O que é VGBL: saiba como investir no plano de previdência
Índice de Conteúdo
- O que é VGBL?
- Principais características do VGBL
- Para que serve o VGBL?
- Como investir no VGBL?
- Quanto o VGBL custa?
- Como declarar o VGBL no Imposto de Renda?
- Como fazer o resgate do VGBL?
- Qual a diferença entre VGBL e PGBL?
- Qual é o melhor: VGBL ou PGBL?
- Quais as vantagens do VGBL?
- Quais as desvantagens do VGBL?
- Como escolher o melhor plano VGBL?
- Conclusão: VGBL vale a pena?
O VGBL é um dos produtos de previdência privada mais procurados por quem deseja construir patrimônio no longo prazo, complementar a aposentadoria ou organizar o planejamento sucessório.
Entretanto, muitas pessoas ainda não entendem exatamente como funciona, quais são suas vantagens, como ocorre a tributação.
Afinal, a previdência privada tem regras próprias, custos específicos e características que só se revelam no momento do resgate, tornando o investimento mais complexo.
Por isso, antes de escolher um plano é preciso conhecer seus detalhes, pois uma decisão precipitada pode levar a decisões caras, especialmente porque estamos falando de um investimento com horizonte de 10, 20 ou até 30 anos.
Confira a seguir tudo sobre o que é VGBL e como investir no plano de previdência com segurança!
O que é VGBL?
O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é um tipo de plano de previdência privada, sendo muito utilizado para complementar a aposentadoria convencional do INSS.
Apesar do nome complexo, o conceito é simples: você realiza aportes ao longo do tempo, esse dinheiro é investido em um fundo de previdência e, no futuro, pode ser resgatado integralmente ou ser transformado em uma renda mensal.
Em outras palavras, o VGBL funciona como uma reserva financeira de longo prazo, que cresce através dos rendimentos do fundo de previdência escolhido.
Principais características do VGBL
O VGBL possui algumas características que o diferenciam dos demais produtos de previdência. Entendê-las é essencial antes de investir.
A seguir, você verá as principais, explicadas de forma clara:
- Os aportes não são dedutíveis do IR, o que o torna mais adequado a quem usa o modelo simplificado.
- A tributação incide apenas sobre o rendimento, não sobre o saldo total.
- Permite portabilidade entre instituições, desde que seja para outro plano da mesma categoria.
- Pode ser resgatado à vista ou convertido em renda, dependendo da sua estratégia de aposentadoria.
- Oferece diferentes perfis de fundos, que vão desde extremamente conservadores até opções mais arrojadas, com renda variável.
A seguir, vamos detalhar esses pontos.
Tributação
A tributação do VGBL costuma ser um dos pontos mais importantes, e também um dos menos compreendidos pelos investidores.
No momento da contratação, você precisa escolher entre tabela progressiva ou tabela regressiva, e essa escolha impactará diretamente quanto imposto você pagará no futuro.
Na tabela regressiva, destinada a quem investe para o longo prazo, a alíquota diminui conforme o tempo passa.
|
Período de investimento |
Alíquota IR (%) |
|
até 2 anos |
35% |
|
de 2 a 4 anos |
30% |
|
de 4 a 6 anos |
25% |
|
de 6 a 8 anos |
20% |
|
de 8 a 10 anos |
15% |
|
acima de 10 anos |
10% |
Já a tabela progressiva segue as faixas tradicionais do IR, o que pode ser vantajoso para quem pretende receber valores menores no futuro ou resgatar no curto prazo.
|
Faixa |
Base de cálculo (R$) |
Alíquota do IR (%) |
Parcela a deduzir (R$) |
|
1ª faixa de renda |
Até R$ 26.963,20 |
– |
– |
|
2ª faixa de renda |
De R$ 26.963,21 até R$ 33.919,80 |
7,50% |
R$ 2.022,24 |
|
3ª faixa de renda |
De R$ 33.919,81 até R$ 45.012,60 |
15,00% |
R$ 4.566,23 |
|
4ª faixa de renda |
De R$ 45.012,61 até R$ 55.976,16 |
22,50% |
R$ 7.942,17 |
|
5ª faixa de renda |
Acima de R$ 55.976,16 |
27,50% |
R$ 10.740,98 |
O ponto mais importante é que, no VGBL, o imposto incide somente sobre o rendimento acumulado.
Na prática, isso reduz bastante o valor do imposto para quem planeja deixar o dinheiro rendendo por muitos anos ou para quem pretende utilizar o plano como forma de transmissão de patrimônio aos beneficiários.
Taxas
Assim como acontece com fundos de investimento, o VGBL tem custos, e eles podem influenciar muito no rendimento final ao longo do tempo. Os dois principais são:
- Taxa de administração, que remunera o trabalho da equipe que faz a gestão do fundo.
- Taxa de carregamento, que pode ser cobrada na entrada, na saída ou em ambas, embora muitos planos modernos já tenham zerado esse custo.
