As empresas da B3 que podem ganhar com operação contra o crime, segundo analistas
Distribuidoras de combustíveis podem ampliar mercado e melhorar preços após descoberta de esquema fraudulento no setor, avalia o BTG.
A megaoperação que revelou a conexão entre o crime organizado e o mercado financeiro também expôs falhas no mercado de combustíveis. Por isso, pode favorecer as distribuidoras listadas na B3, segundo analistas. Isto é, Vibra (VBBR3), Ultrapar (UGPA3) e Raízen (RAIZ4).
⛽ Segundo as investigações da Receita Federal, o esquema criminoso começava com a importação e adulteração de combustíveis. Esse material era vendido em postos parceiros, que sonegavam impostos. O dinheiro obtido dessa forma entrava no sistema financeiro por meio de fintechs e era reinvestido através de fundos de investimento.
Como consequência disso, o governo federal decidiu reforçar a fiscalização contra fintechs. Já os analistas veem espaço para que as distribuidoras de combustíveis listadas na bolsa ampliem sua participação de mercado e melhorem seus preços, ao ocupar o espaço deixado pelas distribuidoras que atuavam de forma irregular e foram desvendadas pelas investigações.
📊 Pelos cálculos do BTG Pactual, as empresas investigadas respondiam por 3,1% do mercado brasileiro de combustíveis. É o equivalente a fatias de 9,9% de etanol, 2,6% de gasolina e 1,1% de diesel.
Por isso, os analistas do banco veem a operação como um "potencial divisor de águas", que elimina a "concorrência desleal" e, assim, abre caminho para as empresas tradicionais fortalecerem seu poder de precificação.
"Ao fechar canais usados para sistemática sonegação fiscal e adulteração de combustível, as empresas tradicionais estão posicionadas para recuperar participação e se beneficiar de um ambiente de preços mais sustentável", afirmou o BTG, em relatório enviado a clientes.
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As distribuidoras da B3
A Vibra (VBBR3) é apontada como a empresa que mais pode ganhar com esse cenário na B3, já que "está mais próxima de uma empresa de distribuição de combustíveis pura" e já vinha desfrutando de fatores positivos, como o mercado de diesel aquecido.
A Ultrapar (UGPA3) também está em uma "posição atraente", segundo o BTG. Isso porque vem expandindo a margem das suas múltiplas linhas de negócio e é dona da rede de postos Ipiranga, que pode se dar bem com a esperada melhora regulatória do setor.
Já a Raízen (RAIZ4) enfrenta um momento mais difícil. Ainda assim, "também deve ser capaz de capitalizar essa agenda regulatória em andamento, potencialmente levando à recuperação de participação de mercado", na avaliação do BTG.
A Raízen está vendendo usinas para reduzir o seu endividamento, mas também para otimizar o portfólio e, assim, voltar a focar no "core" do negócio. Isto é, na produção de açúcar, etanol e bioenergia e na distribuição de combustíveis.
Não à toa, as ações dessas empresas dispararam na B3 nessa quinta-feira (28), em meio à megaoperação contra o crime organizado. As ações da Ultrapar saltaram 8,08%, as da Vibra ganharam 4,97% e as da Raízen subiram 2,83%.
Nesta sexta-feira (29), os papeis da Ultrapar e da Vibra operam em leve baixa, em um movimento de ajustes após o salto da véspera. Já as da Raízen sobem forte, na esteira de mais uma venda bilionária de usinas.
VBBR3
VIBRA ENERGIA S.A.R$ 24,89
39,60 %
1,00 %
7.41%
15,15
1,31
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