Manual do Investidor Iniciante: tudo que você precisa saber antes de começar a investir

Pensando em você que está em busca de aprendizado para começar a investir, preparamos um manual completo e gratuito. Confira!

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Publicado em 25/06/2024 às 14:03h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 25/06/2024 às 14:03h Atualizado 3 meses atrás por Carlos Filadelpho
Manual do Investidor Iniciante: tudo que você precisa saber antes de começar a investir
Manual do Investidor Iniciante: tudo que você precisa saber antes de começar a investir

Você já pensou em como seria útil, se existisse uma espécie de manual do investidor iniciante, com os principais pontos e conceitos que uma pessoa precisa saber antes de começar a investir?

Pensando nisso, o Investidor10 decidiu preparar um conteúdo super completo, com tudo o que você precisa saber antes de iniciar no mundo dos investimentos.

Aqui vamos falar sobre conceitos básicos como renda fixa e renda variável, apresentar os principais tipos de investimento, bem como, uma série de dicas e informações importantes para que você comece a investir de forma consciente, evitando erros.

Para saber mais, conferir tudo o que nós separamos para você e aprender muito, continue conosco e acompanhe este artigo até o final.

Manual do investidor iniciante: o que é renda fixa?

A renda fixa é uma categoria de investimentos em que o investidor sabe, no momento da aplicação, as condições de remuneração e o prazo de vencimento do título. 

Esses investimentos são caracterizados por oferecerem uma rentabilidade mais previsível e menos volátil em comparação com a renda variável.

Existem diferentes tipos de investimentos de renda fixa, incluindo: títulos públicos, certificados de depósito bancário (CDBs), letras de crédito (LCIs e LCAs), debêntures, e fundos de renda fixa.

Quanto aos rendimentos, as aplicações de renda fixa podem ser:

     Pré-fixadas: Nos investimentos pré-fixados, a taxa de retorno é conhecida no momento da aplicação, o que significa que o investidor sabe exatamente quanto receberá no vencimento do título.

     Pós-fixadas: Nos investimentos pós-fixados, a rentabilidade está atrelada a um índice de referência, como a taxa Selic ou o CDI, e, portanto, o retorno só será conhecido no vencimento.

Além das opções acima, ainda é possível que uma aplicação de renda fixa seja híbrida, ou seja, com parte dos rendimentos pós-fixados e parte pré-fixada.

A renda fixa é indicada para investidores que buscam construir um portfólio conservador, montar uma reserva de emergência, proteger seu capital e obter rentabilidade constante ao longo do tempo.

Manual do investidor iniciante: o que é renda variável?

A renda variável é uma categoria de investimentos em que a rentabilidade não é previsível e pode variar significativamente ao longo do tempo.

Ao contrário da renda fixa, onde as condições de remuneração são conhecidas no momento da aplicação, na renda variável os ganhos (ou perdas) dependem do desempenho do ativo no mercado. Por isso, os investimentos em renda variável são geralmente mais arriscados, mas também têm o potencial de oferecer retornos mais elevados.

Um dos exemplos mais comuns de renda variável são as ações. Quando você compra uma ação, está adquirindo uma pequena participação em uma empresa, e o valor dessa ação pode subir ou descer conforme o desempenho da empresa e as condições do mercado.

Dito isso, é importante observar que para investir em renda variável, é muito importante realizar uma análise detalhada dos ativos e entender fatores que podem influenciar os preços.

Para isso, muitos investidores utilizam estratégias de análise técnica e/ou fundamentalista, assunto que vamos abordar melhor na sequência.

Agora que você já conhece a definição de renda fixa e renda variável, vamos avançar no nosso manual do investidor iniciante, explicando no próximo tópico o conceito de Bolsa de Valores.

O que é Bolsa de Valores?

O que é Bolsa de Valores - Foto: Freepik

Uma bolsa de valores é um mercado organizado onde são negociados títulos e valores mobiliários, como ações, fundos de investimento imobiliário, entre outros ativos financeiros.

Esse mercado proporciona um ambiente regulamentado e seguro para a compra e venda desses ativos entre investidores, instituições financeiras e empresas.

Aqui no Brasil, por exemplo, temos a B3, cuja sede fica em São Paulo e as operações são reguladas pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários.

No entanto, existem outras bolsas importantes ao redor do mundo, dentre elas:

     NYSE (New York Stock Exchange): Uma das maiores bolsas de valores do mundo, localizada em Nova York, onde são negociadas ações de grandes empresas americanas.

     NASDAQ: Também localizada nos Estados Unidos, é conhecida por listar empresas de tecnologia e outras de crescimento rápido.

