%.

Eleições em outubro

O presidente Milei corre contra o tempo para conseguir formar a opinião pública a favor de seu projeto de governo. Isso porque em outubro o país passa por eleições legislativas que devem renovar quase metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e do Senado.

Ao todo, serão eleitos 127 novos deputados e 24 senadores, além de outros cargos legislativos nas províncias. Buenos tem o maior número de possibilidades, já que nesta região são 35 cadeiras à disposição.