PT vê sabotagem em tarifas de Trump e cita “quinta-coluna” bolsonarista
Parlamentares ligados ao presidente Lula acusam diretamente a família Bolsonaro de ter atuado nos bastidores para influenciar a medida.

🚨 A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, gerou uma forte resposta da base governista no Congresso Nacional.
Parlamentares ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusam diretamente a família Bolsonaro de ter atuado nos bastidores para influenciar a medida, considerada uma retaliação política travestida de ação econômica.
O tema tomou conta dos bastidores em Brasília nesta quarta-feira (9), horas após a divulgação de uma carta oficial enviada por Trump a Lula, em que o republicano justifica o aumento tarifário por supostas “práticas comerciais desleais” do Brasil e pela condução do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Parlamentares veem interferência e denunciam “ato político”
O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o episódio não é apenas uma questão econômica, mas sim um ataque à soberania nacional.
“Essa tarifa não atinge um governo, atinge o Brasil. É uma retaliação construída a partir da influência de atores políticos que atuam contra os interesses do país”, disse.
Já o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) classificou a medida como uma “interferência nos assuntos internos do Brasil” e criticou o que chamou de instrumentalização da política comercial americana para fins ideológicos.
Ele também pontuou que o episódio reforça a necessidade de uma resposta diplomática firme.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, foi mais direto ao apontar os responsáveis: “É o bolsonarismo atuando como quinta-coluna, sabotando o país do exterior”, disse.
A expressão foi usada para se referir a um grupo interno que colabora com forças estrangeiras contra os próprios compatriotas.
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PT acusa diretamente Bolsonaro, Eduardo e Tarcísio
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), subiu o tom e responsabilizou diretamente Jair Bolsonaro, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Esses três políticos atuam como lobistas de Trump, mesmo sabendo que suas ações prejudicam o comércio, o emprego e a economia nacional. Estão contra o Brasil”, declarou.
Em entrevista à GloboNews, o novo presidente do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, classificou a medida como “autoritária” e defendeu uma reação institucional, mas ponderada: “É uma escalada perigosa. O Brasil deve manter a firmeza, sem perder a diplomacia. Nossa resposta precisa ser estratégica, não emocional”.
Retaliação política ou ajuste comercial?
Na carta endereçada a Lula, Trump afirma que o aumento da tarifa é motivado por uma “relação comercial desigual” e por ações do STF contra Bolsonaro, que o republicano classificou como uma “caça às bruxas”.
A tarifa de 50%, que entra em vigor em 1º de agosto, substitui a alíquota de 10% imposta em abril, sinalizando um endurecimento nas relações bilaterais.
O presidente americano também ameaçou aplicar sanções adicionais caso o Brasil aumente tarifas em resposta.
Além disso, determinou a abertura de uma investigação formal contra o país com base na Seção 301, dispositivo frequentemente usado pelos EUA para embasar barreiras comerciais por práticas consideradas desleais.
A escalada comercial ocorre em meio à corrida eleitoral americana e ao fortalecimento da aliança entre Trump e aliados do ex-presidente brasileiro.
A carta ainda critica supostas ações de censura contra plataformas americanas, atribuídas ao Judiciário brasileiro, acusação que foi classificada por parlamentares como uma tentativa de intromissão nas instituições nacionais.
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Impactos econômicos e diplomáticos ainda são incertos
Ainda não está claro o impacto direto da tarifa sobre as exportações brasileiras, já que os produtos afetados não foram detalhados.
No entanto, a medida amplia as tensões comerciais e diplomáticas entre os dois países e pode afetar setores como agronegócio, siderurgia e manufatura — áreas que dependem fortemente do mercado americano.
A equipe econômica do governo federal e o Ministério das Relações Exteriores ainda avaliam os próximos passos.
📊 Fontes do Itamaraty sinalizaram que o Brasil deve acionar instâncias da Organização Mundial do Comércio (OMC), caso não haja diálogo bilateral efetivo até o fim de julho.

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