Trump diz que tarifas sobre México e Canadá entrarão em vigor em 4 de março

🗣️ Nesta quinta-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que as tarifas planejadas para o México e o Canadá começarão a valer em 4 de março, conforme o cronograma original. O republicano também disse que, nesse dia, será cobrada uma tarifa adicional de 10% sobre a China.

Segundo ele, a decisão foi tomada devido à continuidade da entrada de drogas provenientes desses países. “Não podemos permitir que esse flagelo continue prejudicando os EUA e, portanto, até que pare ou seja seriamente reduzido, as tarifas propostas, programadas para entrar em vigor em 4 de março, entrarão em vigor conforme planejado”, escreveu o presidente.

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Presidente também quer impor tarifa para a União Europeia

Vale lembrar que na última quarta-feira (26) o presidente também disse que pretende impor uma tarifa geral de 25% sobre produtos importados da UE (União Europeia). Ele criticou a política comercial da UE e disse também que os europeus dificultam a entrada de produtos norte-americanos.

💬 “Eles realmente tiraram vantagem de nós de várias maneiras. Eles não aceitam nossos carros, basicamente não aceitam nossos produtos agrícolas. Usam todo tipo de justificativa para barrá-los, enquanto nós aceitamos tudo o que vem deles”, disse Trump.

Ele ainda afirmou que, caso os europeus adotem medidas de retaliação, não será uma ação “bem-sucedida”. “Somos o pote de ouro, somos o mercado que todo mundo quer. Eles podem tentar retaliar, mas nunca será uma retaliação bem-sucedida, porque, se for preciso, simplesmente paramos de comprar. E, se isso acontecer, nós vencemos”, declarou.

A UE, no entanto, já disse em comunicado que "reagirá de forma firme e imediata contra barreiras injustificadas ao comércio livre e justo, incluindo quando tarifas são usadas para desafiar políticas legais e não discriminatórias”.

Quem sairia perdendo?

💭 A tarifa de 25% anunciada pelos EUA para produtos importados da União Europeia é significativa para ambas as economias. O comércio entre os EUA e a UE representa de 18% a 21% do comércio total de bens de ambos os países, é o que explicou Marcos Hanna, economista da empresa de investimentos Armada Asset.

"Para os Estados Unidos, o impacto de curto prazo que se espera é uma maior arrecadação tarifária (U$ 130 ~ 140 bilhões no ano) mas que pode ser facilmente ofuscada por custos indiretos como uma maior inflação e perda de competitividade (redução na demanda por bens americanos)", disse.

Ele ainda acrescentou: "A nova tarifação pode pressionar a inflação em até 0,6 p.p.. Isso levaria a inflação americana para algo em torno de 3,1%, acima da meta de 2%. Consequentemente, pode levar o Federal Reserve a manter os juros em um patamar mais elevado, desacelerando a economia como um todo".

Já para a União Europeia, segundo o economista, o PIB sentiria um impacto direto com a decisão. "O impacto inicial seria uma redução nas exportações, afetando diretamente o PIB e o mercado de trabalho. A redução nas exportações poderia chegar a 15%, representando em torno de 0,4% do PIB da União Européia e entre 300 a 400 mil empregos. Esse impacto seria sentido mais em regiões industriais, como é o caso da Alemanha", explicou.