Ambev (ABEV3) sofre corte da XP com ameaça de Ozempic e Heineken
Banco corta preço-alvo em quase 20%; vendas podem cair por consumo de medicamentos

O cenário atual não está nada bom para a Ambev (ABEV3), segundo avaliam os analistas da XP Investimentos. Nesta sexta-feira (30), o banco emitiu um relatório rebaixando suas projeções para o ticker da empresa de bebidas de neutro para venda.
Segundo o documento, a decisão vem depois de um segundo trimestre com números frustrantes e uma mistura de situações que podem piorar os números da companhia. Eles citaram, por exemplo, uma redução no consumo de bebidas alcoólicas pela geração Z, que é o principal produto vendido pela Ambev.
A XP também reduziu o preço-alvo para os papéis, de R$ 13,40 para R$ 10,90, uma redução de 19% em relação ao patamar atual das ações. Na última segunda-feira, os papéis fecharam o pregão em R$ 12,40, valor considerado já caro pelos analistas.
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Os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak também destacaram que o crescimento do uso de medicamentos para emagrecimento pode impactar as vendas da companhia. Há uma estimativa de que os grupos que usam remédios como Ozempic e Mounjaro reduzem em até 50% o consumo de álcool.
“Aproveitamos para levantar questões estruturais sobre o case de investimento, especialmente quanto à capacidade da empresa de entregar crescimento de resultados diante da expansão das tendências de Health & Wellness e do aumento do consumo de medicamentos à base de GLP-1. Em nossa visão, essas tendências, combinadas com o fraco crescimento de resultados, devem manter limitada a capacidade de re-rating do papel”, escreveram.
Outro ponto de atenção levantado por eles foi a questão climática, que alerta para temperaturas abaixo da média histórica neste segundo semestre, situação que pode impactar o consumo. Além disso, a inauguração de uma nova planta da Heineken no Brasil ainda neste ano deve ampliar a concorrência e, por consequência, a pressão sobre a fabricante nacional.
“Além do curto prazo, projetamos que a dinâmica de receita continuará desafiadora até 2026, principalmente devido a um ambiente mais competitivo, já que o principal concorrente sinalizou uma abordagem orientada a volume após inaugurar planta em 2025. Isso provavelmente criará ventos contrários tanto para os volumes quanto para a capacidade de precificação da ação ABEV3”, finalizam.

ABEV3
AmbevR$ 12,19
0,68%
16,08 %
8.48%
13,02
2,08

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