ATR: o que é e como funciona o indicador Average True Range

Se você está inserido no universo dos investimentos, provavelmente já ouviu falar sobre o ATR (Average True Range), ou como é conhecido em português, a Média de Amplitude de Variação.
Esse indicador é um dos mais importantes quando o assunto é medir a volatilidade de um ativo, principalmente no contexto da análise técnica.
O ATR pode ser um aliado crucial para quem busca entender as oscilações de preço e ajustar sua estratégia de investimento, mas, para usá-lo da melhor forma possível, é importante compreender o que ele realmente significa, como é calculado e, principalmente, como pode ser integrado à sua estratégia de gestão de risco.
O que é o ATR e qual sua função no mercado financeiro?

Criado por Welles Wilder, o ATR é um indicador técnico que tem o objetivo de medir a volatilidade do mercado.
Contudo, ele não fornece informações sobre a direção do preço, ou seja, ele não indica se o ativo está em tendência de alta ou baixa, apenas quantifica a intensidade das variações de preço.
Como funciona o ATR?
Ao contrário de outros indicadores que buscam apontar momentos de compra ou venda, o ATR tem foco na intensidade das flutuações de preços.
Ou seja, ele vai dar uma ideia de quanto o preço de um ativo está se afastando de seus pontos anteriores, seja para cima ou para baixo, sem necessariamente afirmar para onde esse movimento está indo.
Quando o ATR é maior, isso significa que o mercado está mais volátil, com os preços se afastando mais rapidamente entre máximas e mínimas.
Já quando o ATR está mais baixo, a volatilidade é reduzida, sugerindo que os preços estão mais estáveis.
Qual é a diferença entre ATR e o True Range?
O True Range (TR) é um dos conceitos fundamentais que serve como base para o cálculo do Average True Range (ATR), sendo essencial para a medição da volatilidade do mercado.
O TR mede a amplitude do movimento de preço de um ativo em um determinado período, levando em consideração três fatores principais: a diferença entre a máxima e a mínima do dia em questão, a diferença entre a máxima do dia e o fechamento anterior, e a distância entre o fechamento anterior e a mínima do dia atual.
Esse valor representa a verdadeira variação de preço, independentemente das condições do mercado ou de flutuações pontuais, como gaps de preço ou movimentos inesperados.
Porém, o True Range não oferece uma média das flutuações diárias.
Ou seja, ele simplesmente registra o distanciamento entre os preços máximos e mínimos, sem considerar a consistência dessas variações ao longo de um determinado período.
Isso é onde o Average True Range (ATR) entra em cena.
O ATR é o indicador que calcula a média do TR ao longo de um período (normalmente 14 dias), oferecendo uma visão mais suavizada e precisa da volatilidade do ativo, permitindo que o investidor compreenda melhor a intensidade dos movimentos do mercado ao longo de vários dias consecutivos.
Enquanto o TR oferece uma visão pontual de cada dia, o ATR ajuda a identificar tendências mais amplas, permitindo que o investidor se prepare para movimentos mais longos ou até ajustes na sua estratégia de gestão de risco.
A principal diferença entre eles está na suavização das variações diárias proporcionada pelo ATR, que torna o indicador mais útil para quem busca entender a volatilidade de longo prazo, e não apenas as flutuações pontuais do mercado.
O ATR, portanto, tem a capacidade de fornecer um panorama mais amplo da dinâmica do preço, considerando a volatilidade média de um ativo ao longo do tempo.
Isso ajuda a identificar quando um ativo está se tornando mais volátil ou mais estável, sem que o investidor precise se preocupar com as flutuações diárias isoladas.
Já o TR é útil para quem deseja focar na variação intradiária, mas sem um comprometimento com o padrão de oscilação ao longo de um período maior.
Esses dois conceitos, TR e ATR, podem ser extremamente úteis em conjunto, pois o TR ajuda a entender a variação do mercado em tempo real.
Enquanto o ATR permite que o investidor identifique se as oscilações são consistentes ao longo do tempo. Auxiliando na melhor compreensão da volatilidade do ativo e ajudando a tomar decisões mais bem fundamentadas em relação ao gerenciamento de risco e à entrada e saída de posições.
Assim sendo, esses indicadores, quando usados corretamente, podem oferecer uma visão mais precisa e estratégica do mercado financeiro.
Como é feito o cálculo do ATR?

