China promete ignorar "jogo de números tarifários" dos EUA
Declaração foi dada após a Casa Branca informar que produtos chineses estão sujeitos a tarifas de até 245%.

Alvo de tarifas de até 245% dos Estados Unidos, a China disse nesta quinta-feira (17) que a política tarifária americana virou um "jogo de números". Por isso, falou em ignorar eventuais novas taxas.
🗣️ "Os aumentos extorsivos de tarifas impostas pelos EUA à China se tornaram um jogo de números, o que economicamente não faz mais muita diferença, exceto por demonstrar ainda mais como os EUA usam as tarifas como uma arma para coagir e intimidar os outros", disse o Ministério das Relações Exteriores da China, em comunicado.
O órgão ainda reforçou a intenção de ignorar eventuais novas tarifas dos Estados Unidos, dizendo que "guerras tarifárias e comerciais não têm vencedores" e que "a China não quer travar essas guerras".
📈 O governo chinês já havia falado nessa possibilidade quando elevou para 125% as tarifas cobradas dos produtos americanos, há uma semana. Na ocasião, Pequim classificou a guerra de tarifas como uma "piada histórica" e disse que não fazia mais sentido ampliar a taxação.
Pequim avisou, no entanto, que não tem medo de guerras comerciais e que ainda pode tomar "contramedidas resolutas" caso os Estados Unidos causem dados reais aos seus direitos e interesses.
"Se os EUA continuarem a jogar esse jogo de números com tarifas, elas serão simplesmente ignoradas. Mas se os EUA continuarem a infligir danos reais aos direitos e interesses da China, a China responderá com contramedidas resolutas e se manterá firme até o fim", alertou.
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Tarifas de 245% e barreiras a chips
O Ministério das Relações Exteriores da China publicou um novo comunicado sobre a guerra tarifária com os Estados Unidos depois que a Casa Branca disse nessa quarta-feira (16) que as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses podem chegar a 245%.
💲 De acordo com os Estados Unidos, a taxa abrange a "tarifa recíproca" de 125% anunciada pelo presidente Donald Trump, a tarifa de 20% anunciada em fevereiro e tarifas sobre alguns bens específicos, que variam de 7,5% a 100%.
Nessa quarta-feira (16), o governo americano também impôs restrições às exportações de chips usados em projetos de IA (Inteligência Artificial). A medida visa desacelerar o desenvolvimento de IA na China, mas também trará impactos negativos para empresas como Nvidia (NVDC34) e AMD (AMD). Por isso, derrubou os mercados globais nessa quarta-feira (16).
Trump, por outro lado, reuniu-se com autoridades japonesas que foram aos Estados Unidos nessa quarta-feira (16) buscar um alívio das tarifas. Ao final do encontro, o presidente americano disse nas redes sociais que houve um "grande progresso", mas não deu detalhes das negociações com o Japão.