O que é Rating? Guia completo sobre classificação de risco

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Publicado em 12/08/2023 às 13:03h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 12/08/2023 às 13:03h Atualizado 2 meses atrás por João Henrique Possas
Saiba tudo sobre neste artigo completo do Investidor10!
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Rating é como se fosse um "boletim" do mercado financeiro, usado para medir o risco de crédito de uma empresa, instituição ou governo.

Essa avaliação é feita por agências especializadas que analisam diversos fatores, como saúde financeira, histórico de pagamento e cenário econômico.

A lógica é simples: quanto menor o risco de calote, melhor a nota e maior a confiança do investidor.

A importância de entender o rating

Saber interpretar um rating é uma ferramenta poderosa para proteger e otimizar seus investimentos.

Essas notas fornecem um panorama claro sobre a saúde financeira de uma empresa, governo ou instituição, permitindo que você avalie o risco envolvido em determinado ativo antes de alocar seu capital.

Embora muitos investidores novatos pensem que uma nota alta é uma recomendação direta de compra, o rating é, na verdade, um indicador de risco, não uma dica de mercado.

As agências emitem essas avaliações para mostrar a probabilidade de uma entidade cumprir suas obrigações financeiras, funcionando como um alerta sobre a solidez do ativo.

Por que o rating é essencial para investidores conservadores?

Se você é novo no mercado ou tem um perfil mais conservador, acompanhar as classificações de risco é uma estratégia fundamental para evitar prejuízos inesperados e proteger o patrimônio.

Essas classificações não apenas indicam se um ativo possui um risco elevado de inadimplência, mas também permitem que você avalie rapidamente se a aplicação é compatível com sua tolerância ao risco.

Ativos com baixa classificação indicam um maior risco de não pagamento, especialmente em cenários de instabilidade econômica.

Para investidores que desejam evitar a volatilidade e buscam mais previsibilidade, como aqueles que preferem renda fixa ou títulos de empresas bem estabelecidas, o rating é um filtro essencial.

Em muitos casos, fundos de investimento e seguradoras só aplicam recursos em ativos com grau de investimento, o que mostra a relevância dessas notas no mercado.

Além disso, o rating é uma ferramenta fundamental para quem não tem tempo ou conhecimento técnico para realizar uma análise financeira completa.

Ele oferece um atalho confiável, já que as agências avaliam aspectos complexos como fluxo de caixa, endividamento e capacidade de pagamento.

Com isso, mesmo os investidores mais experientes utilizam essas classificações como ponto de partida para definir uma lista de ativos que vale a pena investigar mais a fundo​

Outro ponto relevante é que as agências de rating mantêm um acompanhamento contínuo dos emissores, atualizando as notas conforme surgem novos dados ou alterações nas condições econômicas.

Isso garante que o investidor tenha sempre uma visão atualizada do risco, ajudando a evitar surpresas e decisões precipitadas.

Portanto, acompanhar o rating não é apenas um diferencial — é uma prática necessária para aqueles que querem proteger seus investimentos e garantir rentabilidade consistente sem assumir riscos desnecessários.

Diferenças entre grau de investimento e grau especulativo

As agências de rating dividem seus indicadores em duas grandes categorias: grau de investimento e grau especulativo, cada uma com implicações distintas para os investidores em termos de risco e retorno.

Essa divisão funciona como uma bússola que orienta os investidores sobre a segurança e o potencial de rentabilidade dos ativos.

Grau de investimento: segurança com estabilidade

Ativos classificados como grau de investimento apresentam notas elevadas, como AAA ou AA, o que indica um risco reduzido de inadimplência.

Esses ativos são emitidos por empresas, governos ou instituições com forte capacidade de honrar seus compromissos financeiros, mesmo diante de crises econômicas.

Exemplos comuns incluem títulos de governos sólidos, grandes corporações e instrumentos de renda fixa, como debêntures ou LCIs emitidos por bancos robustos.

Entretanto, essa segurança traz uma contrapartida: o retorno desses ativos tende a ser menor.

Como o risco associado é baixo, os juros ou dividendos pagos também são mais modestos, o que pode limitar o ganho potencial.