Além disso, alguns fundos de previdência possuem taxa de performance e outras tarifas menores que, somadas, podem reduzir o retorno.
Por isso, comparar taxas é essencial antes de contratar qualquer plano, especialmente em produtos que tendem a ficar por décadas na sua carteira.
Resgate
O VGBL oferece várias formas de resgate, permitindo adaptar o plano ao seu momento de vida. É possível retirar tudo de uma vez, fazer resgates programados ou transformar o saldo acumulado em uma renda mensal.
Essa flexibilidade é uma das razões pelas quais o VGBL é tão utilizado em planejamentos de aposentadoria. Você pode escolher:
- Resgate único, para usar a reserva em um grande projeto.
- Renda temporária, com pagamentos mensais por um período determinado.
- Renda vitalícia, que dura enquanto o titular estiver vivo.
Cada formato tem impacto direto no Imposto de Renda e na forma como sua previdência entrará (ou não) no planejamento sucessório.
Para que serve o VGBL?
O VGBL serve para diferentes objetivos financeiros, dependendo do perfil do investidor. Ele pode ser usado como previdência complementar, como ferramenta de proteção familiar, como estratégia de organização sucessória ou simplesmente como uma forma de acumular patrimônio com vantagem tributária no longo prazo.
Na prática, o VGBL é procurado por quem deseja:
- Construir uma reserva sólida para o futuro.
- Ter flexibilidade no momento do resgate.
- Indicar beneficiários e facilitar o recebimento da reserva em caso de falecimento.
- Investir em fundos de previdência com diferentes perfis de risco.
- Manter simplicidade na declaração do Imposto de Renda.
É por isso que o VGBL atende tanto investidores conservadores quanto aqueles com estratégia mais arrojada. Se o objetivo é acumular, proteger e facilitar o repasse do patrimônio, o VGBL costuma ser uma das melhores opções do mercado.
Como investir no VGBL?
Investir em um VGBL é simples na prática, mas exige atenção antes da contratação. Isso porque, por ser um produto de longo prazo, basta uma escolha errada para afetar a sua rentabilidade durante décadas.
O processo começa com a definição clara do objetivo:
- Complementar aposentadoria;
- Proteger seus beneficiários;
- Organizar a sucessão;
- Diversificar investimentos
Cada meta influencia o tipo de fundo, o regime tributário e até mesmo a instituição financeira escolhida.
Hoje, bancos, seguradoras e corretoras oferecem diversas opções, mas as diferenças de taxa e estratégia são grandes.
Muitos investidores cometem o erro de contratar o plano recomendado pelo gerente do banco sem analisar alternativas, o que pode significar pagar taxas mais altas e ter um rendimento inferior ao longo de anos.
É importante também avaliar o seu perfil de risco. Há VGBLs que investem majoritariamente em renda fixa, outros com participação relevante em ações e multimercados.
A escolha deve refletir seu horizonte de tempo e sua tolerância a oscilações. Por fim, após selecionar o plano, você define o valor do aporte inicial, os aportes mensais (se houver) e começa, formalmente, a construir sua reserva previdenciária.
Quanto o VGBL custa?
Embora seja vendido como um produto de investimento, o VGBL tem custos que precisam ser considerados porque afetam diretamente o rendimento líquido ao longo dos anos.
Taxa de administração: Cobrada anualmente pela gestão do fundo de previdência. Essa taxa pode variar bastante, chegando a 2% ao ano, em alguns casos.
Taxa de carregamento: Algumas instituições aplicam essa taxa na entrada, na saída ou nas duas modalidades. Ela funciona como um percentual descontado do valor aportado ou do valor resgatado.
Além dessas duas, podem existir custos de performance (em fundos mais sofisticados) ou despesas operacionais embutidas na estrutura do produto. Por isso, antes de contratar qualquer VGBL, é essencial analisar:
- Taxa de administração;
- Política de cobrança de carregamento;
- Estrutura de custos do fundo;
- Histórico de desempenho em relação aos concorrentes.
Como declarar o VGBL no Imposto de Renda?
Como não permite dedução, uma das vantagens do VGBL é sua simplificação na hora de preencher a declaração de Imposto de Renda.
- O saldo do plano deve ser informado apenas na ficha “Bens e Direitos”, dentro do código específico para previdência VGBL.
- O contribuinte declara quanto tinha investido em 31/12 do ano anterior e quanto tinha em 31/12 do ano-base da declaração.
Não é preciso declarar a rentabilidade anual do plano, apenas os valores aportados.
Os rendimentos dos planos VGBL só são tributados no momento do resgate, e aí sim entram como “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva” (no caso da tabela regressiva) ou como “Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ” (no caso da tabela progressiva).
Na prática, isso torna a rotina de declaração muito mais fácil para quem não quer lidar com cálculos mensais de imposto ou abatimentos.
Como fazer o resgate do VGBL?
