Worldcoin: conheça a criptomoeda criada por Sam Altman, do ChatGPT
Token usa biometria ocular para validar identidade dos usuários.
💰 Segundo o monitor Investing, existem mais de 9 mil criptomoedas pelo mundo, com aplicações em diversos cenários e direcionadas a diferentes públicos. No entanto, nos últimos meses, uma delas tem chamado a atenção, dada sua verificação de identidade.
Trata-se da Worldcoin (WLD), que mapeia o globo ocular dos usuários para criar uma identificação única. O objetivo é ser a próxima geração do dinheiro e fazer com que, por meio dos dados do olho, ninguém consiga se passar pelo usuário em nenhum lugar do mundo.
Com sede nas Ilhas Cayman, a Fundação Worldcoin foi criada por um grupo de empresários de tecnologia que inclui Sam Altman, CEO da OpenAI, controladora do ChatGPT. A empresa produziu o equipamento apelidado de Orb que lê todos os detalhes do olho para formar uma verificação universal única.
“O objetivo é simples: uma rede financeira e de identidade global baseada na prova de pessoalidade. Isso parece especialmente importante na era da IA”, disse Altman no lançamento do produto. “Estou esperançoso que a Worldcoin possa contribuir para conversas sobre como compartilhamos acesso, benefícios e governança de futuros sistemas de IA”, completou.
Para conseguir voluntários, a startup usou a estratégia de distribuir tokens para quem se candidatasse a fazer a leitura. Os interessados receberam unidades da WDC no sistema conhecido como airdrop, além de uma espécie de dividendos, em que novos tokens eram distribuídos a cada mês.
Com isso, a plataforma afirma já ter alcançado o número de 4,8 milhões de usuários cadastrados, espalhados por 120 países. As verificações ocorreram por fases em 37 países, nos 2 mil dispositivos Orb fabricados e distribuídos pela fundação.
Hoje, algumas plataformas já aproveitam esse serviço de reconhecimento da íris, como Shopify, Reddit, e Telegram. A startup ainda menciona serviços que vão aderir à tecnologia em breve, caso do Mercado Livre.
“Em questão de segundos, o avançado sistema óptico do Orb pode criar imagens de olhos e rostos de alta qualidade. Essa funcionalidade principal é habilitada por software personalizado e redes neurais que trabalham juntas para implementar detecção de rosto, rastreamento ocular, foco automático e exposição automática”, diz a empresa.
Renda básica universal
👀 Além do sistema de identificação futurista, de acordo com os fundadores da Worldcoin, o objetivo final do produto seria oferecer uma renda básica universal. Essa é uma proposta defendida por alguns dos multimilionários, como Elon Musk, Bill Gates e, agora, Sam Altman.
A empresa, no entanto, deixa de lado a propensão de ser o ente que vai fornecer esses recursos. Planeja, na verdade, ser a plataforma que pode viabilizar que essa renda chegue aos usuários, conforme destacou Ricardo Macieira, gerente geral da WorldCoin.
“Não acho que seremos os responsáveis por gerar uma renda básica universal. Se pudermos criar a infraestrutura que permita que governos ou outras entidades o façam, ficaremos muito satisfeitos,” disse Macieira.
Nas duas rodadas de investimentos em que participou, a fundação já recebeu mais de US$ 215 milhões (mais de R$ 1 bilhão) em aportes. O valuation da companhia já passa de US$ 3 bilhões, segundo os monitores de startups.
Controvérsias da Worldcoin
Dado a natureza dos dados que envolvem a criptomoeda, muitos governos já mostraram ter um pé atrás com essa tecnologia.
Na Espanha, por exemplo, a Justiça proibiu operações com a Worldcoin no mês passado, inclusive o tratamento das informações já registradas. A AEPD (Agência de Proteção de Dados da Espanha) alertou que recebeu denúncias de recolhimento de menores de idade e de não consentimento com a captação das íris.
Anteriormente, o serviço já havia sido interrompido no Quênia, onde milhares de pessoas fizeram filas para cadastrar biometria na Orb e receber cerca de US$ 50. O governo mostrou preocupação com o uso dos dados e sobre o armazenamento de tantas informações por uma única empresa privada.
Uma reportagem publicada pelo MIT Technology Review destaca que, embora tenha planos ambiciosos, tudo que a Worldcoin fez até agora foi criar um banco com pessoas pobres -a maioria das captações foi em países subdesenvolvidos. A publicação destaca que a fundação teria usado práticas de marketing enganosas e coletou mais dados do que havia informado aos usuários, o que contraria as leis de privacidade de diversos países.
Cotação da criptomoeda
📊 O token da Worldcoin já está listado em diversas corretoras de criptomoedas pelo mundo, com destaque para a chinesa Gate.io, que tem os maiores volumes de movimentação. Quando foi listada, a WDL valia cerca de US$ 1,90 (equivalente a R$ 10 na cotação da época).
No decorrer de um ano, o token apresentou momentos de baixa, mas logo se recuperou e não parou mais de avançar. No fechamento desta reportagem, cada criptomoeda era negociada a US$ 6,55 (ou R$ R$ 33), segundo o monitor CoinMarket.
Alguns analistas apostam no crescimento deste ativo, sobretudo se novos investidores se lançarem a essa proposta neste ano. Muitos acreditam que o token pode voltar ao patamar de US$ 10, um valor que já alcançou há alguns meses, mas não sustentou.
WLD
wLitiDAO$ 3,12
R$ 18,99
$ 2,26 Bilhões
-71,09 %
-5,03 %
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