Por isso, o grau de investimento é atraente principalmente para investidores que buscam estabilidade, como fundos de pensão, seguradoras e pessoas físicas que desejam preservar o capital no longo prazo, evitando surpresas desagradáveis​

Grau especulativo: maior risco, maior retorno

Por outro lado, ativos com grau especulativo (notas abaixo de BBB) são mais arriscados, mas oferecem possibilidade de retornos elevados.

Esses papéis são frequentemente emitidos por startups, empresas de setores inovadores ou de mercados emergentes, onde o risco de não pagamento é mais alto, mas o potencial de crescimento é atrativo.

Investir nesses ativos é semelhante a entrar em uma montanha-russa: o retorno pode ser expressivo, mas o risco de perdas é significativo​

Essa categoria pode ser interessante para investidores com um perfil mais agressivo, que têm maior tolerância ao risco e buscam rentabilidades acima da média.

Muitos desses investidores alocam parte de suas carteiras em ativos especulativos, na expectativa de capturar altos retornos em um curto período.

No entanto, é preciso monitorar de perto o desempenho dessas empresas, pois mudanças nas condições econômicas ou erros na gestão podem rapidamente degradar a qualidade do investimento.

Escolhendo com base no perfil de risco

A chave para decidir entre grau de investimento e grau especulativo é conhecer seu perfil de investidor e sua estratégia de alocação de ativos.

Se você busca segurança e previsibilidade, ativos de grau de investimento são a opção mais adequada, oferecendo proteção contra volatilidade e preservação do capital.

Já se você tem um perfil mais aventureiro e está disposto a assumir riscos em troca de potenciais ganhos expressivos, os ativos especulativos podem ser uma boa alternativa.

Muitos investidores utilizam uma estratégia híbrida, diversificando suas carteiras com uma mistura dos dois tipos de ativos, equilibrando segurança e rentabilidade.

Essa abordagem garante uma base estável, com a possibilidade de aproveitar oportunidades de crescimento em mercados de maior risco​

Como as agências de rating operam?

As três principais agências de classificação de risco — Moody’s, Standard & Poor’s (S&P) e Fitch — desempenham papéis fundamentais na economia global, fornecendo avaliações sobre a capacidade financeira de emissores de títulos, governos e empresas.

Cada uma utiliza uma metodologia própria para atribuir suas notas, mas todas compartilham o objetivo de medir a capacidade de pagamento e a probabilidade de inadimplência de quem emite uma dívida​

Moody's: Especialista em riscos de longo prazo

A Moody’s é reconhecida por seu foco em avaliações de longo prazo, oferecendo notas que avaliam não apenas a situação financeira atual de uma instituição, mas também a sua perspectiva futura.

Suas análises são bastante detalhadas, levando em consideração fluxo de caixa, capacidade de endividamento e cenários macroeconômicos.

Essa profundidade torna a agência uma referência para investidores que buscam maior segurança ao alocar recursos em títulos de dívida de longo prazo, como debêntures ou bonds internacionais.

Standard & Poor's (S&P): Padrão global em classificação de crédito

A S&P é famosa por suas classificações que vão de AAA (mais alta qualidade) até D (inadimplente).

Suas avaliações são amplamente utilizadas por governos e grandes corporações para atrair investidores e obter condições mais favoráveis de financiamento.

A S&P também analisa riscos setoriais e geopolíticos, ajustando suas notas com base nas mudanças econômicas globais e regionais.

Isso faz com que suas avaliações sejam indispensáveis para investidores que acompanham de perto a volatilidade do mercado e as condições econômicas específicas de cada país​

Fitch: Relevante na Europa e mercados emergentes

Embora menos conhecida globalmente, a Fitch tem um impacto significativo no mercado europeu e em economias emergentes.

A agência é respeitada por sua capacidade de identificar riscos específicos em mercados mais voláteis e, por isso, suas notas são frequentemente usadas por investidores que operam nesses ambientes.

A Fitch também avalia com profundidade níveis de alavancagem e estratégias financeiras das empresas, identificando vulnerabilidades que podem afetar a capacidade de pagamento no curto prazo.