O cálculo do Average True Range (ATR) é uma metodologia fundamental para avaliar a volatilidade de um ativo no mercado financeiro.
Esse indicador leva em consideração três componentes principais que, quando combinados, fornecem uma visão clara da intensidade das variações de preço ao longo de um determinado período.
Esses componentes são:
Máximas e mínimas do dia atual
O primeiro passo do cálculo do ATR é medir a variação entre o preço máximo e o mínimo de um dia específico.
Isso ajuda a capturar as flutuações de preço no próprio dia, permitindo que o investidor entenda a amplitude do movimento do ativo em um período intradiário.
Essa variação é crucial, especialmente em mercados voláteis, onde os preços podem oscilar bastante durante o dia, mas sem necessariamente refletir uma mudança de tendência.
Máximas e mínimas do dia anterior
O segundo componente é a comparação entre o preço máximo e mínimo do dia anterior com o máximo e mínimo do dia atual.
Essa comparação serve para medir qualquer tipo de gap ou distância que possa ter surgido entre os dois dias, o que é especialmente importante quando o mercado está passando por uma abertura com grande movimento de preço, fenômeno bastante comum após eventos econômicos significativos ou notícias inesperadas.
Esse componente permite medir os rompimentos e movimentos mais agressivos que o preço pode ter feito durante a noite ou após o fechamento do mercado.
Fechamento anterior e mínima ou máxima atual
O último passo do cálculo envolve medir a diferença entre o fechamento anterior e a máxima ou mínima do dia atual.
Essa diferença ajuda a capturar o comportamento do preço em relação ao último fechamento, algo extremamente relevante para identificar movimentos bruscos que acontecem após o mercado ser reaberto ou após anúncios importantes.
O gap de abertura ou a reação a eventos econômicos, ou políticos, pode gerar movimentos fora do padrão, e essa métrica é essencial para medir a extensão desses movimentos.
Após calcular essas três distâncias, o próximo passo é fazer uma média desses valores ao longo de um período de tempo, que geralmente é de 14 dias.
Esse período pode ser ajustado conforme a necessidade do investidor ou a estratégia de negociação, mas o período de 14 dias é o padrão utilizado por muitos traders e investidores.
A média é feita para suavizar os movimentos diários e evitar que flutuações pontuais influenciem de forma significativa a leitura da volatilidade.
Esse cálculo do ATR ajuda a oferecer uma medição precisa da volatilidade do mercado, ao suavizar as flutuações de curto prazo e apresentar um retrato mais amplo da intensidade dos movimentos do ativo.
A vantagem disso é que, com o ATR, os investidores podem compreender melhor a oscilação do mercado e ajustar suas estratégias de investimento e gestão de risco de maneira mais eficaz.
Quando o ATR está elevado, isso indica que o ativo está experimentando uma alta volatilidade, o que pode ser um sinal de turbulência no mercado ou de um possível rompimento de tendência.
Por outro lado, um ATR mais baixo sugere que o ativo está em uma fase de maior estabilidade ou de movimentos limitados, onde os preços não estão se afastando tanto dos seus níveis de fechamento.
Essa suavização das flutuações diárias não só oferece uma visão mais precisa da volatilidade, mas também é uma excelente ferramenta para os investidores que buscam ajustar suas estratégias de stop loss e definir limites de risco de forma mais informada.
Dessa maneira, o cálculo do ATR se torna um dos instrumentos mais valiosos para quem busca tomar decisões mais fundamentadas em um mercado muitas vezes imprevisível e dinâmico.
Exemplo prático de ATR no gráfico diário
Se você utilizar o ATR configurado para 14 dias em um gráfico diário, você terá uma média de 14 períodos que mostra como o ativo se comportou em termos de volatilidade.
A ideia é entender se o ativo tem se movido com intensidade (valores altos de ATR) ou se está em uma fase mais estável (valores baixos de ATR).
Quando o ATR está em níveis elevados, isso pode ser um sinal de que rompimentos ou reversões de tendência estão ocorrendo, enquanto valores mais baixos podem indicar que o mercado está sem grandes movimentos, ou seja, uma tendência neutra.
Como utilizar o ATR no gerenciamento de risco?

Uma das grandes vantagens de entender o ATR é a aplicação no cálculo do Stop Loss. Esse é um dos pontos mais cruciais para qualquer investidor ou trader, já que ajuda a proteger o capital e evita que a conta seja afetada por movimentos erráticos do mercado.
Stop Loss com base no ATR
A volatilidade medida pelo ATR poderá ajudar a posicionar o stop loss de forma inteligente. Como o ATR indica o quanto um ativo pode variar, ele pode ser usado para ajustar a distância do stop de maneira proporcional à volatilidade atual do ativo.
Se a volatilidade está alta, o ATR vai te sugerir um stop loss mais distante, já que o preço pode oscilar com maior amplitude.
Por outro lado, se a volatilidade está baixa, o stop pode ser mais curto, evitando que o ativo saia da sua faixa de preços e cause perdas desnecessárias.
Um ponto interessante é que o ATR pode ser multiplicado por uma constante (como 2.7 a 3.4, como recomenda o especialista Van K Tharp) para determinar o valor ideal do stop loss.
O cálculo ajuda a proteger o investimento, sem ser acionado em uma movimentação normal do ativo, que pode não representar uma reversão de tendência.
Limitações do ATR: não é um indicador de direção
Um ponto crucial que você precisa entender sobre o ATR é que ele não indica a direção do mercado.
Em outras palavras, ele não dirá se o preço está indo para cima ou para baixo. Ele apenas mensura a intensidade da movimentação do ativo. Por isso, não se deve usar o ATR isoladamente para tomar decisões de compra ou venda.
Ele é útil quando combinado com outros indicadores de tendência, como médias móveis, ou para definir o comportamento do mercado no momento.
Como integrar o ATR à sua estratégia de investimentos?
Para usar o ATR de forma eficiente, deve ser combinado com outras ferramentas de análise técnica, como o MACD (Moving Average Convergence Divergence), Bandas de Bollinger ou Índice de Força Relativa (RSI).
Esses indicadores ajudam a identificar a direção da tendência enquanto o ATR mostrará a intensidade dessa movimentação.
Conclusão: os benefícios do Investidor10 e do plano Investidor10 PRO
O ATR é um excelente indicador para medir a volatilidade e ajustar o stop loss em suas operações, mas é importante lembrar que deve ser utilizado com cuidado e integrado a outras ferramentas.
Seu uso isolado pode levar a falsos sinais e a estratégias arriscadas, principalmente se a sua interpretação não estiver alinhada com a realidade do mercado.
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