As bolsas de valores são responsáveis por processar as operações que envolvem a compra e venda de ativos da renda variável.

No entanto, o investidor não precisa ir até lá para fazer suas operações, uma vez que as ordens de compra e venda são transmitidas através da internet, por meio dos bancos e corretoras.

Quais são os perfis de investidor

Em um bom manual do investidor iniciante, não poderíamos deixar de explicar o que são perfis de investimento e como eles funcionam, afinal, todo investidor precisa conhecer o seu perfil.

Os perfis de investidor são categorias que ajudam a identificar o grau de tolerância ao risco, os objetivos financeiros, horizonte de investimento e preferências de cada indivíduo em relação aos investimentos.

Conhecer o seu perfil de investidor é fundamental para tomar decisões de investimento alinhadas com suas necessidades e expectativas.

Os perfis de investidor são classificados em três categorias: conservador, moderado e arrojado.

Investidor conservador: O investidor conservador é aquele que prioriza a segurança do seu capital acima de tudo. Esse perfil tem baixa tolerância ao risco e prefere investimentos que ofereçam rentabilidade estável e previsível.

Investidores conservadores geralmente optam por concentrar suas aplicações em produtos da renda fixa, como títulos públicos, CDBs, LCIs, LCAs e fundos de renda fixa.

Investidor moderado: O investidor moderado é aquele que busca um equilíbrio entre segurança e rentabilidade. Esse perfil aceita um certo grau de risco em troca de uma potencial rentabilidade maior do que a oferecida pela renda fixa.

Investidores moderados costumam diversificar sua carteira, combinando investimentos em renda fixa e renda variável.

Investidor arrojado: O investidor arrojado, ou agressivo, é aquele que tem alta tolerância ao risco e busca maximizar a rentabilidade de seus investimentos.

Esse perfil está disposto a enfrentar maior volatilidade e potencial de perdas no curto prazo em troca de retornos substancialmente mais altos no longo prazo. Investidores arrojados frequentemente investem a maior parte de seu capital em ativos de renda variável.

Ao abrir uma conta de investimentos em uma corretora ou começar a investir através do seu banco, você será convidado a responder um questionário que lhe ajudará a entender o seu perfil de investidor.

O que é análise fundamentalista?

A análise fundamentalista é uma metodologia utilizada para avaliar o valor intrínseco de um ativo financeiro, como uma ação, com base em dados econômicos, financeiros e de mercado.

O objetivo principal dessa análise é determinar se o preço atual do ativo está subvalorizado ou supervalorizado em relação ao seu valor real, ajudando os investidores a tomar decisões de compra ou venda.

A análise fundamentalista envolve o estudo de vários fatores, incluindo a saúde financeira da empresa, sua gestão, posição no mercado, desempenho passado e perspectivas futuras, sendo muito utilizado para ações, BDRs e stocks.

Alguns dos principais elementos considerados na análise fundamentalista são:

     Demonstrativos financeiros: Análise das demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e a demonstração de fluxo de caixa.

     Preço/Lucro (P/L): Relação entre o preço da ação e o lucro por ação. Indica quanto os investidores estão dispostos a pagar por cada unidade de lucro.

     Preço/Valor Patrimonial (P/VP): Compara o preço da ação com o valor patrimonial por ação. Um valor menor que 1 pode indicar que a ação está subvalorizada.

     Dividend Yield: Taxa de retorno dos dividendos em relação ao preço da ação, indicando a rentabilidade dos dividendos pagos pela empresa.

     Margem de Lucro: Proporção do lucro líquido em relação à receita total, mostrando a eficiência da empresa em gerar lucro.

     Análise setorial e econômica: Envolve a análise do setor em que a empresa opera, incluindo seus riscos, concorrentes e expectativas.

     Gestão e governança corporativa: Análise da estrutura de gestão da empresa e seu grau de governança, bem como, seu histórico de decisões importantes.

     Perspectivas de crescimento: Análise das perspectivas de crescimento da empresa para os próximos meses ou anos.

     Análise macroeconômica: Condições macroeconômicas, como taxa de juros, inflação, políticas fiscais e monetárias, e indicadores econômicos globais, também influenciam o desempenho das empresas e devem ser considerados na análise.

A análise fundamentalista é amplamente utilizada por investidores de longo prazo que buscam identificar ações de empresas com bons fundamentos e potencial de retorno.

O que é análise técnica?

A análise técnica é uma metodologia utilizada para avaliar e prever o movimento futuro dos preços dos ativos financeiros com base em dados históricos de preços e volumes de negociação.

