O que é o Mercado de Ações e como funciona?

Mercado de Ações: entenda como funciona

Author
Publicado em 26/08/2024 às 22:54h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 26/08/2024 às 22:54h Atualizado 2 meses atrás por Carlos Filadelpho

O que é o mercado de ações?

O mercado de ações é um ambiente onde se negociam partes do capital de empresas, chamadas de ações. Quando uma empresa decide abrir seu capital, ela emite ações que podem ser compradas por investidores. 

Esses investidores, ao adquirirem ações, tornam-se proprietários de uma pequena parte da empresa e, assim, têm direito a uma parte dos lucros, na forma de dividendos, além de receberam o direito de participar das assembleias de acionistas, dependendo do tipo de ação que possuem.

Conceitos importantes do mercado de ações

Apresentando o conceito base para o mercado de ações, é hora de explicar o significado de outros termos relevantes que estão diretamente relacionados a este mercado. Confira!

Bolsa de valores

A bolsa de valores é a instituição onde ocorrem as negociações de ações e outros valores mobiliários. No Brasil, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), é o local onde as empresas listam suas ações para que sejam negociadas por investidores. 

A bolsa também serve como um ambiente seguro e regulado para essas transações, garantindo que todas as negociações sejam realizadas de forma transparente e justa.

Negociação

Negociar no mercado de ações envolve a compra e venda de ações entre investidores. Essas transações são feitas através de corretoras, que atuam como intermediárias entre os compradores e os vendedores. 

O preço de uma ação é determinado pela oferta e demanda no mercado: se há mais pessoas querendo comprar do que vender, o preço sobe; se o contrário ocorre, o preço cai.

Regulação

O mercado de ações é altamente regulado para proteger os investidores e garantir a integridade do mercado. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsável por essa regulação. 

A CVM estabelece regras que as empresas e os investidores devem seguir, fiscaliza as operações e pode punir irregularidades. Além disso, a B3 também tem suas próprias regras e procedimentos para garantir a transparência e segurança das negociações.

Intermediação

A intermediação no mercado de ações é feita pelas corretoras de valores, que são as entidades autorizadas a operar na bolsa de valores em nome dos investidores. 

As corretoras oferecem plataformas de negociação online, onde os investidores podem comprar e vender ações, além de fornecerem análises e recomendações de investimento. 

Por essa intermediação, as corretoras cobram taxas, como a corretagem, que podem variar de acordo com o serviço prestado.

Empresas de capital aberto

Capital aberto na Bolsa de Valores - Foto: Freepik

Empresas de capital aberto são aquelas que têm suas ações negociadas publicamente em uma bolsa de valores. Isso significa que qualquer investidor pode comprar uma parte da empresa ao adquirir suas ações. 

Ao abrir o capital, a empresa passa a ser de propriedade dos acionistas, que são aqueles que compram suas ações.

Por que as empresas abrem o capital?

Abrir o capital é um passo estratégico importante para muitas empresas, permitindo que elas cresçam e se desenvolvam em um ambiente competitivo. 

A seguir, exploramos as principais razões pelas quais uma empresa decide abrir seu capital.

Acesso a capital

Uma das principais razões para abrir o capital é a necessidade de captar recursos financeiros. Ao vender suas ações no mercado, a empresa consegue levantar uma quantidade significativa de dinheiro que pode ser utilizada para diversos fins, como:

  • Expansão dos negócios: Investir em novas unidades, aquisição de outras empresas ou expansão internacional.

  • Inovação e desenvolvimento: Financiar pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou tecnologias.

  • Redução de dívidas: Usar os recursos para pagar dívidas e melhorar a saúde financeira da empresa.

Essa injeção de capital é menos onerosa do que contrair empréstimos, pois não gera obrigações de pagamento de juros.

Liquidez patrimonial

Abrir o capital também proporciona maior liquidez patrimonial para os proprietários e acionistas iniciais da empresa. Isso significa que eles podem vender suas participações no mercado de ações de maneira mais fácil e rápida. 

Em uma empresa de capital fechado, a venda de participações pode ser complicada e demorada, já que depende de encontrar compradores específicos.

