Portabilidade, Fiagro, influencers: Veja a agenda da CVM para 2024
Reguladora também avalia criar um cadastro centralizado para o investidor e liberar mais opções de investimento
Reguladora do mercado de capitais brasileiro, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tem uma extensa lista de trabalho para 2024 e algumas das prioridades do órgão podem afetar a sua relação com os investimentos.
📈 É que a CVM pretende atualizar as regras de portabilidade de valores, assembleias de acionistas e Fiagros em 2024. Além disso, estuda a ampliação dos produtos disponíveis para o investidor comum, a criação de um cadastro centralizado para o investidor e a regulação dos influenciadores de finanças.
A agenda regulatória da CVM para 2024 prevê a edição de ao menos sete novas normas, além de nove consultas públicas e três estudos de AIR (Análise de Impacto Regulatório). A CVM ainda monitora o andamento de quatro projetos de lei que podem afetar o mercado de investimentos.
Novas normas
💲 No que diz respeito à edição de normas, uma das prioridades da CVM é a regulação da portabilidade de valores. Isto é, da possibilidade de o investidor transferir seus ativos de uma instituição para outra. A CVM entende que a portabilidade facilitará a vida do investidor e também trará mais concorrência para o mercado. Por isso, promete regular o assunto em 2024.
A CVM ainda prepara regras para ampliar o voto a distância nas assembleias de acionistas, regular os fundos de investimentos voltados a projetos de reciclagem e incluir o detalhamento PCD (pessoa com deficiência) no Formulário de Referência das companhias.
A autarquia ainda pretende ampliar as opções de investimento dos Fiagros, simplificar as OPAs(ofertas públicas de aquisição de ações) tratar do limite à participação no capital social de entidade administradora de mercado organizado.
Possíveis inovações
🤳 Além disso, a CVM deve regular a atuação dos influenciadores digitais que falam de finanças e investimentos. A autarquia lançou uma audiência pública sobre o assunto e recebe sugestões até 1º de março de 2024. Depois disso, vai debater uma proposta de alteração normativa com o mercado.
Quando lançou a consulta pública, o superintendente de Desenvolvimento de Mercado da CVM, Antonio Berwanger, disse que o objetivo da CVM era "proteger o investidor e fomentar a atuação dos influenciadores digitais com regras claras de transparência e que não induzam o investidor em erro".
As possíveis regras devem tratar, então, da transparência da relação entre influenciadores e membros do mercado de capitais.
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Além disso, a CVM avalia ampliar os produtos de investimento disponíveis para investidores de varejo e revisar o conceito de investidor qualificado, que hoje é entendido como o investidor que aplica mais de R$ 1 milhão e, por isso, pode ter acesso a uma gama maior de produtos.
📋 Outra meta da reguladora é a criação de um cadastro centralizado do investidor, que seja preenchido uma vez e sirva para todas as plataformas de investimento. O objetivo é que a medida facilite a vida do investidor, mas também reduza inconsistências entre o perfil de risco entre diferentes instituições.
Mais estudos
A CVM também pretende ouvir o mercado sobre outras atividades passíveis de melhoria regulatória no mercado de capitais. Por isso, deve lançar sete consultas públicas em 2024. Veja os temas:
- Flexibilização de requisitos para mercados organizados de menor porte;
- Companhias de menor porte, por meio de criação de ambiente regulatório experimental;
- Fomento ao crédito privado, por meio da regulamentação do marco legal das garantias;
- Revisão do regime informacional dos FIF (Fundos de Investimentos Financeiros);
- Modernização da norma de FIP (Fundos de Investimento em Participações);
- Crowdfunding;
- Rito dos Processos Administrativos Sancionadores.
Outros temas serão estudados pela própria CVM:
- Internalização de ordens;
- Regras de aferição do perfil do investidor (suitability);
- Informe de governança corporativa.
Além disso, a CVM está atenta ao andamento de projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e podem impactar o mercado de capitais:
- Lei das Infraestruturas de Mercado Financeiro (PL 2926/23), que dispõe sobre as instituições operadoras de infraestruturas do mercado financeiro no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro;
- Mercado de Carbono (PL 412/22);
- Private Enforcement (PL 2925/23);
- Stock option (PL 2724/22).
Superintendente de Desenvolvimento de Mercado da CVM, Antonio Berwanger disse que agenda regulatória 2024 é "bastante desafiadora". Contudo, lembrou que a CVM atingiu nos últimos anos a meta de endereçar 80% dos temas colocados para discussão.
🗣️ "O objetivo da Agenda Regulatória da CVM 2024 é promover normas públicas com amplo diálogo e interação com agentes privados, buscando alcançar iniciativas que ofereçam melhor desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro, sendo um ambiente mais democrático, inclusivo, plural e sustentável", acrescentou o presidente da CVM, João Pedro Nascimento.

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