Ao contrário da análise fundamentalista, que se concentra em avaliar o valor intrínseco de uma empresa ou ativo, a análise técnica se baseia na ideia de que todas as informações relevantes já estão refletidas no preço e que os padrões de movimento dos preços tendem a se repetir ao longo do tempo.

Os analistas técnicos utilizam gráficos e uma variedade de ferramentas e indicadores para identificar tendências e padrões que possam sugerir futuros movimentos de preços.

Dentre principais conceitos e ferramentas da análise técnica incluem:

     Tendências: As tendências podem ser de alta (bullish), de baixa (bearish) ou lateral (sideways). A análise técnica busca determinar o início, a continuação e o fim dessas tendências.

     Linhas de suporte e resistência: Suporte é um nível de preço onde a demanda é forte o suficiente para impedir que o preço caia ainda mais. Resistência é um nível onde a oferta é forte o suficiente para impedir que o preço suba mais.

     Índice de Força Relativa (RSI): Mede a velocidade e a mudança dos movimentos de preço, indicando condições de sobrecompra ou sobrevenda.

     MACD (Moving Average Convergence Divergence): Um indicador de momento que mostra a relação entre duas médias móveis de preço.

     Bollinger Bands: Envolvem as médias móveis com bandas de volatilidade, indicando níveis de preço relativos de sobrecompra ou sobrevenda.

     Padrões gráficos: Padrões gráficos como cabeça e ombros, triângulos, bandeiras e padrões de velas japonesas (candlestick patterns) são utilizados para prever movimentos futuros dos preços com base em formações gráficas reconhecíveis.

     Volume de negociação: O volume é um indicador importante na análise técnica, pois confirma a força de uma tendência. Movimentos de preços acompanhados por altos volumes de negociação são considerados mais significativos.

A análise técnica é amplamente utilizada por traders de curto prazo que buscam aproveitar as oscilações de preços para obter lucros rápidos.

Manual do investidor iniciante: quais são os principais ativos da renda fixa

Principais ativos da renda fixa - Foto: Freepik

Após um panorama completo sobre conceitos que não poderiam ficar de fora do manual do investidor iniciante, é hora de avançarmos em direção ao detalhamento dos principais ativos da renda fixa.

Na sequência vamos falar sobre: Tesouro Direto, CDB, Fundos de Renda Fixa, LCI, LCA, CRA, CRI e debêntures. Vale a pena conferir!

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um programa do governo brasileiro que permite a compra e venda de títulos públicos federais por pessoas físicas através da internet.

Os títulos públicos oferecidos pelo Tesouro Direto são emitidos pelo governo para financiar suas atividades e projetos, como infraestrutura, educação e saúde. Em troca, o investidor recebe uma remuneração, que pode ser pré-fixada ou pós-fixada.

Existem diferentes tipos de títulos no Tesouro Direto, dentre os quais, podemos destacar:

Tesouro Selic (LFT): Este título é pós-fixado, ou seja, sua rentabilidade está atrelada à taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. É indicado para investidores que buscam segurança, sendo uma opção para a reserva de emergência.

Tesouro IPCA+: Estes títulos são também pós-fixados, mas sua rentabilidade é composta por uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA, que é a inflação oficial do Brasil. São indicados para quem deseja proteger o poder de compra do dinheiro investido.

Tesouro Pré-fixado: Este título possui uma taxa de rentabilidade fixa definida no momento da compra. É indicado para quem acredita que as taxas de juros irão cair no futuro e deseja garantir a rentabilidade atual.

Tesouro Pré-fixado com Juros Semestrais: Similar ao Tesouro Pré-fixado, mas com a diferença de que paga juros ao investidor a cada seis meses. É adequado para quem busca uma renda periódica.

Para investir no Tesouro Direto, é preciso abrir conta em uma corretora de valores habilitada e realizar um cadastro no site do Tesouro Direto. As compras e vendas de títulos são feitas através da internet e o valor mínimo para investimento é bastante acessível, por volta de R$ 30,00.

CDB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um tipo de investimento de renda fixa emitido por bancos, que funciona como uma forma de captação de recursos.

Quando um investidor compra um CDB, ele está emprestando dinheiro ao banco, que, em troca, promete devolver o valor investido acrescido de juros em uma data futura.

Existem diferentes tipos de CDBs, cada um com suas características específicas:

     CDB Pré-fixado: Nesse tipo de CDB, a taxa de juros é definida no momento da aplicação e não muda até o vencimento, com isso, o investidor sabe exatamente quanto receberá ao final do período.