O VGBL é flexível na etapa de resgate, permitindo diferentes formatos conforme o objetivo do investidor. Veja:
Resgate único: Quando o titular retira todo o valor acumulado de uma vez. Essa opção costuma ser utilizada por quem pretende usar o recurso em um grande projeto ou para reorganizar o patrimônio.
Renda temporária: Em que o montante acumulado é convertido em pagamentos mensais durante um período pré-definido, como 10, 15 ou 20 anos. É um modelo muito adotado por quem quer complementar a aposentadoria sem depender apenas do INSS.
Renda vitalícia: Que paga um valor mensal enquanto o beneficiário estiver vivo. É a opção que dá mais previsibilidade de longo prazo, especialmente para quem busca segurança durante a velhice.
Algumas variações podem incluir reversão para cônjuge, continuidade para beneficiários ou garantias caso o titular faleça prematuramente.
Cada formato tem impactos diferentes na tributação, na sucessão e na gestão do fluxo de caixa. Por isso, escolher o tipo de resgate é tão importante quanto escolher o plano em si.
Qual a diferença entre VGBL e PGBL?
Embora pareçam produtos semelhantes, VGBL e PGBL atendem perfis e necessidades completamente diferentes. A diferença mais significativa está na forma como o Imposto de Renda é calculado:
- No VGBL, o IR incide apenas sobre os rendimentos;
- No PGBL, o IR incide sobre o valor total resgatado.
Sendo assim, o PGBL é mais indicado para quem faz declaração completa e quer aproveitar a dedução de até 12% da renda bruta anual.
Já o VGBL é ideal para quem utiliza o modelo simplificado, é isento, ou já atingiu o limite de dedução com outro plano.
Qual é o melhor: VGBL ou PGBL?
Não existe resposta única. O melhor plano depende de objetivos pessoais, renda, forma de declaração de imposto e horizonte de investimento.
Para quem faz declaração completa e quer reduzir legalmente o imposto no presente, o PGBL costuma ser mais vantajoso, já que permite deduzir até 12% da renda bruta tributável.
Por outro lado, para quem entrega a declaração simplificada, não paga IR ou já atingiu o limite de dedução com outro plano, o VGBL costuma ser superior, principalmente porque tributa apenas os rendimentos na saída.
O ideal é analisar o momento atual, mas também considerar como será a renda, tributação e objetivo no futuro.
Quais as vantagens do VGBL?
O VGBL oferece benefícios que o tornam um dos planos de previdência mais utilizados no Brasil. Entre os principais:
- Tributação apenas sobre os rendimentos, o que reduz o imposto pago no resgate e favorece quem investe no longo prazo.
- Ideal para quem usa a declaração simplificada, já que os aportes não geram dedução.
- Flexibilidade de aportes, com liberdade para investir valores mensais, esporádicos ou aporte único.
- Portabilidade para outros planos, sem necessidade de resgate ou nova carência.
- Diversidade de fundos, permitindo escolher entre perfis conservadores, moderados ou arrojados.
- Simplicidade para declarar no IR, o que reduz burocracia ano a ano.
Quais as desvantagens do VGBL?
Mesmo sendo eficiente, o VGBL apresenta limitações que o investidor precisa considerar:
- Aportes não dedutíveis no IR, prejudicando quem poderia aproveitar o benefício fiscal do PGBL na declaração completa.
- Planos com taxas elevadas em algumas instituições, o que reduz a rentabilidade ao longo dos anos.
- Escolha definitiva da tabela de tributação, impossibilitando mudanças posteriores e aumentando o risco de uma decisão mal planejada.
- Dependência da qualidade do fundo, já que estratégias ruins ou gestão fraca podem comprometer o resultado de longo prazo.
Como escolher o melhor plano VGBL?
Na hora de escolher o melhor plano VGBL para o seu perfil, leve em consideração:
- Autoconhecimento financeiro: entender seu objetivo, prazo e perfil de risco.
- Analisar a estratégia do fundo: verifique se é conservador, moderado ou arrojado, e se essa característica combina com sua realidade.
- Comparar taxas: planos com taxa de administração mais baixa costumam entregar resultados superiores no longo prazo. Da mesma forma, evitar taxas de carregamento é uma decisão inteligente para preservar rendimento.
- Compare instituições: seguradoras independentes e plataformas de investimento tendem a oferecer opções mais competitivas do que bancos tradicionais.
Conclusão: VGBL vale a pena?
O VGBL pode ser uma solução estratégica dentro da previdência privada brasileira, sobretudo para quem busca simplicidade tributária, flexibilidade no resgate e eficiência no planejamento financeiro e sucessório.
Ainda assim, como qualquer investimento, exige uma análise cuidadosa, considerando taxas, regime de tributação e o perfil do fundo escolhido.
No fim, o melhor plano é aquele que se alinha aos seus objetivos de longo prazo e à forma como você deseja construir o futuro.
Para muitos investidores, o VGBL pode ser uma peça importante no caminho rumo à independência financeira. Por isso, vale conhecer seus detalhes e avaliar como esse tipo de investimento encaixa na sua estratégia pessoal.
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