Poucos empresários, muitos políticos: COP 30 expõe novo cenário da agenda climática
Evento em Belém reúne líderes globais, mas executivos de grandes companhias optam por enviar representantes.
A cidade de Belém, capital do Pará, se tornou um dos principais centros políticos do mundo neste mês de novembro. Durante duas semanas, a chamada metrópole da Amazônia recebe milhares de visitantes que desembarcam no Brasil para discutir o futuro do clima na COP 30.
Chama a atenção, entretanto, que, pela primeira vez desde o começo das conferências da ONU (Organização das Nações Unidas), o evento reúne um número pequeno de grandes empresários. A conta fica ainda mais fechada se considerarmos os CEOs de empresas dos Estados Unidos, algumas delas apontadas como as mais valiosas do mundo.
Essas empresas não só são importantes para a discussão climática, como também são responsáveis por parte das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, alguns CEOs entendem que essa agenda já não é prioritária, como acreditavam há alguns anos -ou, pelo menos, não do mesmo jeito.
Leia mais: COP 30 desembarca na Amazônia e coloca o Brasil no centro do debate climático; entenda
Uma reportagem do jornal norte-americano The New York Times mostra que, para a maioria dos executivos, não existe a negação do clima. Eles indicam, porém, que há uma rejeição na maneira como essa questão é apresentada, especialmente neste momento em que a política dos EUA é comandada pelo presidente Donald Trump, que chegou a retirar o país do Acordo de Paris.
O chefe da Casa Branca, inclusive, não deve comparecer ao evento de Belém nem enviar representantes de alto escalão. Em seu lugar, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que tem planos de se candidatar à Presidência, tem feito um verdadeiro giro em Belém na tentativa de se posicionar como uma voz contrária a Trump.
Nas COPs anteriores, muitos dos principais executivos norte-americanos ao menos deram as caras, como foi o caso de Tim Cook, da Apple, e de Brian Moynihan, do Bank of America, que compareceram a conferências realizadas em outros países.
Apesar de os grandes chefões não terem comprado suas passagens para o Brasil, eles mandaram representantes para acompanhar as discussões. Assim, os diretores de sustentabilidade de empresas como Google, Microsoft, Amazon e Mastercard estão em Belém em agendas multilaterais com países e outras companhias.
“Talvez não valha a pena um CEO vir à COP para falar sobre o que já está fazendo”, disse Dan Carol, diretor sênior de finanças climáticas do Milken Institute, ao jornal norte-americano.
A COP 30 segue até o dia 21 de novembro, quando haverá a passagem de bastão para o próximo evento, marcado para o ano que vem. Ainda não há definição de onde será a COP 31, mas é possível que seja realizada na Austrália ou na Turquia.
Há empresas que brilham
Embora haja empresas que prefiram se manter distantes das discussões, há outras que dão as caras nesse tema. É o caso da Electrolux, que alinha os bônus de seus principais executivos ao cumprimento de metas de sustentabilidade.
Nesta semana, a fabricante de eletrodomésticos ganhou uma premiação na COP 30 pelo projeto Greenhouse Sthlm Development, desenvolvido na Suécia, próximo ao seu escritório corporativo. Trata-se de um complexo de 85 mil metros quadrados, que une moradia, espaços para trabalho e convivência — tudo com eficiência energética.
O projeto foi construído com madeira certificada, reuso de tijolos e concreto de baixo carbono. Além disso, as unidades foram equipadas com eletrodomésticos que usam inteligência artificial para reduzir o consumo de energia.
“Ser reconhecido em um evento global como a COP 30 mostra que estamos no caminho certo: o de agir agora. O Greenhouse Sthlm é um exemplo de como podemos aplicar nossa visão de sustentabilidade a todas as dimensões da vida, inclusive onde e como moramos”, afirma João Zeni, diretor de Sustentabilidade do Electrolux Group América Latina. “Estamos mostrando que é possível unir escala, rentabilidade e responsabilidade climática, inspirando outras empresas a fazer o mesmo”, completa.
Selic a 15% ao ano: Quanto rende o seu dinheiro em CDB, LCA, LCI, Tesouro Selic?
Embora ainda haja dúvidas se os juros podem permanecer em 14,75% ao ano, o Investidor10 apresenta as projeções para a renda fixa
Barsi da Faria Lima faz o alerta: Selic em 2025 subirá a 'patamares esquecidos'
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos para este ano
Renda fixa isenta de IR está entre as captações favoritas das empresas em 2024
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima
Mais dividendos, mas com déficit primário maior em 2025, diz governo
Ministério do Planejamento espera que dividendos de estatais e demais participações rendam R$ 48,8 bilhões.
Dividendos das estatais secaram? Governo recebe menor valor desde 2022
União Federal colhe o menor repasse de proventos em suas participações em empresas; entenda o caso.
Selic a 15%: Taxa não muda, mas ganhos maiores em CDB, LCA, LCI e Tesouro Selic; veja como
Planejador financeiro do C6 Bank não vê espaço para corte dos juros em 2025, e boas chances de manutenção em 2026.
3 REITs de data center que podem subir com o plano de Trump, segundo Wall Street
Presidente eleito dos Estados Unidos anuncia US$ 20 bilhões em investimentos para construir novos data centers no país
Quais tipos de renda fixa ganham e perdem com a eleição de Trump?
Renda fixa em dólar pode ganhar mais fôlego com juros futuros em alta. Aqui no Brasil, a preferência é por títulos pós-fixados