Como conseguir rendimentos acima da inflação?

A inflação, fenômeno econômico caracterizado pelo aumento contínuo dos preços de bens e serviços, impacta diretamente o poder de compra e os investimentos.

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Publicado em 17/05/2024 às 10:42h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 17/05/2024 às 10:42h Atualizado 2 meses atrás por Carlos Filadelpho

A inflação, fenômeno econômico caracterizado pelo aumento contínuo dos preços de bens e serviços, impacta diretamente o poder de compra e os investimentos.

Não há como negar que em um cenário onde a moeda vai perdendo o seu valor ao longo do tempo, proteger e aumentar o patrimônio ao mesmo tempo, é um desafio para investidores.

Para preservar o poder aquisitivo e garantir que o rendimento dos investimentos supere a inflação, é necessário adotar algumas estratégias e investir nos ativos certos.

Diante da importância do assunto, neste artigo nós vamos explicar como funciona a inflação e listar alguns ativos que podem lhe ajudar a obter rendimentos acima da desvalorização da moeda. Vale a pena conferir!

O que é inflação?

Inflação é o aumento geral e contínuo dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. A inflação reflete a diminuição do poder de compra da moeda, ou seja, com a mesma quantia em dinheiro, é possível comprar menos produtos e serviços do que antes.

A inflação é medida por índices de preços, sendo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) um dos mais utilizados para essa finalidade, aqui no Brasil. Esse índice acompanha a variação dos preços de um conjunto de bens e serviços representativos do consumo das famílias.

Existem várias causas para um efeito inflacionário, dentre as quais, podemos destacar:

Inflação de demanda: Ocorre quando a demanda por bens e serviços supera a capacidade produtiva da economia. Nesse cenário, os preços sobem para controlar a demanda, e com isso, puxam a inflação.

Inflação de custos: Surge quando há um aumento nos custos de produção, como salários, matérias-primas ou energia, que é repassado aos preços dos produtos finais.

Quais os efeitos da inflação na economia?

A inflação pode ter diversas consequências para a economia e sociedade, dentre as quais, podemos destacar:

Aumento dos preços;

Redução do poder de compra;

Elevação das taxas de juros;

Possível redução do crescimento econômico.

Dito isso, é importante que você saiba que os bancos centrais geralmente são responsáveis por controlar a inflação, e para isso, eles utilizam uma série de políticas monetárias, como a variação da taxa de juros.

Aqui no Brasil, o COPOM - Comitê de Política Monetária, é o órgão do Banco Central do Brasil, que fica responsável por monitorar e utilizar meios para controlar a inflação no país, preservando o poder de compra da nossa moeda.

Dentre as principais medidas adotadas pelo Banco Central para esse tipo de finalidade, está a redução ou elevação da Taxa SELIC, a taxa básica de juros da economia.

O objetivo é manter a inflação em um nível baixo e estável, favorecendo um ambiente econômico saudável e previsível.

Qual o impacto do dólar na inflação do Brasil?

A variação da cotação dólar em relação ao real, costuma ter um impacto significativo na inflação brasileira, principalmente devido à dependência que o Brasil possui com relação a importação de muitos insumos de outros países.

Veja como a cotação do dólar pode influenciar a nossa economia:

Custo das importações: Quando o dólar se valoriza em relação ao real, o custo das mercadorias importadas aumenta. Isso inclui bens de consumo, matérias-primas e insumos industriais. Esse aumento de custo pode ser repassado aos consumidores, elevando os preços e, consequentemente, a inflação.

Commodities: O Brasil é um grande exportador de commodities, cujos preços são geralmente cotados em dólares no mercado internacional. Quando o dólar se valoriza, os exportadores brasileiros recebem mais reais por cada unidade exportada, o que pode levar ao aumento dos preços domésticos dessas commodities.

Efeito renda: A desvalorização do real pode aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, incentivando as exportações. No entanto, se a oferta doméstica não acompanhar a demanda externa, pode haver uma redução na disponibilidade de produtos no mercado interno, pressionando os preços para cima.

Taxa de juros: O Banco Central do Brasil pode ajustar a taxa de juros em resposta às flutuações cambiais para controlar a inflação. Um real mais fraco pode levar o Banco Central a aumentar os juros para conter a inflação, o que pode ter efeitos amplos sobre a economia, incluindo desaceleração do crescimento econômico e aumento do custo do crédito.

Por esses e outros motivos, governo, banco central, empresas e investidores estão sempre de olho na variação do dólar.

Como investir para conseguir rendimentos acima da inflação?

Investir para obter rendimentos acima da inflação é fundamental para quem deseja proteger o seu próprio patrimônio e obter ganhos reais. No entanto, é algo que exige uma estratégia bem planejada e diversificada.

Confira algumas opções de investimento que podem lhe ajudar a alcançar esse objetivo:

Títulos indexados à inflação

Tesouro IPCA+ (NTN-B): Esses títulos oferecem rendimentos compostos por uma taxa de juros fixa mais a variação do IPCA, garantindo um retorno acima da inflação.

Títulos de Empresas (Debêntures): Algumas debêntures também são indexadas ao IPCA e podem oferecer rendimentos superiores aos títulos públicos, embora com maior risco.

CDB IPCA: Alguns títulos CDB oferecem rentabilidade composta pela variação da inflação mais um percentual de juros.

Ações

Empresas com poder de valorização: Ações deempresas com bons fundamentos e indicadores fundamentalistas sólidos, podem se valorizar acima da inflação.

Dividendos: Empresas que pagam dividendos consistentemente podem oferecer retornos superiores à inflação, especialmente se os dividendos forem reinvestidos.

Fundos de investimento

Fundos Imobiliários: Os fundos imobiliários geram renda passiva por meio de aluguéis, que tendem a ser reajustados pela inflação, além da potencial valorização dos imóveis e das cotas do fundo.

Fundos de renda fixa atrelados ao IPCA: Fundos que investem em títulos indexados ao IPCA oferecem uma proteção direta contra a inflação.

Commodities

Ouro: Tradicionalmente considerado um hedge contra a inflação, o ouro é uma opção para quem deseja montar uma carteira diversificada e protegida contra a inflação.

Outras commodities: Investimentos em petróleo, metais e produtos agrícolas também podem funcionar como uma proteção contra a inflação.

Investimentos no exterior

ETFs internacionais: Investir em fundos negociados em bolsa (ETFs) que replicam índices internacionais pode diversificar o risco e proteger contra a inflação doméstica.

Ações estrangeiras: Investir diretamente em ações de empresas estrangeiras é uma forma de obter proteção a variação inflacionária no Brasil.

Como vimos, existem diversas opções em investimentos para quem busca rendimentos acima da inflação.

Para aqueles que são conservadores, títulos do Tesouro Direto ou CDBs que oferecem rentabilidade superior ao IPCA são os mais indicados.

Por sua vez, para investidores moderados e arrojados pode ser interessante incluir outros ativos como commodities, fundos de investimentos e ações na carteira.

Por fim, procure manter-se bem informado sobre as tendências do mercado e as condições econômicas para tomar decisões de investimento mais assertivas.

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