Argentina gasta reservas para segurar dólar em meio a juros elevados
Governo Milei vende US$ 310 milhões para conter câmbio, enquanto bancos oferecem até 55% ao ano.

O governo do presidente Javier Milei tem passado por dias difíceis nas últimas semanas. Depois da cotação do dólar atingir o limite superior da banda definida pela equipe econômica, o Tesouro teve de dar um passo atrás nos planos econômicos e voltar a intervir no câmbio oficial.
Segundo os monitores que acompanham as políticas econômicas de Milei, estima-se que o governo tenha vendido o equivalente a US$ 310 milhões no mercado. Esse valor representa apenas os últimos três dias, quando a intervenção oficial foi tomada de forma seguida.
O maior montante foi registrado nesta quinta, quando o governo se desfez de US$ 150 milhões das reservas. Na última terça (2), o secretário de Finanças, Pablo Quirno, já havia declarado a venda de US$ 130 milhões como forma de tentar controlar a expansão da cotação do dólar frente ao peso argentino.
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No fechamento desta reportagem, o dólar estava cotado em cerca de 1360 pesos, de acordo com o BC argentino. A desvalorização da moeda latina frente a principal divisa do mundo já é de 40% no intervalo dos últimos 12 meses.
O mesmo acontece na conversão do real brasileiro, que já supera a casa de 250 pesos argentinos, o maior patamar da história. Neste caso, a desvalorização da moeda vizinha é de quase 40% apenas neste ano.
Embora a cotação venha sofrendo altas consecutivas, desde que o governo Milei definiu uma faixa de variação, o país praticamente enterrou a conversão paralela. O chamado dólar blue hoje tem a mesma cotação do oficial, portanto, já não é tão usado nas ruas do país como acontecia até o começo deste ano.
Taxas galopantes
Outro ponto que tem chamado a atenção também têm sido as taxas de juros no país que vêm registrando altas significativas nos últimos dias. Enquanto o Banco Central trabalha com uma taxa anual inferior a 30%, os bancos vão muito além disso na tentativa de buscar investidores.
O Banco Nación, estatal e principal instituição financeira do país, por exemplo, tem remunerado a renda fixa em até 46%. No entanto, instituições menores chegam a pagar até 55% para aplicações de investidores em várias cidades do país.
A porcentagem praticada pelos bancos supera em quase 100% a projeção da inflação acumulada para 2025. O governo espera que entre janeiro e dezembro, os preços alcancem uma subida de 27%.

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