Americanas (AMER3): Quanto as ações renderam nos últimos 2 anos, desde a fraude?

Varejista entrou na bacia das almas da Bolsa brasileira quando veio à tona um rombo contábil ao redor de R$ 20 bilhões

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Publicado em 11/01/2025 às 11:20h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 11/01/2025 às 11:20h Atualizado 1 minuto atrás por Lucas Simões
Desvalorização real das ações da Americanas no período chega a -98,14% (Imagem: Shutterstock)
Desvalorização real das ações da Americanas no período chega a -98,14% (Imagem: Shutterstock)

⏳ Há exatos dois anos, a expressão "Americanas (AMER3) foi de arrasta para cima" ganhou força nas redes sociais, bem como abalou o mercado financeiro brasileiro, quando no dia 11 de janeiro de 2023 foi revelado o maior rombo contábil corporativo do país, na ordem dos R$ 20 bilhões.

Atualmente, o valor de mercado da varejista é de US$ 1,11 bilhão, acumulando uma desvalorização real de −98,14% de suas ações negociadas na B3, levando em conta o impacto da inflação.

Conforme dados do Investidor10, consultados neste sábado (11), se você tivesse investido R$ 1 mil em AMER3 há dois anos, hoje você teria R$ 6,10, já considerando a cotação ajustada.

📊 A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.083,10 nas mesmas condições, enquanto o CDI teria entregue um saldo de R$ 1.253,90. Mesmo o índice de Small Caps que teve saldo negativo no período ainda se saiu bem melhor que a varejista, com rendimento de R$ 867,00.

Todavia, é válido mencionar que no curto prazo, as ações da Americanas ensaiam um movimento de recuperação. Na janela dos últimos três meses, houve valorização de +32,93%.

Prova disso, é que durante o último pregão de 2024, a companhia chegou a disparar +54% na cotação máxima do dia a R$ 7,94 cada.

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Americanas está dando a volta por cima?

De fato, o noticiário da empresa nos últimos meses têm sido bem mais positivo sobretudo quando levado em conta a sua situação ainda delicada ao enfrentar um processo de recuperação judicial.

🔎 Pelo menos dois fatores têm ajudado os papéis da varejista a se valorizar na bolsa de valores mais recentemente. O primeiro deles é um recuo pontual dos juros futuros de curto prazo. O segundo aspecto tem mais haver com o fim do período de lock-up.

A Americanas está inserida em um setor da economia bastante sensível a um ambiente de taxa Selic nas alturas, com a própria XP Investimentos já projetando juros em 15,50% ao ano ainda em 2025, por conta de reduzir o acesso ao crédito mais barato para consumo pelas famílias brasileiras.

Do ponto de vista micro, o fim do período de lock-up sobre cerca de 6,67% das ações provenientes do aumento de capital da varejista para negociação na bolsa de valores, cujo prazo se encerrou no último dia 30 de dezembro, trouxe mais tração à Americanas.

Na prática, tal mecanismo (o lock-up) impede a volatilidade excessiva e a flipagem das ações de uma companhia nos primeiros dias de negociação da ação.

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Investidor pessoa física faz compra forte em AMER3

É difícil saber o que pode acontecer com as ações da Americanas ao longo de 2025, mas alguns investidores estão apostando alto na retomada da companhia, enxergando que a mesma possa sobreviver a recuperação judicial.

Inclusive um acionista pessoa física relevante da empresa aproveitou ainda em novembro passado para fazer uma compra relevante de mais papéis da varejista.

🤑 No caso, o empresário pernambucano Inácio de Barros Melo Neto, bacharel em Direito e que atua no ramo de educação, havia adquirido uma participação considerável na companhia, atingindo 12,5% do capital social da Americanas.

Em razão do grupamento de ações realizado pela Americanas em agosto, na proporção de 100 para 1, o volume de papéis de Barros Melo Neto na companhia foi reduzido.

Porém, desde então, o investidor adquiriu um número suficiente de ações para mais do que dobrar sua participação na varejista, ultrapassando a marca de 1,4 milhão de ações.

O investidor na época revelou que possuía 3,24 milhões de ações da companhia, adquiridas ao longo dos últimos anos a um custo médio unitário de R$ 32 cada. Apesar de não ter planos imediatos de alienar suas ações, o investidor busca reduzir o custo médio de sua posição na empresa.

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Relembre o escândalo da Americanas

No dia 11 de janeiro de 2023, o Brasil começou a tomar consciência do seu maior caso de fraude contábil corporativa, no valor estimado de R$ 20 bilhões.

Desde então, as ações da Americanas entraram na bacia das almas, com sucessivas perdas abruptas de valor de mercado, que dilapidaram rapidamente o patrimônio de seus acionistas.

⚖️ Sérgio Rial, o ex-CEO da Americanas e responsável por revelar ao mercado em geral o roubo bilionário contábil da varejista, foi absolvido de acusações no último dia 3 de dezembro pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Conforme a decisão do colegiado da CVM, Rial não é considerado culpado das acusações de quebra do dever de sigilo da companhia e divulgação de informações de forma inconsistente ou incompleta.

Por outro lado, o seu sucessor no cargo (já que Rial deixou o comando da Americanas poucos dias após revelar o escândalo em janeiro de 2023) não teve a mesma sorte.

Sendo assim, o executivo João Guerra Duarte Neto foi condenado pelos membros da CVM a pagar multa de R$ 340 mil por não divulgar, tempestivamente, novos fatos relevantes, tendo sido cabida a infração. Todavia, o executivo ainda pode recorrer da decisão.

📈 Outro gatilho recente que provocou essa disparada repentina de AMER3 foram os resultados apurados pela companhia no terceiro trimestre de 2024, que reportou na ocasião lucro líquido de R$ 10,3 bilhões, evertendo o prejuízo de R$ 1,63 bilhão registrado no mesmo período de 2023.

Por sua vez, a XP Investimentos, em sua análise, reforçou que, apesar das melhorias na rentabilidade, o canal online segue pressionado, o que pode limitar o potencial de crescimento no curto prazo.

AMER3

AMERICANAS S.A
Cotação

R$ 5,53

Variação (12M)

-93,26 % Logo AMERICANAS S.A

Margem Líquida

76,26 %

DY

0%

P/L

0.1

P/VP

0.19