Além disso, a liquidez também facilita a entrada e saída de novos investidores, tornando a empresa mais atraente para aqueles que buscam investimentos de curto, médio ou longo prazo.

Visibilidade

A abertura de capital também aumenta significativamente a visibilidade e o reconhecimento da empresa. Empresas listadas em bolsas de valores costumam atrair mais atenção da mídia, analistas de mercado e investidores institucionais. Essa maior visibilidade pode:

  • Fortalecer a marca: A empresa passa a ser vista como uma entidade sólida e confiável.

  • Aumentar as oportunidades de negócios: Empresas de capital aberto podem ter mais facilidade para estabelecer parcerias, acessar novos mercados e atrair talentos.

  • Reforçar a confiança dos clientes: A transparência exigida de uma empresa de capital aberto pode aumentar a confiança dos clientes, pois sabem que a empresa é regulada e supervisionada por órgãos competentes.

Continue lendo: Comprar ações ou investir em fundos? Saiba qual o melhor!

Tipos de ofertas

Quando uma empresa decide abrir seu capital, ela pode realizar diferentes tipos de ofertas de ações para captar recursos no mercado. 

As ofertas de ações são classificadas principalmente em dois tipos: ofertas primárias e ofertas secundárias.

Ofertas primárias

Nas ofertas primárias, a empresa emite novas ações que são vendidas diretamente ao público investidor. 

Os recursos obtidos com a venda dessas ações vão diretamente para o caixa da empresa, sendo utilizados para financiar seus projetos, expandir operações, pagar dívidas ou outros objetivos estratégicos.

Características das ofertas primárias:

  • Captação de capital: O principal objetivo é levantar novos recursos financeiros.

  • Diluição de participação: Como novas ações são emitidas, a participação dos acionistas existentes pode ser diluída, dependendo do número de ações adquiridas por novos investidores.

  • Impacto no valor de mercado: A oferta primária pode impactar o valor de mercado da empresa, dependendo da quantidade de ações emitidas e do preço estabelecido.

Ofertas secundárias

Nas ofertas secundárias, não há emissão de novas ações. Em vez disso, acionistas existentes, como fundadores, investidores iniciais ou outros grandes acionistas, vendem suas ações ao público. 

Os recursos obtidos com essa venda vão diretamente para os acionistas vendedores, não para a empresa.

Características das ofertas secundárias:

  • Liquidez para acionistas: Permite que acionistas existentes realizem seus lucros, convertendo parte ou a totalidade de suas participações em dinheiro.

  • Sem diluição: Como não há emissão de novas ações, não há diluição da participação dos acionistas existentes.

  • Alteração na base acionária: Pode haver mudanças significativas na composição dos acionistas, mas sem impactar diretamente o caixa da empresa.

Como empresas fazem o IPO (Initial Public Oferring)

O IPO, ou Oferta Pública Inicial, é o processo pelo qual uma empresa faz sua primeira oferta de ações ao público. É um marco importante para qualquer empresa que deseja se tornar de capital aberto.

Veja de forma resumida, como tudo funciona:

1.Preparação interna Antes de lançar um IPO, a empresa precisa estar pronta para operar como uma companhia pública. Isso envolve:

  • Reestruturação financeira: Organizar as finanças da empresa, auditar demonstrações financeiras e adotar práticas de governança corporativa.

  • Contratação de consultores: Contratar bancos de investimento, advogados, auditores e outros consultores que irão auxiliar na preparação e condução do IPO.

2.Escolha dos bancos coordenadores: Os bancos de investimento desempenham um papel importante no IPO. Eles ajudam a determinar o valor da empresa, estabelecem o preço das ações, elaboram o prospecto (documento que detalha as informações da oferta) e coordenam a venda das ações.

3.Due diligence e registro na CVM: A empresa e os bancos coordenadores realizam uma due diligence, que é uma análise detalhada de todos os aspectos financeiros, operacionais e legais da empresa. 

Em seguida, a empresa precisa registrar a oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão regulador no Brasil. Esse registro envolve a apresentação do prospecto e outros documentos que devem ser aprovados pela CVM.

4.Roadshow: Após a aprovação da CVM, a empresa realiza um roadshow, onde seus executivos apresentam a empresa para investidores institucionais e outros potenciais investidores. Esse é um momento importante para gerar interesse e avaliar a demanda pelas ações.

