Naturalizado brasileiro, Joseph Safra nasceu em Beirute, capital do Líbano em 1983. Filho de Jacob e Esther Teira Safra, o atual banqueiro tem origem em família judaica.

Ao observar a história de vida de Joseph Safra, rapidamente percebemos de onde surgiu a sua aptidão para os negócios bancários.

Seu pai, Jacob, que vinha de uma linhagem muito antiga de banqueiros, fundou no Líbano na década de 1920, o Banco Jacob

E. Safra. No entanto, algumas décadas depois, a família migrou para o Brasil, fundando em território brasileiro, o Banco Safra, que por sinal permanece em operação até hoje.

O motivo para a família de Joseph Safra ter deixado o seu país de origem para tentar negócios no Brasil, teve origem na criação do estado de Israel e no início dos conflitos do novo país com os seus vizinhos e o povo judeu.

Já no Brasil, Joseph, seu pai e seus irmãos conduziram juntos os negócios do banco por muito tempo, até que em 1963, Jacob veio a falecer, deixando os negócios a cargo de Joseph e seus irmãos, Edmond e Moise. No entanto, em 1999 Edmond, faleceu, com isso os irmãos Joseph e Moise seguiram com os negócios do banco da família.

Uma fortuna construída com base na completa aversão aos riscos

O banqueiro e bilionário Joseph Safra
O banqueiro e bilionário Joseph Safra – Foto: Divulgação

Completamente avesso aos riscos e muito conservador, Joseph Safra  formou um gigantesco patrimônio ao longo do tempo, patrimônio esse, que o faz ocupar atualmente a posição de homem mais rico do Brasil e banqueiro mais rico do mundo como uma fortuna estimada pela revista Forbes em impressionantes R$ 119,08 bilhões.

Podemos dizer, que o conservadorismo de Joseph Safra veio de berço, afinal uma das frases mais conhecidas de Jacob, seu pai era a seguinte: “Se escolher navegar os mares do sistema bancário, construa seu banco como construiria seu barco: sólido para enfrentar, com segurança, qualquer tempestade.”

A aversão aos riscos, estabilidade e segurança que o Banco Safra oferecia, fez com que em pouco tempo a instituição passasse a ser bem vista e reconhecida no mercado, principalmente por grandes empresários e milionários que cada vez mais confiavam a guarda das suas fortunas ao banco, fato que fez o Banco Safra ficar conhecido como o “Banco dos Banqueiros”.

Atualmente, aos 82 anos, Joseph Safra decidiu deixar o comando do banco para os seus filhos e hoje passa a maior parte do seu tempo em sua residência no Morumbi. Bilionário, mas ao mesmo tempo muito discreto, Safra evita a todo o custo as extravagâncias que o dinheiro poderia lhe proporcionar e os holofotes da imprensa.

Transações milionárias, escândalos e investimentos

Sede do Banco Safra na Avenida Paulista, São Paulo - SP
Sede do Banco Safra na Avenida Paulista, São Paulo – SP – Foto: Folha Uol

Averso ao risco e um verdadeiro perseguidor da máxima liquidez bancária, Joseph preserva até hoje a fama de solidez e segurança do Banco Safra. No entanto, até mesmo o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, já se envolveu em casos polêmicos e investimentos curiosos e audaciosos, poucas vezes, é verdade, mas Joseph Safra já foi destaque nos noticiários em algumas circunstâncias, veja logo abaixo.

A fundação do Banco J. Safra

Com a ideia de deixar o Banco Safra sobre o controle dos seus filhos, Joseph Safra tentou por diversas vezes comprar a parte do banco que pertencia ao irmão Moise, alguns anos após a morte do seu irmão Edmond, em um incêndio que ocorreu no apartamento em que ele morava em Londres. 

Não obtendo sucesso nas suas tentativas de convencer o seu irmão a vender a parte que lhe cabia do Banco, Joseph Safra decidiu fundar em frente a sede do Banco Safra na Avenida Paulista, em São Paulo, o J. Safra. A condução do novo banco, ficou à cargo do seu filho, Alberto, na época com 24 anos.

Curiosamente, pelo que contam os fatos, os planos aparentemente ilógicos de Joseph Safra em abrir um Banco concorrente bem em frente ao tradicional Banco da sua família deu certo. Afinal, a nova instituição começou a angariar um grande número de clientes do Banco Safra, ao ponto de que o seu irmão Moise, se viu convencido em vender a sua parcela do Banco Safra, para Joseph no ano de 2006.

Apesar da não divulgação oficial das cifras que envolveram a transação, estima-se que o negócio foi selado por algo em torno dos U$$ 2 bilhões de dólares, o que na cotação atual representa mais de R$ 10 bilhões de reais.

A suposta pirâmide financeira

Sempre sólido e bem visto, o Banco Safra acabou tendo o seu nome ligado a um esquema criminoso que foi descoberto com o estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, uma pirâmide financeira chefiada pelo banqueiro norte-americano Bernard Madoff e que movimentou mais de U$$ 65 bilhões de dólares.

