Plano Safra encarece até 2 pontos sob Lula, mas bate recorde de R$ 516,2 bilhões
Governo abre a porteira para maior distribuição de crédito para a agricultura empresarial, apesar de Selic nas alturas.
Nem parece que a taxa Selic está em 15% ao ano, o seu maior patamar desde 2006, já que o governo Lula conseguiu emplacar o maior Plano Safra da história, destravando R$ 516,2 bilhões em crédito para a agricultura empresarial, conforme anúncio feito em Brasília nesta terça-feira (1º).
Isso porque o Plano Safra 2025/26 teve um custo extra aos cofres públicos no Tesouro Nacional para que os juros pagos pelos produtores rurais ficassem inferiores à taxa básica de juros vigente.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávora, o aumento das taxas de juros cobradas no Plano Safra 2025/26 ficou entre 1,5 e 2 pontos percentuais acima das práticas em relação à safra anterior, mas que o governo atual absorveu o aumento da Selic com equalização dos juros.
"Antes, a Selic estava em 10,50% ao ano, no momento ela está em 15%, portanto 4,5 pontos percentuais a mais do que no momento do lançamento do Plano Safra passado. E ainda assim, com todas essas dificuldades, o aumento das taxas de juros foi da ordem de 1,5% a 2%", explicou o ministro.
Do total anunciado, R$ 415 bilhões serão destinados a operações de custeio e comercialização, R$ 13 bilhões a mais que na safra passada. Outros R$ 102 bilhões vão para investimentos em infraestrutura produtiva, o que representa um crescimento de 51% em relação ao volume executado no último ciclo.
Cerca de R$ 114 bilhões serão contratados com juros controlados e equalizados, com aumento de 23% em relação ao ano anterior. O conjunto de medidas também estimula a geração de emprego e renda, a elevação da produtividade no campo e o incremento das exportações do agronegócio brasileiro.
“Mesmo com todas as dificuldades, entregamos o maior Plano Safra da história. Fizemos um esforço enorme para preservar o acesso ao crédito, estimular a produção e aquecer a economia. Esse volume de recursos vai impulsionar uma supersafra e garantir o abastecimento de alimentos no mercado interno”, afirmou Fávaro.
Vale destacar também que os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) acumulam baixa de quase −30% de sua máxima de preço em meados de março, por volta de R$ 30 por ação, quando o mercado passou a reagir negativamente aos resultados da instituição financeira apurados no primeiro trimestre do ano (1T25), revelando fraquezas em suas operações ligadas ao agronegócio.
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Sustentabilidade no agronegócio
Os financiamentos para sistemas de produção de baixa emissão de carbono seguem como prioridade no Plano Safra, por meio do Programa RenovAgro, que passa a permitir também o financiamento de ações para prevenção e combate a incêndios, reflorestamento e recuperação de áreas protegidas.
Produtores que adotarem práticas sustentáveis continuarão a contar com redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros. A linha para construção de armazéns com capacidade de até 12 mil toneladas, por exemplo, tem taxa de 8,5% ao ano e contará com R$ 8,2 bilhões em recursos.
Os programas Moderagro e Inovagro foram unificados, permitindo maior flexibilidade no uso do crédito para modernização tecnológica no campo. O plano também fortalece a irrigação, o armazenamento e o apoio ao médio produtor rural.
Com a estimativa de safra recorde superior a 1,2 bilhão de toneladas, o Plano Safra 2025/26 deverá contribuir para a estabilidade dos preços dos alimentos, nos cálculos do Ministério da Agricultura.
Com o aumento da oferta de grãos, fibras, carnes e pescados e a ampliação dos excedentes exportáveis, a expectativa é de que mais de 500 mil contratos de crédito rural sejam formalizados ao longo do ciclo.
BBAS3
Banco do BrasilR$ 22,50
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