5.Precificação: Com base na demanda identificada durante o roadshow e nas condições de mercado, os bancos coordenadores e a empresa definem o preço final das ações. Esse preço determina quanto será arrecadado na oferta.

6.Lançamento do IPO: No dia do lançamento, as ações começam a ser negociadas na bolsa de valores. Dependendo da demanda, o preço das ações pode variar, e a empresa começa a ser avaliada pelo mercado como uma empresa pública.

Follow-on

O follow-on é uma oferta subsequente de ações feita por uma empresa que já possui capital aberto. 

Ao contrário do IPO (Oferta Pública Inicial), que ocorre quando a empresa faz sua primeira oferta de ações ao público, o follow-on acontece quando a empresa já está listada na bolsa e decide emitir mais ações ou vender ações que estavam em posse de acionistas.

Existem dois tipos principais de follow-on:

  • Follow-on primário: Envolve a emissão de novas ações pela empresa, com o objetivo de captar novos recursos. Esses recursos são destinados ao caixa da empresa para financiar novos projetos, expandir operações ou pagar dívidas.

  • Follow-on secundário: Envolve a venda de ações que já existem, pertencentes a acionistas que desejam vender parte ou toda a sua participação na empresa. Nesse caso, os recursos obtidos vão diretamente para os acionistas vendedores, e não para a empresa.

Tipos de ações

Investidor analisando gráfico de ações - Foto: Freepik

As ações representam partes do capital social de uma empresa. No mercado de ações, elas podem ser classificadas em diferentes categorias, conforme veremos logo na sequência.

O que são os códigos dos ativos?

Os códigos dos ativos, também conhecidos como tickers, são abreviações que identificam as ações de uma empresa na bolsa de valores. 

No Brasil, os códigos são compostos por quatro letras, que representam o nome da empresa, seguidas de números que indicam o tipo de ação. Por exemplo:

  • PETR3: Código para ações ordinárias da Petrobras.

  • VALE5: Código para ações preferenciais da Vale.

Esses códigos são usados para facilitar a identificação e a negociação dos ativos no mercado.

Ações ordinárias

As ações ordinárias dão ao acionista o direito de votar em assembleias gerais da empresa. Cada ação ordinária geralmente corresponde a um voto. 

Além disso, os acionistas ordinários têm direito a receber dividendos, que são a parte dos lucros distribuída pela empresa aos seus acionistas.

Características:

  • Direito a voto: Participação em decisões importantes da empresa, como eleição de membros do conselho de administração e aprovação de fusões.

  • Participação nos lucros: Direito a receber dividendos, se a empresa decidir distribuí-los.

  • Tag along: Proteção para os acionistas em caso de venda da empresa, garantindo que recebam ao menos 80% do valor pago pelas ações dos controladores (no Brasil).

Ações preferenciais

As ações preferenciais dão prioridade no recebimento de dividendos e, em alguns casos, no reembolso do capital em caso de liquidação da empresa. No entanto, elas geralmente não conferem direito a voto nas assembleias.

Características:

  • Prioridade nos dividendos: Recebem dividendos antes das ações ordinárias e, em muitos casos, com um valor mínimo garantido.

  • Sem direito a voto: Em geral, os acionistas preferenciais não têm direito a voto em assembleias, salvo em situações específicas, como a aprovação de determinados tipos de fusões.

  • Preferência na liquidação: Em caso de liquidação da empresa, os acionistas preferenciais têm preferência no reembolso do capital investido.

Units

Units são pacotes que combinam diferentes tipos de ativos, como ações ordinárias e preferenciais, em uma única unidade negociável. 

Uma Unit pode, por exemplo, ser composta por uma ação ordinária e duas ações preferenciais, permitindo ao investidor ter uma combinação de direitos e benefícios.

Características:

  • Combinação de ações: Permite ao investidor possuir tanto ações ordinárias quanto preferenciais em um único ativo.

  • Diversificação: Proporciona uma forma de diversificar a carteira com diferentes tipos de ações de uma única empresa.

