Shutdown nos EUA: Como esse risco mexe com seus investimentos?

Mercado especula possível paralisação do governo americano, provocando a corrida por ativos de valor.

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Publicado em 30/09/2025 às 15:53h - Atualizado Agora Publicado em 30/09/2025 às 15:53h Atualizado Agora por Lucas Simões
Com esse tal de shutdown nos EUA, quem saem ganhando são o ouro e o Bitcoin (Imagem: Shutterstock)
Com esse tal de shutdown nos EUA, quem saem ganhando são o ouro e o Bitcoin (Imagem: Shutterstock)
O racha entre republicanos e democratas pode levar os Estados Unidos a mergulharem em um shutdown, a paralisação da máquina pública, com um prazo apertado para negociações até a meia-noite nesta terça-feira (30). Enquanto isso, os investidores globais já recorrem aos chamados ativos de valor, em especial, o ouro e o Bitcoin (BTC).
Assim como acontece no Brasil, quando o Congresso Nacional precisa aprovar anualmente o orçamento do governo federal, lá nos EUA, os políticos precisam aprovar uma lei para financiar a máquina pública para o ano fiscal seguinte. Portanto, o cenário de shutdown acontece quando deputados e senadores não conseguem concluir o processo antes da data limite.
Caso o shutdown nos EUA, de fato, se configure a partir do dia 1º de outubro de 2025, uma série de repercussões seria sentida, principalmente pela população americana, como atrasos nos salários e demissões de funcionários públicos federais e o desmantelamento do ObamaCare, política pública estabelecida pelo ex-presidente democrata que barateou planos de saúde no país.
A última vez que a máquina pública da maior economia do planeta parou foi justamente durante o primeiro mandato de Trump, inclusive a paralisia mais longa já registrada na história dos EUA, com duração de 35 dias, entre dezembro de 2018 e o início de fevereiro de 2019.
Todavia, é válido destacar que, se o shutdown em 2025 tiver uma duração inferior a duas semanas, o impacto sobre a economia dos EUA ou nas finanças das famílias será mínimo, conforme nota publicada pela agência de classificação de risco Moody's.

Como ficam os investimentos com o shutdown?

Quem aqui no Brasil se lembra quando os servidores do nosso Banco Central entraram em greve em fevereiro de 2024? Pois é, nada de divulgação do relatório Focus e tantos outros dados econômicos essenciais para o bom funcionamento do mercado financeiro.
Bom, a mesmíssima coisa deve acontecer nos EUA, caso o governo americano fique sem financiamento ao seu orçamento, colocando em xeque o ciclo de corte de juros iniciado pelo Federal Reserve em setembro.
Afinal de contas, os membros do banco central americano se reunirão nos dias 28 e 29 de outubro para a próxima decisão sobre a taxa básica de juros. Só que a autoridade monetária precisa acompanhar os relatórios do mercado de trabalho nos EUA para ser assertiva, cujo próximo dado está previsto para esta sexta-feira, dia 3 de outubro.
Com isso em mente, dá para entender o porquê o investimento em ações americanas (stocks) deu uma baita minguada, interrompendo o rali que vinha sendo construído desde os patamares mínimos em abril por conta das tarifas comerciais de Trump.
Por sua vez, os investidores têm se refugiado em ativos de valor, principalmente o ouro e as criptomoedas. Inclusive, essa nova narrativa nos mercados fez com que o Bitcoin (BTC) rompesse a trava na região dos US$ 111,5 mil, região de preço considerada crítica por analistas do BTG Pactual.
Se o BTC se consolidar acima disso, como tem feito ao ser negociado atualmente aos US$ 113,4 mil, a sua próxima zona de resistência encontra-se aos US$ 118 mil.

O rali do ouro com ETFs

O metal precioso também segue rondando máximas, com os contratos futuros de ouro perto de US$ 4 mil por unidade de onça-troy, aproximadamente 31 gramas, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Só que a maneira mais prática para os brasileiros de ter ouro na carteira é por meio dos ETFs, fundos de índices listados em bolsa, que irão acompanhar o preço do ouro físico.
O ETF GOLD11, disponível na própria bolsa de valores brasileira, acumula valorização de +41,40% nos últimos 12 meses, conforme dados do Investidor10. No caso, o ETF GOLD11 ajuda a diversificar a carteira de investimentos, pois o ouro tem uma correlação baixa com outros ativos financeiros, como ações e renda fixa.
Com desempenho semelhante, o ETF IAU também investe o dinheiro dos cotistas em ouro, só que direto na bolsa de valores americana. Possui um valor de mercado de US$ 55,19 bilhões e suas cotas subiram +45,13% nos últimos 12 meses.
Outra opção mais sofisticada de se expor ao ouro é através do VanEck Gold Miners ETF (GDXJ), que investe nas principais mineradoras júnior de ouro e prata no mundo, com alto potencial de crescimento. Por investir em empresas do setor, o ETF GDXJ também paga dividendos em dólar aos cotistas, acumulando dividend yield de 1,12% nos últimos 12 meses.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido US$ 1 mil no ETF GDXJ há um ano, hoje você teria US$ 2.018,64, já considerando o reinvestimento dos dividendos em dólar. Por sua vez, o ETF IAU teria entregue US$ 1.451,31.
A simulação também aponta que o ETF VOO, que replica o desempenho do S&P 500, teria retornado US$ 1.162,11 nas mesmas condições.

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