O banqueiro americano acusado de chefiar o esquema não era executivo ou funcionário do Safra, no entanto, o grande problema estava no fato do Safra oferecer os produtos do banqueiro aos seus clientes como um tipo de investimento conservador.

Na ocasião o Banco Safra sofreu alguns processos na justiça e se viu obrigado não somente pelas sentenças, mas também pela manutenção da sua credibilidade a destinar vultuosos recursos para ressarcir clientes atingidos pelo esquema de pirâmide financeira.

O caso da Aracruz Celulose

O banqueiro e bilionário Joseph Safra
O banqueiro e bilionário Joseph Safra – Foto: Divulgação

Dessa vez os negócios do Banco Safra não estavam envolvidos, mas sim os recursos pessoais de Joseph Safra que após um alto investimento em derivativos da Aracruz Papel e Celulose, viu a empresa amargar perdas de U$$ 2 bilhões de dólares. Joseph detinha 7% dos papéis da empresa.

No entanto, apesar dos resultados negativos, o caso da Aracruz e Celulose que ficou famoso por evidenciar um possível erro ao investir do maior banqueiro do país, acabou lhe rendendo uma bela fortuna, isso porque, a sua participação na empresa, comprada por o equivalente a R$ 35 milhões em 1988 foi vendida por R$ 570 milhões ao Grupo Votorantim em 2009.

O Banco Safra e a Operação Zelotes

Após o esquema de pirâmide financeira que trouxe prejuízos ao Banco Safra, um novo acontecimento, desta vez em 2015, abalou as estruturas do grandioso império financeiro.

Naquele ano, o nome de Joseph Safra, esteve envolvido na famosa, operação Zelotes, após a Justiça Federal aceitar uma denúncia do Ministério Público sobre um suposto esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do qual fariam parte o bilionário Joseph Safra e outros cinco nomes ligados ao mesmo banco.

Na ocasião, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, concluíram que servidores da Receita Federal haviam pedido R$ 15,3 milhões em propina ao Banco. A cobrança teria como objetivo uma suposta interferência em processos fiscais contra empresas do grupo Safra que somavam R$ 1,49 Bilhão entre multas e cobranças. Pouco tempo depois a Justiça concluiu que não havia indícios suficientes e decidiu extinguir a ação inocentando Joseph Safra.

Além da operação Zelotes, o Banco Safra também foi citado na delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci, no âmbito da Lava Jato sendo suspeito de participação em esquemas de propina, ainda não comprovados.

A aquisição do Banco Suíso Sarasin

Outro fato relevante em relação aos negócios de Joseph Safra, foi a aquisição do Banco Suíço Sarasin por US$ 1,1 bilhão, aquisição que rendeu ao banco um acréscimo poderoso de US$ 107 bilhões a sua carteira de clientes, nos continentes Europeus e Asiáticos.

Atualmente com mais de 33.000 colaboradores, o grupo Safra é referência no mercado local e internacional, com ampla presença ao redor do mundo e visão de futuro consolidada.

Destaca-se ainda os mais de 233 R$ bilhões em ativos sobre o controle do banco e uma patrimônio líquido de R$ 11,8 bilhões.

“Nossos clientes nos conhecem há várias gerações. A filosofia deles é a mesma que a nossa: investir com segurança e cuidar do futuro.” – Joseph Safra

Joseph Safra e sua atividades de filantropia

Joseph Safra e as suas ações de Filantropia
Joseph Safra e as suas ações de Filantropia – Foto: Divulgação

Joseph Safra, não é conhecido apenas pelo sucesso dos seus negócios ou pela sua fortuna. O famoso banqueiro, também possui o hábito de distribuir parte da sua fortuna para a filantropia.

Apesar dos valores desconhecidos, devido ao estilo discreto de Joseph Safra, sabe-se que ele é um dos principais doadores dos hospitais paulistanos Albert Einstein e o Sírio Libanês, além de apoiar associações beneficentes como a Fundação Dorina Nowill para Cegos, o GRAAC, a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, a Associação de Assistência à Criança Deficiente, a APAE e a Casa HOPE. Além disso, Joseph Safra também já fez inúmeras doações para sinagogas e escolas judaicas.

Considerações Finais

Justamente por ser muito discreto isso é tudo o que se sabe sobre a história e trajetória do homem mais rico do Brasil e um dos maiores banqueiros do mundo, torcedor do Corinthians, conhecido pelos mais próximos como seu Zé ou José e residente em uma mansão de 11 mil metros quadrados e 130 cômodos, no bairro nobre do Morumbi em São Paulo.

Impressionado com a trajetória de Joseph Safra? Confira também a história de outras figuras imponentes do mundo empresarial e dos investimentos aqui no Investidor 10, clique aqui e acesse a nossa página de personalidades!