  • Liquidez: As units geralmente são mais líquidas, já que combinam diferentes tipos de ações em um único ativo.

Blue chips

Blue chips são ações de empresas grandes, consolidadas e financeiramente estáveis, com histórico de bons resultados. 

Essas empresas possuem alta capitalização de mercado e são amplamente negociadas na bolsa, oferecendo maior segurança e liquidez aos investidores.

Características:

  • Estabilidade: Empresas com forte presença no mercado, líderes em seus setores.

  • Liquidez: Altamente negociadas na bolsa, facilitando a compra e venda das ações.

  • Dividendos: Geralmente pagam dividendos consistentes, atraindo investidores que buscam renda regular.

Exemplos: Petrobras, Vale, Itaú Unibanco.

Small caps

Small capssão ações de empresas menores, com menor capitalização e participação de mercado. 

Embora possam ter mais risco devido à menor estabilidade financeira, essas ações oferecem um potencial de crescimento maior, o que atrai investidores dispostos a assumir mais risco em troca de maiores retornos.

Características:

  • Potencial de crescimento: Empresas em fase de expansão ou que atuam em nichos de mercado, com potencial para valorização significativa.

  • Maior risco: Podem ser mais voláteis e menos estáveis financeiramente, o que representa um risco maior para o investidor.

  • Menor liquidez: Geralmente são menos negociadas, o que pode dificultar a compra ou venda de grandes volumes de ações sem impactar o preço.

Exemplos: Empresas de tecnologia emergentes ou de setores específicos em crescimento.

Continue lendo: Investir em ações: 6 erros que você não pode cometer.

Formas de negociação

As negociações no mercado de ações podem ocorrer de várias formas, dependendo do tipo de mercado e do ambiente em que a transação é realizada. 

Aqui, explicaremos os conceitos de mercado primário, mercado secundário e mercado de balcão, destacando como cada um funciona.

Mercado primário e Mercado secundário

Esses dois mercados referem-se aos diferentes momentos e finalidades da negociação de ações.

Mercado Primário

O mercado primário é o ambiente onde as ações são emitidas pela primeira vez. Quando uma empresa decide abrir capital ou fazer um follow-on, ela emite novas ações que são vendidas diretamente aos investidores. 

Os recursos obtidos com essa venda vão para a própria empresa, ajudando-a a financiar suas operações, expandir ou quitar dívidas.

Características do mercado primário:

  • Emissão de novas ações: A empresa emite e vende ações pela primeira vez.

  • Captação de recursos: Os fundos levantados vão diretamente para a empresa.

Mercado Secundário

O mercado secundário é onde as ações já emitidas no mercado primário são negociadas entre investidores. 

Nesse ambiente, as transações não envolvem diretamente a empresa emissora das ações. Em vez disso, os investidores compram e vendem ações entre si, através da bolsa de valores ou do mercado de balcão.

Características do mercado secundário:

  • Negociação entre investidores: As ações são negociadas entre investidores, sem a participação direta da empresa emissora.

  • Liquidez: Proporciona liquidez para os investidores, que podem comprar ou vender suas ações a qualquer momento, desde que haja interessados.

Mercado de balcão

O mercado de balcão é um ambiente de negociação de ações que não são listadas nas bolsas de valores tradicionais, como a B3. 

Essas negociações ocorrem diretamente entre as partes, com o auxílio de corretoras, ou em sistemas de negociação que não fazem parte das bolsas de valores organizadas.

Ativos negociados na bolsa

A bolsa de valores é o ambiente onde diversos tipos de ativos financeiros são negociados. Esses ativos oferecem diferentes formas de investimento, cada um com suas características e níveis de risco. 

A seguir, exploramos os principais tipos de ativos negociados na bolsa: ações, opções de ações, fundos de investimento e fundos de índices (ETFs).

Compra direta de ações

A compra direta de ações é a forma mais tradicional e conhecida de investimento na bolsa. Ao comprar uma ação, o investidor adquire uma pequena parte de uma empresa e, assim, participa de seus resultados financeiros.

Características:

  • Propriedade: O investidor se torna acionista da empresa, com direito a participar dos lucros (dividendos) e, dependendo do tipo de ação, a votar em assembleias.

