10 altas seguidas: Veja as 5 vezes que Ibovespa alcançou feito no século

Rali voltou a acontecer nesta sexta-feira (12), depois de quase seis anos.

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Publicado em 12/07/2024 às 18:42h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/07/2024 às 18:42h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Ibovespa ainda não caiu em julho (Shutterstock)
Ibovespa ainda não caiu em julho (Shutterstock)

O Ibovespa subiu em todos os pregões de julho até agora. Foi um rali de 10 altas consecutivas, algo que não era visto no mercado brasileiro há mais de seis anos.

📈 De acordo com levantamento da Elos Ayta Consultoria, o Ibovespa só conquistou 10 pregões consecutivos de alta em cinco ocasiões desde 2000. A última havia sido na virada de 2017 para 2018.

O atual rali do Ibovespa começou em 1º de julho e garantiu uma valorização de 4,03% ou 4.971 pontos ao principal índice da B3.

A alta acumulada nesses 10 dias é significativa. Afinal, interrompe uma temporada de perdas do Ibovespa -o principal índice da B3 caiu 7,66% no primeiro semestre.

📊 Esta valorização, no entanto, foi menor do que a obtida das últimas vezes. Segundo a Elos Ayta Consultoria, o Ibovespa avançou 8,79% no rali de 2017/2018 e chegou a disparar 12,25% quando teve 10 altas seguidas em 2003.

Veja quando o Ibovespa conseguiu 10 altas consecutivas:

  • 20 de agosto de 2003: 12,25%;
  • 30 de julho de 2010: 8,30%;
  • 19 de julho de 2016: 9,37%;
  • 5 de janeiro de 2018: 8,79%;
  • 12 de julho de 2024: 4,03%.

Para o CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero, a guinada do Ibovespa reflete a redução dos riscos que pesaram sob o mercado acionário brasileiro no primeiro semestre, sobretudo a expectativa de juros altos nos Estados Unidos e turbulências políticas internas.

Nos últimos dias, o mercado voltou a apostar em cortes de juros nos Estados Unidos. Afinal, a inflação americana deu sinais de desaceleração e o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, já disse que dados positivos de inflação podem dar confiança ao Fed para cortar as taxas.

Além disso, os riscos domésticos que assustaram os investidores no fim do primeiro semestre começaram a se dissipar, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu compromisso com a responsabilidade fiscal, reduziu as críticas ao Banco Central e aceitou cortar gastos.

Einar Rivero comentou, no entanto, que o fato de o ganho acumulado neste rali ser menor do que os anteriores pode "representar uma timidez do mercado em procurar maiores retornos".

"Investidores podem estar evitando tomar grandes posições devido à incerteza ou falta de convicção sobre a direção futura do mercado. Isso pode resultar em uma tendência de alta moderada e persistente, impulsionada por pequenas entradas de capital em vez de grandes influxos de investimento", afirmou.