“Tarifas são atalho perigoso para a guerra”, diz Brasil na OMC

O diplomata brasileiro evitou citar diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano).

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Publicado em 23/07/2025 às 13:13h - Atualizado Agora Publicado em 23/07/2025 às 13:13h Atualizado Agora por Elanny Vlaxio
A fala foi feita nesta quarta-feira (23) (Imagem: Shutterstock)
A fala foi feita nesta quarta-feira (23) (Imagem: Shutterstock)

🗣️ Em pronunciamento na OMC (Organização Mundial do Comércio) nesta quarta-feira (23), o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Gough, condenou as tarifas "arbitrárias" e adotadas de maneira "caótica". O diplomata brasileiro evitou, no entanto, citar diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano).

“Tarifas arbitrárias, anunciadas e aplicadas de forma caótica, estão desestruturando cadeias globais de valor e ameaçam lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, afirmou Gough.

Ele também disse: “Estamos testemunhando uma mudança extremamente perigosa rumo ao uso de tarifas para interferir em assuntos internos de outros países. Negociações baseadas em jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra.”

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💬 Vale citar que entre as medidas tomadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar impedir a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos, está a intervenção junto à OMC. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, já declarou, no início da semana, inclusive, que o Brasil manterá o diálogo com os Estados Unidos.

Em entrevista à rádio CBN, ele também revelou que a área econômica já está desenvolvendo um plano de contingência para atender os setores que possam ser atingidos pela ameaça de uma sobretaxa de 50% às importações brasileiras.

"Vamos continuar lutando para ter a melhor relação possível com o maior mercado consumidor do mundo, vamos lutar por isso. Mas não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros, vamos tomar medidas necessárias", declarou o ministro Haddad.

💭 Ele informou que um grupo de trabalho está empenhado em estudar formas de apoio aos setores prejudicados pelo possível aumento do imposto de importação dos EUA. "Em uma situação como essa, a Fazenda se prepara para todos cenários. Temos plano de contingência para qualquer decisão que venha ser tomada pelo presidente da República (Lula)", afirmou.