Tesouro Direto volta a pagar menos de 14% à espera de Fed e Copom; confira
A queda indica cautela do mercado diante da chamada "Super Quarta", que reúne definições simultâneas de juros pelo Copom e Fed.

🚨 As taxas dos títulos públicos ofertados pelo Tesouro Direto apresentaram leve recuo na nesta quarta-feira (30), em meio à expectativa pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
O movimento indica cautela do mercado diante da chamada "Super Quarta", que reúne definições simultâneas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e pelo Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano.
Na primeira atualização do sistema do Tesouro, às 9h37 (horário de Brasília), a maioria dos papéis registrava queda nas rentabilidades oferecidas, especialmente nos títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) e nos prefixados.
Tesouro IPCA+ recua levemente em todos os vencimentos
Entre os papéis atrelados à inflação, os títulos com vencimento em 2029 e 2040 ofereciam retornos reais de 7,81% e 7,13% ao ano, respectivamente.
Embora a taxa do IPCA+ 2029 tenha se mantido estável, o papel com vencimento em 2040 registrou leve queda em relação aos 7,14% registrados na terça-feira (29).
Já o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2050 oferecia remuneração de inflação +6,93% ao ano, abaixo dos 6,98% observados na véspera.
A redução reflete a diminuição da percepção de risco de longo prazo em meio à expectativa por manutenção da Selic.
➡️ Leia mais: Super Quarta traz decisões de juros no Brasil e nos EUA, veja expectativas
Prefixados voltam a ficar abaixo de 14% ao ano
Os títulos prefixados, que pagam uma taxa fixa ao investidor até o vencimento, também apresentaram variações negativas.
O Tesouro Prefixado 2028 oferecia rendimento de 13,45% ao ano, levemente acima dos 13,43% da última sessão, mas ainda abaixo do patamar psicológico de 14%;
Já os papéis com pagamento de juros semestrais e vencimentos em 2032 e 2035 passaram a pagar 13,80% e 13,92% ao ano, respectivamente. Ambos caíram frente às taxas de 13,82% e 13,96% praticadas na terça.
A oscilação discreta indica uma postura de espera por parte dos investidores, que evitam assumir grandes posições antes da divulgação da taxa básica de juros.
Copom deve manter Selic em 15% ao ano
A principal expectativa do dia recai sobre o anúncio do Copom, previsto para o fim da tarde. Segundo projeções de analistas e economistas de mercado, o comitê deve manter a Selic em 15% ao ano, diante do atual cenário macroeconômico, marcado por inflação sob controle, mas incertezas no ambiente internacional.
A Selic é o principal instrumento da política monetária brasileira e influencia diretamente a rentabilidade dos títulos públicos, especialmente os prefixados e atrelados à taxa básica de juros.
A expectativa é de que o Banco Central mantenha a taxa inalterada até que haja sinais mais claros sobre a direção da política monetária norte-americana e seus efeitos sobre os mercados emergentes.
➡️ Leia mais: Selic a 15%: Taxa não muda, mas ganhos maiores em CDB, LCA,LCI e Tesouro Selic; veja como
Fed também deve manter juros estáveis
Do outro lado do continente, a atenção também está voltada para o Federal Reserve, que divulga sua decisão sobre os juros nos Estados Unidos ainda nesta quarta-feira (30).
As estimativas monitoradas pela ferramenta FedWatch, do CME Group, indicam que 97% das apostas do mercado projetam a manutenção da taxa entre 4,25% e 4,50% ao ano — o nível mais alto desde a crise financeira de 2007.
Essa expectativa de estabilidade nos juros americanos tem contribuído para manter a atratividade dos ativos de renda fixa no Brasil, especialmente os títulos de longo prazo.
No entanto, qualquer sinalização mais agressiva por parte do Fed pode reverter esse movimento.
Treasuries recuam e aliviam pressão sobre emergentes
Nesta manhã, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, conhecidos como Treasuries, também operavam em leve baixa:
- Treasuries de 20 e 30 anos: 4,88% ao ano;
- Treasury de 10 anos (referência global): 4,35% ao ano.
A queda nos rendimentos dos Treasuries tende a reduzir a pressão sobre os ativos de países emergentes, como o Brasil, já que diminui a atratividade relativa dos títulos norte-americanos e favorece o fluxo de capital para economias que oferecem prêmios mais elevados.
Expectativa é de semana volátil para os títulos públicos
Com os desdobramentos da Super Quarta, o mercado de títulos públicos pode seguir com alta volatilidade nos próximos dias.
📈 Investidores que buscam travar taxas mais altas de longo prazo podem encontrar oportunidades, especialmente caso o Copom reforce o discurso de estabilidade monetária e o Fed sinalize pausa no ciclo de aperto.

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