     CDB Pós-fixado: A rentabilidade desse tipo de CDB é atrelada a um índice de referência, normalmente o CDI. Por sua vez, como o CDI acompanha a taxa Selic, a rentabilidade do CDB pós-fixado varia conforme as mudanças nas taxas de juros.

     CDB Híbrido: Em um CDB híbrido, parte da rentabilidade é pré-fixada e parte pós-fixada, acompanhando algum índice oficial, como por exemplo, o IPCA.

Um ponto muito importante sobre os CDBs, é que eles contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250.000,00 por CPF, em caso de falência do banco emissor.

Na prática, isso proporciona uma camada extra de segurança ao investimento. Além disso, os CDBs oferecem rentabilidade superior à de poupança, tornando-os uma alternativa mais interessante para quem busca retornos melhores sem abrir mão da segurança.

Fundos de Renda Fixa

Dando sequência ao nosso manual do investidor iniciante, é hora de falar sobre os fundos de renda fixa.

Fundos de renda fixa são uma modalidade de investimento coletivo em que os recursos de um grupo de investidores são reunidos para serem aplicados em ativos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, LCIs, LCAs, debêntures, entre outros.

A gestão desses fundos é realizada por profissionais especializados, que assumem a responsabilidade de selecionar os ativos e gerir a carteira de acordo com a política de investimento estabelecida no regulamento do fundo.

Investir em fundos de renda fixa oferece várias vantagens:

     Gestão profissional: A carteira é gerida por profissionais experientes, que tomam as decisões de investimento com base em análises detalhadas e conhecimento de mercado.

     Diversificação: Os fundos de renda fixa permitem que os investidores tenham acesso a uma carteira diversificada de ativos, o que ajuda a diluir os riscos.

     Liquidez: A maioria dos fundos de renda fixa permite resgates em prazos curtos, o que oferece flexibilidade aos investidores.

     Acessibilidade: É possível começar a investir com valores relativamente baixos, tornando os fundos de renda fixa acessíveis a um amplo público.

No entanto, é importante considerar alguns aspectos antes de investir em fundos de renda fixa, dentre eles, as taxas de administração podem variar significativamente entre os fundos e impactar a rentabilidade final.

LCI

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras, como bancos, com o objetivo de captar recursos para financiar o setor imobiliário.

Ao investir em LCI, o investidor empresta dinheiro ao banco, que, por sua vez, utiliza esses recursos para conceder financiamentos imobiliários. Em contrapartida, o investidor recebe uma remuneração, que pode ser pré-fixada ou pós-fixada.

Dentre as principais características das LCIs, podemos destacar:

     Isenção de Imposto de Renda: Uma das principais vantagens das LCIs é que os rendimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

     Segurança: LCIs são garantidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250.000,00 por CPF, em caso de falência do banco emissor.

     Liquidez: A liquidez das LCIs é limitada, uma vez que o investidor precisa manter o capital investido até o vencimento.

LCA

Você já sabe o que é LCI, sendo assim, neste tópico do nosso manual do investidor iniciante, vamos falar sobre a LCA.

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos para financiar o setor agrícola e agroindustrial.

Assim como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), a LCA oferece aos investidores uma forma de aplicação que combina segurança, rentabilidade e benefícios fiscais.

Na prática, as características da LCA são exatamente as mesmas da LCI, com a diferença na destinação que os bancos fornecem aos recursos investidos.

CRI

O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é um instrumento de renda fixa que tem ganhado destaque no mercado financeiro brasileiro. Emitido por securitizadoras, o CRI se baseia em créditos provenientes de operações do setor imobiliário, como financiamentos concedidos por construtoras, incorporadoras ou instituições financeiras para projetos de construção, desenvolvimento ou aquisição de imóveis.

O processo de securitização transforma esses créditos em títulos negociáveis no mercado, permitindo que as construtoras antecipem junto aos investidores, os recursos referentes à venda de imóveis que foram negociados com pagamento parcelado.

Esse instrumento é fundamental para que as construtoras consigam recursos para colocar seus projetos em prática.

CRA

O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)é um título de renda fixa emitido por securitizadoras com o objetivo de captar recursos para o financiamento do setor agrícola.

Assim como o CRI, o CRA transforma recebíveis originados de operações do agronegócio em títulos negociáveis no mercado financeiro, o que possibilita que empresas que atuam no agronegócio consigam antecipar recursos com o auxílio do mercado de investimentos.

Apesar de serem menos conhecidos que CDBs, LCIs e LCAs, os títulos CRI e CRA, são uma alternativa de renda fixa para construção de uma carteira de investimentos bem diversificada.