  • Valorização: As ações podem valorizar ou desvalorizar, dependendo do desempenho da empresa e das condições de mercado.

  • Risco: O risco é proporcional ao desempenho da empresa; se ela vai bem, as ações tendem a valorizar, mas se enfrenta dificuldades, o valor das ações pode cair.

Opções de ações

As opções de ações são contratos que dão ao investidor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender uma ação a um preço predeterminado em uma data futura. 

Características:

  • Alavancagem: As opções permitem que os investidores movimentem grandes volumes de ações com um investimento inicial menor.

  • Proteção: As opções podem ser usadas como hedge, protegendo o investidor contra movimentos adversos no preço das ações.

  • Risco: As opções são mais arriscadas que a compra direta de ações, pois podem expirar sem valor se o preço da ação não se mover conforme esperado.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento reúnem recursos de diversos investidores para investir em uma carteira diversificada de ativos. Cada investidor compra cotas do fundo, que representa uma fração do portfólio.

Características:

  • Diversificação: Os fundos geralmente investem em uma variedade de ativos, o que ajuda a diluir o risco.

  • Gestão profissional: Um gestor profissional é responsável por escolher e administrar os investimentos do fundo.

  • Taxas: Os fundos cobram taxas de administração e, em alguns casos, taxas de performance, que remuneram o gestor com base nos resultados.

Fundos de índices (ETF)

Os ETFs (Exchange-Traded Funds) são fundos que replicam a performance de um índice de mercado, como o Ibovespa, e cujas cotas são negociadas em bolsa como ações.

Características:

  • Diversificação: Ao comprar cotas de um ETF, o investidor ganha exposição a todos os ativos que compõem o índice, promovendo diversificação automática.

  • Liquidez: ETFs são negociados em bolsa, permitindo que os investidores comprem e vendam cotas a qualquer momento durante o horário de negociação.

  • Custos: Os ETFs geralmente têm taxas de administração mais baixas do que os fundos de investimento tradicionais, devido à sua gestão passiva.

Continue lendo: O que são fundos de ações.

Horários de negociação da bolsa

Entender os horários de negociação da bolsa de valores é essencial para quem deseja operar no mercado de ações. 

O mercado de ações brasileiro, operado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), possui diferentes períodos de negociação ao longo do dia, cada um com suas características específicas.

Horários de abertura e fechamento: Para saber que horas abre o mercado de ações, é importante observar os seguintes períodos:

  • Pré-Abertura: Das 9h45 às 10h00.

Durante a pré-abertura, os investidores podem inserir, alterar ou cancelar ordens, mas as negociações ainda não são efetivadas. É um período para ajustar as expectativas de preços antes do início oficial das negociações.

  • Pregão Regular: Das 10h00 às 17h00.

Este é o horário principal de negociação, onde as ordens são executadas em tempo real, permitindo a compra e venda de ações, opções, ETFs e outros ativos listados na B3.

  • After-Market: Das 17h30 às 18h00.

O after-market é um período de negociação adicional que ocorre após o fechamento do pregão regular. Ele permite a execução de ordens com algumas restrições, como limites de variação de preço em relação ao fechamento do dia.

Circuit Breaker

Circuit Breaker na Bolsa de Valores - Foto: Freepik

O circuit breaker é um mecanismo de proteção do mercado acionário que interrompe temporariamente as negociações em caso de quedas acentuadas nos preços das ações. 

Esse mecanismo é ativado para evitar pânico e volatilidade excessiva, permitindo que os investidores reavaliem suas posições e tomem decisões com mais calma.

Como funciona:

  • Primeiro nível: Se o Ibovespa, principal índice da B3, cair 10% em relação ao fechamento do dia anterior, o pregão é interrompido por 30 minutos.

  • Segundo nível: Se, após a retomada, o índice cair mais 5% (totalizando 15% de queda), o pregão é interrompido por mais 1 hora.

  • Terceiro nível: Se, após a segunda interrupção, o índice cair mais 5% (totalizando 20% de queda), a bolsa pode decidir encerrar as negociações para o resto do dia.

Importância do Circuit Breaker:

  • Estabilidade: O mecanismo ajuda a estabilizar o mercado em momentos de grande incerteza.

