Ambipar na mira da CVM: Alta de 800% nas ações levanta suspeitas de manipulação
Entre os nomes citados estão Nelson Tanure, Tércio Borlenghi, o Banco Master, e fundos ligados à gestora Trustee DTVM.
A Ambipar (AMBP3) já subiu mais de 1.000% na B3 neste ano. Contudo, essa disparada é vista com cautela por analistas. O Bradesco BBI e a Ágora Investimentos, por exemplo, cortaram a recomendação e o preço-alvo para o papel.
📉 A recomendação passou de neutra para underperform, o que indica um desempenho abaixo da média do mercado e equivale a uma recomendação de venda.
Já o preço-alvo caiu de R$ 135 para R$ 120. Isso significa que os analistas veem espaço para as ações da Ambipar caírem 25% na B3. Afinal, o papel fechou o pregão dessa quinta-feira (19) cotado a R$ 160.
Em relatório, o Bradesco BBI e a Ágora Investimentos argumentaram que "a Ambipar precisaria crescer mais rápido e realizar um processo de turnaround impecável" para justificar o valuation atual.
Os analistas reconhecem, no entanto, que a reestruturação da empresa já vem dando frutos. As recentes mudanças de gestão e os resultados do terceiro trimestre foram apontados como alguns dos ganhos desse processo.
💲 A Ambipar registrou um lucro líquido de R$ 44,5 milhões e uma receita líquida recorde de R$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Já o Ebitda ajustado cresceu 15,2% e chegou a R$ 433,3 milhões. No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, o Ebitda ajustado soma R$ 1,24 bilhão.
No entanto, a companhia teria que superar as estimativas do mercado e entregar um Ebitda de R$ 2,6 bilhões e R$ 2,96 bilhões em 2025 para recuperar a recomendação neutra ou de compra do Bradesco BBI e da Ágora, indicaram os analistas.
"Embora os resultados recentes da empresa mostrem que esse plano de turnaround pode criar valor para os acionistas, é muito cedo para assumir um processo mais rápido", disseram os analistas, que, por isso, preferem "esperar alguns trimestres antes de alterar materialmente" essas estimativas.
Em relatório publicado no início de novembro, o Bradesco BBI também havia dito que a recente alta dos papeis da Ambipar era fruto de uma conjunção de fatores. Entre eles, o aumento da participação do acionista controlador para 73%, a compra de 15% do capital social da empresa pela gestora Trustee e a recompra de 7% das ações, o que acabou gerando um movimento de short squeeze. Ou seja, uma alta atípica do papel, que ocorre quando muitos investidores estão posicionados para vendas a descoberto.
Leia também: Aristocratas da B3: Veja as empresas que pagam dividendos crescentes no Brasil
🔎 O Bradesco BBI e a Ágora Investimentos são a única casa com uma recomendação atualizada para a Ambipar. As outras três instituições que cobrem o papel (Bank of America, Itaú BBA e XP) colocaram o ativo em revisão depois da apresentação dos resultados do terceiro trimestre e da recente disparada do papel.
"A empresa recentemente fez mudanças em cargos de alta gerência, ao mesmo tempo em que aprimorou a divulgação de números operacionais para seus segmentos de negócios. O foco recente em gestão de passivos é um desenvolvimento positivo, e a empresa também mostrou melhorias em suas obrigações de M&A registradas, o que exigirá mais análise e incorporação em nossas projeções", explicou o Itaú BBA, em novembro.
Entre os nomes citados estão Nelson Tanure, Tércio Borlenghi, o Banco Master, e fundos ligados à gestora Trustee DTVM.
Agência descontinuou ratings, após o pedido de recuperação judicial da empresa.
A empresa também respondeu a um segundo ofício da B3 referente ao plano de reestruturação.
A Ambipar havia solicitado o depósito como garantia de contratos de derivativos firmados com o banco alemão.
A decisão decorre dos impactos diretos do processo judicial em curso sobre os trabalhos de revisão e auditoria das demonstrações financeiras.
A Justiça negou o mandado do Santander contra Ambipar, enquanto credores acusam empresa de “forum shopping” ao escolher sede no Rio para RJ.
Regulador quer entender discrepância entre o alto caixa declarado e o pedido de recuperação judicial.
Decisão suspende execuções contra a empresa e dá 60 dias para apresentação do plano de recuperação; ações sobem 15% no dia.
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