Apple (AAPL34) perde mais de R$ 1,6 trilhão com novas tarifas de Trump
Em um único dia, as ações da empresa despencaram 9,2%, eliminando aproximadamente US$ 311 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão) em valor de mercado.

🚨 A Apple (AAPL34) enfrentou nesta quinta-feira (03), uma forte desvalorização de suas ações. A gigante de tecnologia está enfrentando um dos seus maiores desafios em anos, após o anúncio de novas tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump.
Com a intenção de reduzir a dependência dos Estados Unidos de produtos estrangeiros e fortalecer a produção interna, a Casa Branca determinou a aplicação de tarifas elevadas sobre diversos produtos importados, afetando diretamente a cadeia de suprimentos da Apple.
O pior desempenho em cinco anos
O impacto imediato sobre as ações da Apple foi contundente. Em um único dia, as ações da empresa despencaram 9,2%, eliminando aproximadamente US$ 311 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão) em valor de mercado.
Este é o pior desempenho diário da empresa desde março de 2020, quando a pandemia de Covid-19 provocou uma forte retração no mercado.
O declínio é atribuído principalmente à alta das tarifas sobre produtos fabricados em países onde a Apple mantém operações estratégicas.
Embora a empresa tenha diversificado sua cadeia de suprimentos nos últimos anos, a China ainda permanece como um pilar fundamental para a produção de seus dispositivos.
Tarifas atingem principais centros de manufatura da Apple
A nova rodada de tarifas abrange uma ampla gama de produtos e países, incluindo:
- Índia: 27% sobre iPhones e AirPods fabricados no país.
- Vietnã: 46% sobre AirPods, iPads, Apple Watches e Macs.
- Malásia: 24% sobre computadores Mac.
- Tailândia: 37% sobre certos modelos de Mac.
- Irlanda (União Europeia): 20% sobre iMacs.
O impacto não se restringe apenas aos produtos finalizados. A Apple também enfrenta desafios com componentes importados de várias regiões afetadas pelas novas tarifas, o que pode comprometer ainda mais seus resultados financeiros.
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Estratégias de mitigação podem ser insuficientes
Mesmo após anos de esforços para diversificar sua produção fora da China, a Apple ainda depende significativamente do país asiático.
A tentativa de reduzir essa dependência levou a empresa a investir na fabricação de produtos na Índia e no Vietnã, mas as tarifas elevadas sobre esses países demonstram que a estratégia não foi suficiente para evitar prejuízos.
Durante a administração anterior de Trump, o CEO da Apple, Tim Cook, conseguiu negociar isenções para alguns produtos, como o iPhone, argumentando que as tarifas prejudicariam a empresa americana e favoreceria concorrentes como a Samsung, com sede na Coreia do Sul.
Desta vez, porém, a Casa Branca parece determinada a impor restrições mais severas.
Reação dos investidores
💲A apreensão dos investidores em relação às tarifas foi evidente com a forte queda nas ações não só da Apple, mas também de outras gigantes da tecnologia.
As ações da Dell (D1EL34), por exemplo, recuaram 19%, enquanto a Logitech, que fabrica grande parte de seus produtos na Ásia e no México, registrou queda de 17%.
Analistas do mercado indicam que a Apple terá que escolher entre absorver o impacto das tarifas ou repassar os custos para os consumidores — uma decisão difícil em meio a um cenário de incerteza econômica global.
Os analistas da Bloomberg Intelligence, Anurag Rana e Andrew Girard, apontaram que a Apple dificilmente aumentará os preços de seus produtos para compensar as perdas.
Qualquer aumento nos valores poderia afetar diretamente as vendas, especialmente em um cenário de instabilidade econômica.
Embora a Apple tenha anunciado investimentos de US$ 500 bilhões nos Estados Unidos ao longo dos próximos quatro anos, a empresa ainda realiza a maior parte de sua produção fora do país.
Apenas um modelo de Mac Pro, que custa a partir de US$ 6.999, é fabricado em quantidades limitadas no Texas. Contudo, muitos dos componentes desse modelo ainda são importados de outros países.

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