65% dos brasileiros acham que bets deveriam ser proibidas, diz Datafolha
Por outro lado, 48% dos jogadores admitiram ter colocado as finanças pessoais em risco para apostar.
Cerca de 65% da população brasileira acha que as bets deveriam ser proibidas no país. E esse número sobe para 78% quando se trata de caça-níqueis online, como o jogo do tigrinho. É o que indica uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (23).
🎲 O Datafolha ouviu 1.935 pessoas, em 113 municípios do país, entre os dias 5 e 7 de novembro para entender qual é a avaliação da população brasileira sobre as apostas esportivas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo e a margem de confiança é de 95%.
Segundo a pesquisa, 54% dos brasileiros consideram que apostar é um vício e 30% acham que é uma perda de dinheiro. Apenas 15% têm uma visão positiva sobre o assunto e apontam os seguintes motivos para os jogos:
- Diversão: 9%;
- Fonte de renda: 3%;
- Investimento financeiro: 2%.
Diante dessa avaliação, apenas 36% dos brasileiros admitiram que têm o hábito de apostar. Contudo, só 4% desse público concentram suas apostas nos jogos online e 6% nas apostas esportivas. A maioria ainda prefere as loterias da Caixa (29%), as loterias federais (12%) e o jogo do bicho (8%).
A pesquisa explica que 18% dos entrevistados disseram já ter feito apostas online, mas 6% mantêm o hábito e 12% pararam de jogar. Além disso, 59% percebem mais perdas do que ganhos nas apostas esportivas. Esse número sobe para 67% no caso dos cassinos online.
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O lado negativo das bets
A pesquisa Datafolha também atesta os perigos implícitos nas bets, como inadimplência e ansiedade.
💲 Segundo o estudo, 49% dos jogadores apostam uma ou mais vezes por semana e o gasto médio com as bets chega a R$ 216 por mês. No caso dos jogos online de azar, o gasto médio é de R$ 354.
Por causa disso, 48% dos apostadores admitiram ter colocado as finanças pessoais em risco para apostar. Veja como:
- 22% contam com o dinheiro recebido para pagar contas;
- 22% usaram dinheiro guardado na poupança ou investimentos;
- 19% deixaram de comprar coisas;
- 15% pediram dinheiro emprestado para jogar;
- 15% usaram o cartão de crédito;
- 13% deixaram de pagar alguma conta;
- 8% ficaram devendo;
- 5% venderam alguma coisa para apostar.
Além disso, 37% dos apostadores relataram algum mal-estar mental. Os mais comuns são ansiedade (26%), depressão (14%) e desentendimento com parentes ou amigos (14%). Contudo, 2% também admitiram pensamentos suicidas, 4% tiveram problemas no trabalho e 6% falam em dependência dos jogos.
Bets na mira do governo
As bets entraram no centro das discussões do governo, do Congresso e até do STF (Supremo Tribunal Federal) depois que passaram a afetar o orçamento das famílias brasileiras e foram usadas em esquemas criminosos.
Atualmente, o governo federal trabalha na regulação das apostas online, o que já levou ao bloqueio de 5.200 sites considerados ilegais. O STF também discute o assunto, pois deve julgar a constitucionalidade da Lei das Bets no primeiro semestre de 2025.
Já o Senado Federal investiga o impacto econômico das apostas virtuais, a possível associação de empresas de apostas om organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro e o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades por meio da CPI das Bets.
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