Debêntures

Para finalizar a parte de ativos da renda variável em nosso manual do investidor iniciante, vamos falar sobre debêntures

Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas privadas com o objetivo de captar recursos no mercado financeiro.

Ao adquirir debêntures, os investidores emprestam dinheiro para as empresas emissoras, que, por sua vez, se comprometem a pagar juros periódicos e devolver o valor principal no vencimento do título.

A rentabilidade das debêntures pode ser pré-fixada, pós-fixada ou híbrida, dependendo das condições estabelecidas na emissão do título.

Além disso, as debêntures podem ser garantidas ou não garantidas. Debêntures garantidas têm algum tipo de garantia real, como alienação fiduciária de bens, enquanto as não garantidas dependem apenas da capacidade de pagamento da empresa emissora.

Manual do investidor iniciante: Quais são os principais ativos da renda variável

Quais são os principais ativos da renda variável - Foto: Freepik

Dando sequência ao nosso manual do investidor iniciante, é hora de conferir quais são os principais ativos da renda variável.

Na sequência, vamos explicar o conceito de ações, fundos imobiliários, fundos de renda variável, ETFs, BDRs, stocks e criptomoedas. Vale a pena conferir!

Ações

As Ações representam a menor fração do capital social de uma empresa negociada no mercado financeiro.

Ao adquirir ações, os investidores se tornam sócios da empresa, com direito a participar dos lucros e dividendos, e a depender do tipo de ação, de decisões importantes nas assembleias gerais.

As ações são classificadas em dois tipos principais: ordinárias (ON) e preferenciais (PN).

     Ações Ordinárias (ON): Conferem ao acionista direito a voto nas assembleias, permitindo influenciar nas decisões estratégicas da empresa. 

     Ações Preferenciais (PN): Oferecem preferência no recebimento de dividendos, porém, não possuem direito a voto.

A rentabilidade das ações é variável e depende do desempenho da empresa emissora no mercado. Os acionistas podem lucrar com a valorização das ações no mercado secundário (onde são compradas e vendidas) e/ou com o recebimento de dividendos.

No entanto, investir em ações envolve riscos, pois o valor das ações pode variar de acordo com fatores econômicos, políticos e empresariais. O preço das ações pode tanto valorizar quanto desvalorizar ao longo do tempo.

Fundos Imobiliários

Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são uma forma acessível e eficiente de investir no mercado imobiliário sem a necessidade de comprar imóveis diretamente.

No mercado de FIIs, os recursos dos investidores são captados e aplicados em diversos tipos de empreendimentos imobiliários, como:

     Edifícios comerciais;

     Galpões logísticos;

     Shoppings centers;

     Hospitais e outros imóveis.

Por sua vez, dentre as principais características dos fundos imobiliários, podemos destacar:

Estrutura e administração: Os fundos imobiliários são constituídos e administrados por instituições financeiras especializadas. A gestão dos recursos fica a cargo de um gestor profissional que decide onde alocar os recursos de acordo com a política de investimentos do fundo.

Rendimentos: À medida que os recursos são investidos, os cotistas do fundo recebem retorno por meio da distribuição dos lucros provenientes do aluguel ou compra e venda de imóveis.

Valorização das cotas: Além dos rendimentos distribuídos, as cotas dos FIIs também podem se valorizar no mercado secundário, refletindo a valorização dos imóveis e a demanda pelos fundos.

As ações e os fundos imobiliários são os tipos de investimentos mais conhecidos da renda variável. No entanto, como o nosso manual do investidor iniciante é super completo, vamos falar sobre outros tipos de ativos na sequência.

Fundos de Renda Variável

Fundos de renda variávelsão fundos de investimento que aplicam os recursos dos seus investidores em uma variedade de ativos de renda variável.

Ao contrário dos fundos de renda fixa, cujos retornos são previsíveis, os fundos de renda variável estão sujeitos a oscilações de mercado e oferecem potencial de retorno mais elevado, porém com maior risco associado.

Dentre as principais características desse tipo de ativo, podemos destacar:

Tipos de ativos: Os fundos de renda variável podem investir em uma variedade de ativos. A composição dos ativos pode variar conforme a estratégia do fundo e as condições do mercado.

Gestão profissional: Os fundos de renda variável são gerenciados por profissionais especializados, que utilizam análise técnica, análise fundamentalista e outras estratégias para maximizar o retorno do fundo dentro dos parâmetros estabelecidos.

Diversificação: Investir em fundos de renda variável é um dos caminhos que o investidor possui para diversificar a carteira de investimentos.

Por fim, vale destacar que assim como todos os fundos de investimento, os fundos de renda variável são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e devem seguir regras específicas de transparência e divulgação de informações aos cotistas.