  • Proteção: Protege investidores de decisões precipitadas causadas por movimentos bruscos de mercado.

  • Reavaliação: Dá tempo para que informações adicionais sejam digeridas pelos investidores, contribuindo para um mercado mais racional.

Proventos

Proventos são distribuições de lucros ou outros benefícios pagos pelas empresas aos seus acionistas. Eles representam uma maneira de recompensar os investidores pela confiança e pelo capital investido. 

Existem diversos tipos de proventos, cada um com suas características e implicações tributárias. Vamos explorar os principais: dividendos, juros sobre capital próprio, bonificação e bônus de subscrição.

Dividendos

Os dividendos são a forma mais comum de distribuição de lucros de uma empresa para seus acionistas. Quando uma empresa tem lucro e decide distribuir uma parte desse lucro aos seus acionistas, isso é feito na forma de dividendos.

Características:

  • Periodicidade: Podem ser distribuídos de forma trimestral, semestral ou anual, dependendo da política de dividendos da empresa.

  • Isenção fiscal: No Brasil, os dividendos são isentos de imposto de renda para os acionistas, uma vez que a empresa já pagou imposto sobre o lucro antes da distribuição.

  • Forma de pagamento: Podem ser pagos em dinheiro, ações adicionais ou, em alguns casos, outros ativos.

  • Dividendo mínimo obrigatório: No Brasil, a legislação exige que as empresas paguem um dividendo mínimo de 25% do lucro líquido ajustado, a menos que os estatutos da empresa estabeleçam uma porcentagem diferente.

Juros Sobre Capital Próprio

Os juros sobre capital próprio são uma forma alternativa de distribuição de lucros que oferece benefícios fiscais para a empresa. 

Ao contrário dos dividendos, que são distribuídos a partir do lucro líquido, o JCP é contabilizado como despesa financeira, permitindo que a empresa deduza esse valor do lucro antes de impostos.

Características:

  • Benefício fiscal: A empresa pode deduzir o valor pago como JCP da base de cálculo do imposto de renda, o que reduz a carga tributária.

  • Tributação para o acionista: Ao contrário dos dividendos, o JCP é tributado na fonte em 15% para o acionista, como antecipação de imposto de renda.

  • Pagamento em dinheiro: Geralmente, o JCP é pago em dinheiro, e seu valor é deduzido do montante que seria distribuído como dividendos.

Bonificação

A bonificação é a distribuição de ações adicionais aos acionistas sem custo, como uma forma de distribuir lucros ou reservas de capital. 

É uma maneira de a empresa aumentar o número de ações em circulação sem impactar diretamente seu valor de mercado.

Características:

  • Aumento no número de ações: O acionista recebe ações adicionais proporcionais à sua participação atual, sem precisar pagar por elas.

  • Impacto no valor das ações: O valor das ações pode ser ajustado para refletir a emissão das novas ações, o que geralmente não altera o valor total do investimento do acionista, mas dilui o valor individual de cada ação.

  • Incentivo para acionistas: A bonificação é usada para atrair e reter investidores, proporcionando-lhes uma maior participação na empresa sem desembolso adicional.

Bônus de subscrição

Os bônus de subscrição são direitos concedidos aos acionistas para comprar novas ações da empresa a um preço predeterminado, geralmente inferior ao valor de mercado. 

Esses bônus são distribuídos como um benefício adicional e podem ser negociados no mercado secundário.

Características:

  • Preço de exercício: O bônus de subscrição estabelece um preço (preço de exercício) pelo qual o acionista pode comprar as novas ações, geralmente abaixo do preço de mercado atual.

  • Período de exercício: Existe um período específico durante o qual o acionista pode exercer o direito de subscrição. Após esse período, o bônus perde sua validade.

  • Negociação: Os bônus podem ser negociados em bolsa como um ativo separado, permitindo que o acionista venda esse direito, caso não queira comprar as novas ações.

  • Diluição: A emissão de novas ações por meio de bônus de subscrição pode resultar em diluição da participação dos acionistas que não exercem seus direitos.

Como começar a investir?

Investir pode parecer intimidador no início, mas com um planejamento cuidadoso e a compreensão dos princípios básicos, qualquer pessoa pode começar a construir seu patrimônio. 

