Powell diz que não vai renunciar ao comando do Fed, mesmo se Trump pedir

O presidente do Fed disse ainda que eleição não deve afetar política monetária no curto prazo.

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Publicado em 07/11/2024 às 18:05h - Atualizado 15 dias atrás Publicado em 07/11/2024 às 18:05h Atualizado 15 dias atrás por Marina Barbosa
Powell tem mandato até 2026, mas foi criticado por Trump (Imagem: Shutterstock)
Powell tem mandato até 2026, mas foi criticado por Trump (Imagem: Shutterstock)

O presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, indicou nesta quinta-feira (7) que pretende continuar à frente do Banco Central dos Estados Unidos até 2026, quando termina o seu mandato.

Questionado por jornalistas, Powell disse que o presidente americano não pode demiti-lo ou rebaixá-lo para outra posição: "Não é permitido por lei".

O chairman do Fed ainda afirmou que não pretende renunciar ao cargo, mesmo se o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir a sua saída.

🏦 Powell foi indicado para a presidência do Fed em 2017 por Donald Trump. Depois, foi renomeado pelo presidente Joe Biden para um segundo mandato, que vai até maio de 2026.

Trump, no entanto, fez críticas a Powell durante o seu primeiro mandato. Além disso, ainda ventilou a possibilidade de demitir o chairman e alterar as regras de independência do Fed nessa campanha eleitoral.

Em entrevista em outubro, o então candidato à Casa Branca disse que os presidentes não deveriam ter permissão para definir o rumo dos juros, mas poderiam ter o "direito de fazer comentários sobre se as taxas de juros devem subir ou descer".

Leia também: Fed reduz ritmo e corta juros americanos em 0,25 p.p.

"Eleição não afeta política monetária no curto prazo"

💲 Com a eleição de Trump, o mercado avalia que os juros americanos devem seguir em um patamar elevado, já que muitas das políticas defendidas pelo republicano têm potencial de pressionar a inflação dos Estados Unidos.

Jerome Powell garantiu, por sua vez, que a eleição não vai afetar o rumo da política monetária no curto prazo.

Segundo ele, o Fed não pode adivinhar, especular ou assumir quais serão os efeitos econômicos das políticas do próximo governo, nem prever como e quando essas medidas serão implementadas.

Powell admitiu, por sua vez, que, quando esse cenário estiver mais claro, o Fed vai incluir esses possíveis efeitos nas suas projeções.

O Fed cortou os juros americanos em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira (7), por notar um progresso da inflação em direção à meta anual de 2%.

Porém, deixou a porta aberta para as próximas decisões de juros, observando que "a perspectiva econômica é incerta".

Para o mercado, o Fed deve voltar a reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na sua próxima reunião, em dezembro. Alguns analistas, no entanto, não descartam uma pausa nos cortes.