ETFs

Os Exchange-Traded Funds (ETFs) são fundos de investimento negociados em bolsa de valores que replicam o desempenho de índices de mercado.

Na prática, eles funcionam de forma semelhante a um fundo de investimento tradicional, porém a carteira dos ETFs é formada pelo mesmo grupo de ativos do índice que ele acompanha.

Sendo assim, ao investir em ETFs os investidores obtêm exposição diversificada aos ativos incluídos no índice, proporcionando uma maneira eficiente de investir em uma ampla gama de papéis sem precisar comprar cada ativo individualmente.

BDRs

Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são certificados de depósito de valores mobiliários lastreados em ativos emitidos por empresas estrangeiras, negociados no mercado brasileiro.

Sendo assim, eles permitem que investidores brasileiros tenham acesso a ações de empresas internacionais sem a necessidade de investir diretamente nos mercados estrangeiros.

Em outras palavras, através dos BDRs, você pode comprar ações de empresas como Google, Amazon, Meta, Tesla, Netflix, dentre outras, sem precisar abrir conta em uma corretora do exterior e fazer transferências internacionais de valores.

Stocks

Stocks é o termo em inglês utilizado para fazer referência a ações que estão sendo negociadas no exterior, como por exemplo, no mercado norte americano.

Boa parte das stocks podem ser adquiridas aqui no Brasil através das BDRs. No entanto, se preferir, o investidor pode comprar as stocks diretamente no exterior.

Para isso, conforme explicamos no item anterior, é preciso abrir conta em uma corretora internacional e transferir recursos para fora do país, convertendo o Real em outras moedas, como por exemplo, o dólar.

Além disso, vale destacar que tanto no caso dos stocks, quanto no caso dos BDRs, é possível ganhar dinheiro com:

     A possível valorização dos papéis;

     Através dos dividendos que são distribuídos pelas empresas.

No entanto, como todo tipo de ativo da renda variável, stocks e BDRS podem oscilar negativamente, expondo os investidores a riscos.

Criptomoedas

Não poderíamos concluir a parte de ativos da renda variável do nosso manual do investidor iniciante, sem comentar a respeito das badaladas criptomoedas.

Criptomoedas são moedas digitais descentralizadas que utilizam criptografia para garantir transações seguras e controlar a criação de novas unidades.

Ao contrário das moedas tradicionais emitidas por bancos centrais, as criptomoedas são descentralizadas e operam em uma rede peer-to-peer (P2P). Isso significa que não são controladas por uma autoridade central, como um governo ou instituição financeira.

A tecnologia blockchain é fundamental para as criptomoedas. Ela funciona como um livro-razão público e distribuído, onde todas as transações são registradas de forma transparente e verificável por todos os participantes da rede.

A segurança das transações é garantida por algoritmos criptográficos avançados, que protegem contra fraudes e alterações não autorizadas.

Existem milhares de criptomoedas diferentes, cada uma delas com suas características e propósitos específicos. O Bitcoin (BTC) é a mais conhecida e a primeira criptomoeda lançada, mas há outras como:

     Ethereum (ETH);

     Ripple (XRP);

     Litecoin (LTC);

     Entre outras.

Com isso, você que chegou até este ponto do nosso manual do investidor iniciante já conhece a maior parte dos ativos de renda fixa e variável. No entanto, ainda não acabou, temos muito conteúdo importante para você conferir na sequência.

Como funciona a tributação sobre investimentos

Como funciona a tributação sobre investimentos - Foto: Freepik

A tributação sobre investimentos varia de acordo com o tipo de aplicação financeira. Confira um resumo na sequência para esclarecer suas dúvidas sobre esse importante aspecto.

Tributação sobre investimentos de Renda Fixa

Os rendimentos de aplicações de renda fixa como o Tesouro Direto e o CDB são tributados pela tabela regressiva de Imposto de Renda (IR), com alíquotas que variam de acordo com o prazo de investimento:

     Até 180 dias: 22,5%

     De 181 a 360 dias: 20%

     De 361 a 720 dias: 17,5%

     Acima de 720 dias: 15%

No entanto, algumas aplicações são isentas de IR, como é o caso das LCIs e LCAs e dos CRIs e CRAs.

Tributação sobre investimentos de renda variável

No caso da tributação sobre investimentos em renda variável, podemos afirmar que existem mais particularidades. Veja um resumo:

     Para ações, há isenção de IR para vendas mensais de até R$ 20.000,00. Acima desse valor, há uma alíquota de 15% sobre o lucro líquido obtido na venda das ações.