Aqui está um guia passo a passo para te ajudar a iniciar sua jornada no mundo dos investimentos.

1.Defina seus objetivos financeiros

Antes de começar a investir, é essencial ter clareza sobre seus objetivos financeiros. Pergunte-se:

  • Quais são meus objetivos de curto, médio e longo prazo?

  • Estou investindo para a aposentadoria, para comprar uma casa, ou para outro objetivo específico?

  • Qual é o meu horizonte de tempo para esses objetivos?

  • Definir objetivos claros ajudará a escolher os tipos de investimentos mais adequados e a definir quanto risco você está disposto a assumir.

2.Eduque-se sobre investimentos

Educar-se sobre o mundo dos investimentos é crucial para tomar decisões informadas. Alguns conceitos básicos que você deve entender incluem:

  • Risco e retorno: Compreender a relação entre risco e retorno é fundamental. Investimentos mais arriscados geralmente oferecem retornos potenciais maiores, mas também têm uma maior chance de perda.

  • Diversificação: Não coloque todos os ovos em uma única cesta. Diversificar seus investimentos ajuda a reduzir o risco.

  • Tipos de investimentos: Familiarize-se com diferentes classes de ativos, como ações, títulos, fundos de investimento, ETFs, imóveis, e criptomoedas.

3.Crie um fundo de emergência

Antes de investir, é importante ter um fundo de emergência. Este fundo deve cobrir de 3 a 6 meses de despesas básicas e deve ser mantido em um local seguro e de fácil acesso.

Normalmente, os investidores alocam a reserva de emergência em títulos públicos ou CDBs com liquidez diária.

4. Escolha uma corretora de valores

Para começar a investir, você precisará de uma corretora de valores. Uma corretora é uma instituição financeira que intermedia a compra e venda de ativos financeiros.

Como escolher uma corretora:

  • Taxas e custos: Compare as taxas de corretagem, custódia e outros custos.

  • Plataforma: Verifique se a plataforma de negociação é fácil de usar e se oferece as ferramentas que você precisa.

  • Atendimento ao cliente: Certifique-se de que a corretora oferece um bom atendimento ao cliente, caso precise de ajuda.

  • Ofertas de produtos: Certifique-se de que a corretora oferece uma gama de produtos que atende às suas necessidades, como ações, fundos, ETFs, entre outros.

5.Escolha seus primeiros investimentos

Com seus objetivos definidos, sua corretora escolhida e um fundo de emergência em vigor, é hora de escolher seus primeiros investimentos. Aqui estão algumas opções comuns para iniciantes:

  • Ações: Investir em ações de empresas é uma maneira popular de construir patrimônio a longo prazo.

  • Fundos de investimento: São geridos por profissionais e permitem diversificação com um investimento relativamente baixo.

  • Renda fixa: Títulos públicos e privados que oferecem uma rentabilidade previsível e são menos arriscados que ações.

6.Monitore e reavalie seus investimentos

Após começar a investir, é muito importante monitorar regularmente o desempenho dos seus investimentos e reavaliar sua estratégia conforme necessário. 

Mudanças na sua situação financeira ou nos objetivos podem exigir ajustes na alocação de ativos. No entanto, considere os seguintes itens:

  • Evite o comportamento de rebanho: Não siga cegamente as tendências do mercado. Faça escolhas baseadas em sua própria análise e objetivos.

  • Paciência: Investir é uma maratona, não uma corrida. Mantenha-se firme em sua estratégia e evite tomar decisões precipitadas com base em flutuações de curto prazo.

Conclusão

Após conferir um panorama completo sobre o mercado de ações, é hora de começar a montar a sua carteira de investimentos.

Sendo assim, antes de sair, aproveite para conhecer o nosso gerenciador de carteiras e tenha controle total sobre seus investimentos e o retorno obtido, além de uma série de gráficos e indicadores importantes.

Com uma carteira de investimentos organizada e bem administrada, você reduz seus riscos e ao mesmo tempo, maximiza o seu potencial de retorno, principalmente com foco no longo prazo. Não deixe de conferir o nosso gerenciador!

Leia mais: