Carlos Alberto da Veiga Sicupira: a trajetória do bilionário da Ambev

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Publicado em 13/09/2023 às 16:51h - Atualizado 7 meses atrás Publicado em 13/09/2023 às 16:51h Atualizado 7 meses atrás por Redação
Carlos Alberto da Veiga Sicupira beto
Carlos Alberto da Veiga Sicupira

, mais conhecido como Beto Sicupira, é um dos homens mais ricos do mundo, segundo a “Forbes”. Nascido no Rio de Janeiro, no dia 1º de maio de 1948, o administrador e empresário tem origem em uma família de classe média. Sicupira é filho de uma dona de casa e um funcionário público que fez carreira no Banco do Brasil. Muito antes de trabalhar no mercado financeiro e posteriormente se tornar um empresário de sucesso, Sicupira já demonstrava interesse no mundo dos negócios. Antes de atingir a maioridade Carlos Alberto da Veiga Sicupira começou a empreender no ramo de automóveis, com a compra e venda de carros usados. Depois disso, junto a um grupo de sócios, Sicupira arrematou uma distribuidora de valores. Começou, então, a cursar administração na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e vendeu a distribuidora de valores. Com isso, passou a se dedicar ao funcionalismo público, seguindo parte dos passos do seu pai. Veja também: Luiza Helena Trajano: Conheça a trajetória de uma das maiores empreendedoras do Brasil Sicupira passou pelo Departamento Nacional de Estradas de Ferro, pelo Porto do Rio de Janeiro e pelo Serviço Federal de Processamento de Dados. Aos 20 anos, Sicupira deixou o funcionalismo público e arrematou a segunda distribuidora de valores. Nesta, entretanto, ele ficou por quatro anos na empresa. Ainda no auge dos 20 e poucos anos, Sicupira foi apresentado a Jorge Paulo Lemann, que tinha 30 anos na época. Lemann o chamou para fazer parte do Banco Garantia, mas Sicupira recusou a proposta nas primeiras tentativas de seu futuro sócio. Em 1973, quando Beto Sicupira já estava fazendo carreira no mercado financeiro, trabalhando em um banco de Londres, chamado Marine Midland, Lemann fez uma nova proposta para que entrasse no Garantia. Dessa vez, a proposta foi aceita por ele. Em meados de 1980, o futuro começou a se desenhar para os, até então, novos sócios: Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann. Junto a Luiz Cezar Fernandes, Fred Packard e Hercias Lutterbach, o trio que trabalha junto até hoje formava o quadro de sócios do Garantia em 1980. Quando um dos sócios fundadores do Garantia deixou o negócio, Sicupira e Lemann passaram a se destacar mais. Pouco tempo depois, ainda nos anos 80, Carlos Alberto Sicupira deixou o Garantia para tocar as Lojas Americanas, que estava em declínio naquele momento. Sua missão era transformar a varejista em um negócio lucrativo. Após algumas visitas aos escritórios da Americanas, Beto Sicupira decidiu cortar os custos em alguns setores da empresa. Dessa forma, 40% dos funcionários foram demitidos. Além disso, Sicupira alterou o sistema de remuneração aos executivos da Americanas, que recebiam bônus mesmo com um desempenho ruim da empresa. O Garantia pagou US$ 24 milhões por 70% das Lojas Americanas. Seis meses depois disso, o mercado queria pagar US$ 20 milhões por 20% da varejista.

Brahma e o início da Ambev

Em 1989, o Garantia adquiriu a Brahma. Marcel Telles foi o escolhido do trio de sócios para colocar em ação o plano de gestão aplicado na Americanas por Beto Sicupira. Em 1999, surge a Ambev, uma sociedade anônima brasileira, focada no negócio de cervejas, a partir da união da Cervejaria Brahma e da Companhia Antarctica Paulista. A aquisição da Antarctica e a junção com a Brahma, que já havia entrado para o portfólio dos sócios anos antes da Antarctica, resultou na criação da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev). A Ambev se tornou o maior investimento do trio de sócios mais conhecido do Brasil. A empresa cresceu de forma exponencial com fusão com a Interbrew, que deu origem a InBev em 2004, e a compra da Anheuser-Busch em 2008, formando, dessa forma, a maior cervejaria do mundo.

GP Investimentos

Carlos Alberto da Veiga Sicupira deixou a direção das Lojas Americanas com um de seus sócios e se dedicou a criação do GP Investimentos (Garantia Partners), o primeiro fundo de private equaty do Brasil. Com o fundo, Sicupira tinha como objetivo adquirir empresas em dificuldades, melhorar seus indicadores e revendê-las por um valor acima do que foi comprado para outros investidores ou através de um IPO na bolsa de valores. O negócio deu certo, mas começou a sair de linha no início dos anos 2000, já que o GP passou a investir em muitas companhias ao mesmo tempo. Dessa forma, os sócios perderam o controle da gestão e deixaram o fundo.

3G Capital

No início dos anos 2000, Carlos Alberto da Veiga Sicupira criou o 3G Capital, junto aos seus sócios Lemann e Telles. O 3G Capital é um fundo que nasceu com o objetivo de realizar o investimento em empresas estrangeiras. Em 2010, o 3G Capital comprou o controle da rede Burger King, por US$ 4 bilhões. Após isso, o portfólio só aumento, com a aquisição da Restaurant Brands International, responsável pela operação da marca de restaurantes Popeyes e das cafeterias Tim Hortons. Em 2013, o 3G Capital comprou a Heinz e, em seguida, incorporou a Kraft para tentar repetir o sucesso da Ambev em uma outra frente de negócios. As vendas, entretanto, não foram como o esperado, e o 3G vendeu reduziu em cerca de 10% sua participação na companhia. Em dezembro de 2021, as Lojas Americanas anunciaram alterações na sociedade da empresa. Isso fez com que se deve fim ao controle acionário do grupo Jorge Paulo Lemann, com Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. O grupo esteve no negócio por um longo período, cerca de 40 anos. Apesar disso, eles ainda permanecem como acionistas da empresa.

Fortuna de Carlos Alberto da Veiga Sicupira

De acordo com informações da revista "Forbes", divulgadas em setembro deste ano, Carlos Alberto da Veiga Sicupira é dono de um patrimônio de US$ 8,6 bilhões. Com isso, Sicupira figura entre as cinco maiores fortunas entre brasileiros em 2023.