     Já operações day trade (compra e venda no mesmo dia) têm alíquota de 20% sobre o lucro.

     Por sua vez, os fundos imobiliários têm tributação de 20% sobre o lucro de vendas, independentemente do valor da venda.

Outros pontos importantes da tributação sobre investimentos

     Os dividendos distribuídos por empresas são isentos de imposto de renda para o acionista pessoa física.

     Já os Juros sobre Capital Próprio (JCP) são tributados na fonte à alíquota de 15%.

     Fundos de investimento têm um mecanismo de antecipação do IR chamado come-cotas, que incide semestralmente sobre o rendimento do fundo.

     Todo investidor deve declarar seus investimentos no Imposto de Renda anualmente, mesmo os isentos ou com tributação na fonte, como forma de prestação de contas à Receita Federal.

 

A tributação sobre investimentos é um aspecto importante a ser considerado na hora de planejar sua carteira de investimentos.

É essencial entender as regras específicas para cada tipo de investimento, acompanhar possíveis mudanças na legislação fiscal e, se necessário, consultar um contador para orientações detalhadas.

A correta aplicação das regras tributárias pode fazer diferença significativa no retorno líquido dos seus investimentos, bem como, lhe ajudar a evitar problemas com o fisco.

Manual do investidor iniciante: quais são as vantagens de começar a investir?

Começar a investir pode oferecer uma série de vantagens significativas para pessoas que buscam melhorar sua situação financeira e alcançar seus objetivos de longo prazo.

Se você que chegou até o nosso manual do investidor iniciante, ainda não investe, confira algumas vantagens que você vai encontrar ao começar a investir e fazer disso um hábito.

     Crescimento do patrimônio: Investir permite que o dinheiro trabalhe para você, aumentando seu patrimônio ao longo do tempo. Com o poder dos juros compostos, os investimentos podem crescer exponencialmente ao longo dos anos.

     Realização de objetivos financeiros: Investir é essencial para alcançar metas financeiras de curto, médio e longo prazo, como comprar uma casa, pagar a educação dos filhos, se aposentar confortavelmente, entre outros.

     Proteção contra a inflação: Investir em ativos que superam a inflação ajuda a preservar o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo.

     Renda passiva: Alguns investimentos, como ações, fundos imobiliários e títulos de renda fixa, geram renda passiva regularmente. Isso pode lhe garantir uma fonte adicional de renda ao longo do tempo.

     Aposentadoria confortável: Começar a investir cedo pode ajudar você a acumular uma quantia substancial para a aposentadoria, principalmente em função do efeito dos juros compostos ao longo do tempo.

     Desenvolvimento de disciplina financeira: Investir requer disciplina e planejamento financeiro. Estabelecer metas de investimento e manter uma estratégia de longo prazo ajuda a desenvolver hábitos financeiros saudáveis.

     Empoderamento financeiro: Por fim, investir é algo que proporciona uma sensação de controle sobre suas finanças, o que pode contribuir para a sua paz de espírito e a capacidade de enfrentar imprevistos com mais segurança.

Neste super manual do investidor iniciante, você está tendo acesso a um grande resumo com muita informação que pode ser útil para que você comece a construir sua jornada como investidor. Siga em frente!

Quais erros você deve evitar ao começar a investir

É natural que quem está começando a investir cometa alguns erros, mas identificar e evitar os mais comuns pode ajudar a proteger o seu dinheiro e melhorar suas chances de sucesso a longo prazo.

Veja alguns erros você deve evitar ao iniciar sua jornada como investidor:

     Não ter um plano de investimento: Investir sem um plano claro pode levar a decisões impulsivas e inadequadas. É muito importante definir seus objetivos financeiros, prazos de investimento e tolerância ao risco antes de fazer qualquer investimento.

     Não diversificar adequadamente: Concentrar todo o seu dinheiro em um único investimento ou classe de ativos pode aumentar seu risco de ter perdas significativas.

     Ignorar a importância da educação financeira: Invista tempo em aprender sobre diferentes tipos de investimentos, estratégias de mercado e gerenciamento de riscos, a fim de tomar decisões mais assertivas.

     Não considerar seu perfil de risco: Investir em ativos que não correspondem ao seu perfil de risco pode levar a resultados insatisfatórios ou a um nível de estresse desnecessário.

     Falta de planejamento financeiro geral: Não considerar aspectos como orçamento pessoal, gestão de dívidas e reservas de emergência pode comprometer seus investimentos e sua segurança financeira como um todo.

