Argentina em 1º e Brasil quase na lanterna: Veja o desempenho das bolsas em 2024

Enquanto o S&P Merval da Argentina disparou 53,11%, o Ibovespa recuou 12,71% no acumulado do ano até setembro.

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Publicado em 01/10/2024 às 15:36h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 01/10/2024 às 15:36h Atualizado 3 dias atrás por Marina Barbosa
Bolsa brasileira só não caiu mais do que a mexicana em 2024 (Imagem: Shutterstock)
Bolsa brasileira só não caiu mais do que a mexicana em 2024 (Imagem: Shutterstock)

Embora tenha batido recordes e ensaiado uma recuperação recentemente, a bolsa brasileira ainda apresenta um dos piores desempenhos do mundo em 2024. Levantamento da Elos Ayta Consultoria explica que o Ibovespa já caiu 12,71% no acumulado do ano, resultado que só não é pior do que o da bolsa mexicana.

📈 O estudo considerou o desempenho em dólar de 20 índices mundiais e constatou que, nesse grupo, apenas o Ibovespa e o índice mexicano IPyC estão no vermelho em 2024. Todos os outros 18 índices avaliados acumulam ganhos no ano. O destaque é do S&P Merval, da Argentina, que disparou 53,11% de janeiro a setembro.

A bolsa da Argentina lidera os ganhos mundiais neste ano, impulsionada pelas medidas econômicas que vêm sendo implementadas pelo governo de Javier Milei. Eleito em meio a uma das maiores crises da história do país, Milei adotou medidas para conter a inflação e reduzir o déficit público. Além disso, o presidente argentino pretende avançar com privatizações e o banco central do país cortou os juros.

Além da Argentina, as bolsas da China e dos Estados Unidos se destacam entre os maiores ganhos do ano. O FTSE China 50, por exemplo, avançou 34,65% até setembro, diante dos estímulos à economia local. Já o Nasdaq ganhou 21,17%, na esteira do boom da inteligência artificial e do recente corte dos juros americanos.

Veja o desempenho das principais bolsas mundiais em 2024, até setembro:

  • S&P Merval (Argentina): 53,11%;
  • FTSE China 50 (China): 34,65%;
  • Hang Seng (China): 25,03%;
  • Nasdaq (Estados Unidos): 21,17%;
  • S&P 500 (Estados Unidos): 20,81%;
  • IBEX (Espanha): 18,88%;
  • BEL20 (Bélgica): 17,25%;
  • AEX (Holanda): 16,96%;
  • DAX (Alemanha): 16,64%;
  • Sp/Bvl General (Peru): 15,18%;
  • FTSMIB (Itália): 13,68%;
  • FTSE 100 (Inglaterra): 12,85%;
  • Dow Jones (Estados Unidos): 12,31%;
  • Nikkei 225 (Japão): 11,24%;
  • PSI (Portugal): 7,38%;
  • Ipsa (Chile): 3,36%;
  • CAC 40 (França): 2,27%;
  • Msci Colcap (Colômbia): 1,01%;
  • Ibovespa (Brasil): -12,71%;
  • IPyC (México): -21,24%.

Ibovespa na vice-lanterna

📉 O Ibovespa, por outro lado, recuou 12,71% no acumulado do ano. O baque reflete as incertezas com a situação fiscal e a economia brasileira. A possibilidade de que a Selic siga em alta, devido a riscos inflacionários como uma economia superaquecida e a seca, por exemplo, tem pressionado os negócios na bolsa brasileira.

O principal índice da B3 só não tem um desempenho pior no ano porque também tem sido ajudado pelo corte dos juros americanos, sobretudo quando o seu desempenho é medido em dólar, como é o caso do estudo da Elos Ayta Consultoria. Afinal, o real tem se fortalecido frente ao dólar, na medida em que os investidores internacionais deixam os títulos americanos em busca de outros ativos, e isso potencializa os ganhos do índice brasileiro.

Para se ter uma ideia, o Ibovespa subiu 6,38% no mercado local no terceiro trimestre. Já em dólares, o retorno foi positivo em 8,55%. Este foi o sexto melhor desempenho entre as bolsas mundiais avaliadas pela Elos Ayta Consultoria no período.

"Esse movimento representa uma quebra de tendência após dois trimestres consecutivos de quedas— -7,49% no primeiro trimestre e -13,07% no segundo trimestre", lembrou o CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero.

Diante desse cenário, há dúvidas sobre o rumo do Ibovespa neste último trimestre do ano. Ainda assim, um rali de fim de ano, que leve o Ibovespa a bater recordes, como aconteceu no fim de 2023, não está descartado.