Após salto das ações, CVM determina OPA na Ambipar (AMBP3)

A gestora Trustee terá que lançar uma oferta pelas ações que estão em circulação no mercado.

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Publicado em 21/03/2025 às 15:08h - Atualizado 17 horas atrás Publicado em 21/03/2025 às 15:08h Atualizado 17 horas atrás por Marina Barbosa
Papeis da Ambipar já caíram 54% desde o pico observado em dezembro de 2024 (Imagem: Shutterstock)
Papeis da Ambipar já caíram 54% desde o pico observado em dezembro de 2024 (Imagem: Shutterstock)

O salto de 700% registrado pelas ações da Ambipar (AMBP3) em 2024 continua despertando atenção no mercado. E, desta vez, levou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a agir.

💲 A CVM disse que a gestora Trustee, por meio dos fundos que estão sob sua gestão e têm Nelson Tanure como um dos cotistas, atuou em conjunto com o controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi, na aquisição de ações de emissão da companhia, entre julho e agosto de 2024.

O movimento contribuiu com a disparada dos papeis e ainda levou a Trustee a atingir uma participação superior a 1/3 das ações da Ambipar que estão em circulação no mercado -marca que exige realização de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição).

⚖️ A participação da Trustee na Ambipar já diminuiu depois desse pico. Ainda assim, a CVM determinou na quinta-feira (20) que a gestora realize uma OPA por aumento de participação.

A OPA é um mecanismo que visa proteger os acionistas minoritários de uma empresa em caso de uma mudança no controle. Por meio dessa operação, aqueles que adquiriram parcelas relevantes de uma companhia devem dar a chance de os acionistas minoritários saírem da empresa, comprando suas ações a preços competitivos.

Neste caso, a Trustee deve lançar uma OPA voltada a todas as ações da Ambipar que estão em circulação no mercado. O pedido de registro da operação deve ser registrado junto à CVM até 21 de abril de 2025. A gestora, no entanto, ainda pode recorrer da decisão da CVM.

Em nota, a Ambipar disse que recebeu com surpresa a decisão da CVM sobre o "suposto aumento de participação acionária na companhia".

"A Ambipar, bem como seu controlador, Tercio Borlenghi Jr., atua em total conformidade com a legislação vigente e com as normas regulatórias estabelecidas para o mercado. A Ambipar buscará as devidas informações para tomar as providências cabíveis junto a esse órgão de controle", acrescentou.

Ações caem em 2025

💲 As ações da Ambipar chegaram a subir 1.000% e tocaram nos R$ 268 no final de 2024. Contudo, já caíram cerca de 54% depois desse pico e rodam na casa dos R$ 121 nesta sexta-feira (21).

Depois do salto das ações da Ambipar, diversas casas de análise colocaram o papel sob a revisão.

Atualmente, apenas Bradesco BBI e Ágora Investimentos mantêm uma recomendação atualizada para a Ambipar. Essa recomendação, no entanto, foi cortada de neutra para underperform, o que indica um desempenho abaixo da média do mercado e equivale a uma recomendação de venda, em dezembro de 2024.

Por outro lado, a S&P elevou a perspectiva do rating da Ambipar, de estável para positiva, em janeiro deste ano. A nota de crédito foi mantida em BB-.

Segundo a agência de classificação de risco, a revisão refletiu a "expectativa de melhora no fluxo de caixa da empresa devido à redução de investimentos e aquisições e à otimização contínua de sua base de ativos".

AMBP3

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