     Tomar decisões com base em emoções: Investir com base em emoções como medo ou ganância pode levar a decisões impulsivas e prejudiciais. É importante manter a disciplina e seguir seu plano de investimento mesmo diante de flutuações de mercado.

     Não considerar custos e taxas: Custos como taxas de corretagem, impostos podem impactar significativamente seus retornos líquidos. Avaliar e minimizar esses custos é essencial para maximizar o rendimento do seu investimento.

     Seguir dicas de investimento sem verificação: Seguir dicas de investimento sem fazer sua própria pesquisa pode ser arriscado. É importante verificar a fonte das recomendações, entender os fundamentos do investimento e avaliar se ele se alinha aos seus objetivos.

     Pânico em caso de quedas do mercado: Ter uma visão de longo prazo e manter a calma durante períodos de volatilidade pode evitar decisões precipitadas que podem prejudicar seus investimentos.

Não tenha dúvidas, evitar esses erros comuns pode ajudar a construir uma base sólida para seus investimentos e aumentar suas chances de sucesso financeiro no longo prazo.

Importância da diversificação ao começar a investir

Em nosso manual do investidor iniciante, nós não poderíamos deixar de falar sobre a importância da diversificação, afinal, esse é um dos principais pilares para reduzir riscos.

Veja alguns motivos para diversificar sua carteira de investimentos, evitando concentrar tudo em um único ativo:

     Redução do risco: A diversificação é uma estratégia que visa distribuir o risco entre diferentes tipos de investimentos, setores econômicos e classes de ativos, de modo que se uma parte da sua carteira não for bem, a outra pode compensar os prejuízos.

     Proteção contra a volatilidade: Diversificar sua carteira ajuda a reduzir a volatilidade global, pois os movimentos de preços extremos de um ativo podem ser equilibrados por movimentos menos extremos de outros ativos.

     Aproveitamento de oportunidades de mercado: Enquanto as ações podem ter um desempenho forte em um ambiente de crescimento econômico, títulos de renda fixa podem se destacar durante períodos de incerteza ou recessão.

     Melhora dos retornos ajustados ao risco: A diversificação pode melhorar os retornos ajustados ao risco da carteira. Isso significa que você pode alcançar um nível semelhante de retorno esperado com um risco menor.

     Mitigação de riscos específicos: Além de diversificar entre diferentes classes de ativos, é preciso também diversificar dentro de cada classe de ativo. Por exemplo, investir em várias empresas dentro de diferentes setores é melhor do que investir em uma única empresa ou setor.

Com uma boa estratégia de investimentos e diversificação de carteira, é possível obter retornos extraordinários e acima da inflação, com riscos de perdas controlados.

Como abrir conta em uma corretora de valores e começar a investir

Estamos quase finalizando o nosso manual do investidor iniciante. No entanto, nós não poderíamos fazer isso sem antes apresentar o passo a passo para que você abra conta em uma corretora de investimentos e de fato, possa começar a investir.

Para abrir uma conta em uma corretora de valores, siga as orientações do passo a passo abaixo:

  1. Escolha da corretora: Faça uma pesquisa sobre as corretoras de valores disponíveis no mercado. Considere aspectos como taxas de corretagem, plataformas de negociação, serviços oferecidos, reputação da corretora, entre outros.
  1. Documentação necessária: Tenha em mãos seus documentos pessoais, como CPF, RG ou CNH e um comprovante de residência.
  1. Abertura da conta: Acesse o site da corretora escolhida e encontre a opção para abrir uma conta. Geralmente, há um formulário online que você precisará preencher com seus dados pessoais.
  1. Envio de documentos: Envie os documentos necessários digitalizados conforme solicitado pela corretora. Além disso, pode ser necessário enviar uma selfie segurando seu documento de identificação para verificação.
  1. Transferência de recursos: Transfira o valor desejado para sua nova conta na corretora. Isso geralmente pode ser feito por transferência bancária (TED ou PIX) ou através de boleto bancário.
  1. Escolha dos investimentos: Utilize a plataforma de negociação da corretora para executar suas ordens de compra e venda de ativos.Não se esqueça de diversificar.

Ah, e para investir de forma assertiva, você pode consultar os indicadores de ações, fundos imobiliários, criptomoedas e outros tipos de ativos, aqui no Investidor10.

Além disso, você pode se tornar um assinante do Investidor10 PRO, e assim, ter acesso a carteiras recomendadas, cursos sobre investimentos, preço justo dos ativos e muito mais!

Com isso, estamos finalizando o nosso guia do Investidor Iniciante. Para mais conteúdos e informações relevantes sobre investimentos, continue navegando em nosso blog e site.

Até a próxima!