Escalas de análise: Emissor versus emissão

Cada agência usa duas abordagens principais na atribuição de notas:

  1. Rating do emissor: Avalia a saúde financeira global da empresa, instituição ou governo que emite o título. É uma visão abrangente da capacidade de honrar compromissos ao longo do tempo, considerando fatores como endividamento e histórico de pagamento.
  2. Rating da emissão: Focado em uma dívida específica, como um título de renda fixa. Essa nota leva em conta não apenas a qualidade do emissor, mas também as garantias oferecidas e a subordinação da dívida — quanto mais subordinado o título, maior é o risco, resultando em uma nota mais baixa​

Como as avaliações impactam o mercado financeiro

As notas dessas agências são fundamentais para determinar o custo de captação de empresas e governos.

Ativos com notas elevadas conseguem obter taxas de juros mais baixas, enquanto aqueles com ratings baixos precisam oferecer rendimentos maiores para atrair investidores.

Além disso, muitos fundos de investimento e instituições financeiras só podem aplicar em ativos com grau de investimento, o que reforça a importância das avaliações dessas agências na hora de tomar decisões financeiras.

Em resumo, a operação dessas agências vai além da simples atribuição de notas: elas influenciam diretamente a alocação de recursos no mercado global e ajudam a definir quais ativos são considerados seguros ou especulativos.

O uso dessas classificações por investidores de todos os perfis demonstra como o rating é essencial para garantir a transparência e segurança nos mercados financeiros.

Como o cenário econômico influencia o rating

Em momentos de instabilidade econômica, a análise de ratings se torna ainda mais relevante, pois oscilações no mercado podem alterar drasticamente o perfil de risco de empresas, governos e instituições financeiras.

Um ambiente de inflação elevada e taxas de juros em ascensão, como o observado recentemente, impõe desafios significativos ao financiamento de longo prazo.

Para muitas empresas, o aumento do custo do crédito afeta diretamente sua capacidade de endividamento, prejudicando fluxo de caixa e, consequentemente, impactando as classificações de risco.

O efeito das taxas de juros no custo de financiamento

Com juros mais altos, tanto empresas quanto governos enfrentam condições mais duras para captar recursos no mercado.

Isso pode resultar em uma deterioração do rating, pois o maior custo financeiro reduz a margem de manobra das empresas para honrar suas dívidas.

As agências de rating avaliam continuamente esses fatores, ajustando as notas com base em como cada entidade gerencia dívidas de curto e longo prazo, garantindo liquidez sem comprometer sua solvência.

O impacto do ambiente fiscal e político no Brasil

No Brasil, embora alguns setores tenham apresentado sinais de recuperação, como exportações e agronegócio, persistem desafios relacionados à gestão fiscal e à confiança política.

A necessidade de reformas estruturais e o controle das contas públicas permanecem críticos para manter ou melhorar a classificação de crédito do país.

Movimentos inesperados, como intervenções governamentais ou mudanças bruscas na política monetária, podem gerar volatilidade, afetando negativamente os ratings tanto de títulos soberanos quanto de empresas privadas.

Como os investidores reagem às mudanças no rating

Uma alteração na classificação de risco pode desencadear uma reação em cadeia no mercado.

Títulos com rebaixamento para grau especulativo podem ser descartados por fundos institucionais que têm restrições para investir em ativos de maior risco.

Isso eleva a pressão sobre o emissor, obrigando-o a oferecer rendimentos mais altos para atrair investidores, aumentando ainda mais seu custo de capital.

Em contrapartida, empresas ou países que conseguem melhorar seus ratings são recompensados com condições de financiamento mais favoráveis, atraindo novos investimentos e fortalecendo sua posição no mercado.

A importância de acompanhar o rating em um ambiente dinâmico

Em um cenário global de rápidas mudanças, acompanhar as atualizações das agências de rating é essencial para antecipar movimentos do mercado e proteger os investimentos.

As agências não apenas monitoram a situação financeira das empresas, mas também consideram indicadores macroeconômicos, como crescimento do PIB, inflação e dívida pública, para prever a capacidade futura de pagamento.

Como utilizar essas informações a seu favor?

Entender o rating permite que você faça escolhas mais informadas e filtre oportunidades de investimento de acordo com seu perfil de risco.

Ferramentas como o Investidor10 são aliadas nesse processo, fornecendo análises detalhadas e acesso fácil às principais informações do mercado.

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