PF indicia Bolsonaro, Heleno, Braga Netto e outras 34 pessoas por tentativa de golpe
O relatório, com mais de 800 páginas, detalha ações que teriam como objetivo manter Bolsonaro no poder.
🚨 A Polícia Federal concluiu um inquérito histórico que poderá ter implicações profundas na política brasileira.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 nomes ligados ao seu governo foram indiciados sob suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
O relatório, com mais de 800 páginas, detalha ações que teriam como objetivo manter Bolsonaro no poder, mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
Principais nomes indiciados
Entre os citados, estão figuras de destaque no governo Bolsonaro, como os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na última eleição.
Além disso, Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin, também figuram na lista.
Os indiciamentos foram baseados em acusações de:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos de prisão);
- Golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos de prisão);
- Organização criminosa (pena de 3 a 8 anos de prisão).
Estruturação do suposto golpe
Segundo o relatório, as investigações revelaram a existência de uma organização criminosa estruturada em núcleos com funções específicas:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral: voltado à disseminação de informações falsas sobre a segurança e integridade das eleições.
- Núcleo de Incitação Militar: responsável por tentar angariar apoio de militares para ações golpistas.
- Núcleo Jurídico: que teria oferecido suporte legal para dar legitimidade ao movimento.
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas: encarregado da logística e execução de ações.
- Núcleo de Inteligência Paralela: dedicado à coleta de informações e monitoramento.
- Núcleo de Execução de Medidas Coercitivas: atuando em ações práticas de pressão e intimidação.
Esses grupos teriam agido em coordenação para minar a confiança no sistema eleitoral e orquestrar uma ruptura democrática.
➡️ Leia mais: Carrefour (CRFB3) diz que não venderá mais carne do Mercosul e irrita ministro
O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que deve encaminhá-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Agora, caberá ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se apresenta denúncia contra os investigados, solicita o arquivamento do caso ou pede novas investigações.
A conclusão da PF baseou-se em diversas provas, incluindo quebra de sigilos bancários, telefônicos e telemáticos, além de colaborações premiadas e busca e apreensão.
A análise de quase dois anos consolidou a denúncia em bases robustas, segundo fontes da PF.
Impacto político e jurídico
O indiciamento de figuras tão expressivas levanta questões sobre o impacto desse episódio no cenário político brasileiro.
Se a PGR optar pela denúncia, o caso pode se desdobrar em processos judiciais que poderão culminar em prisões e inelegibilidade de alguns dos indiciados.
Por outro lado, a defesa dos envolvidos argumenta que as acusações são infundadas e politicamente motivadas.
A investigação ainda poderá abrir precedentes no tratamento de crimes contra a democracia, estabelecendo novos parâmetros legais e institucionais no país.
Reações e repercussões
Até o momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros citados no relatório não emitiram respostas formais às acusações.
Contudo, o episódio já alimenta debates acalorados entre apoiadores e críticos do governo anterior, com impactos potenciais nas próximas eleições.
📊 Leia a íntegra da nota da PF sobre o indiciamento:
“A Polícia Federal encerrou nesta quinta-feira (21/11) investigação que apurou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.
O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
- a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- c) Núcleo Jurídico;
- d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- e) Núcleo de Inteligência Paralela;
- f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.“
Veja a lista completa com os 37 indiciados pela PF:
- AILTON GONÇALVES MORAES BARROS
- ALEXANDRE CASTILHO BITENCOURT DA SILVA
- ALEXANDRE RODRIGUES RAMAGEM
- ALMIR GARNIER SANTOS
- AMAURI FERES SAAD
- ANDERSON GUSTAVO TORRES
- ANDERSON LIMA DE MOURA
- ANGELO MARTINS DENICOLI
- AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
- BERNARDO ROMAO CORREA NETTO
- CARLOS CESAR MORETZSOHN ROCHA
- CARLOS GIOVANI DELEVATI PASINI
- CLEVERSON NEY MAGALHÃES
- ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA
- FABRÍCIO MOREIRA DE BASTOS
- FILIPE GARCIA MARTINS
- FERNANDO CERIMEDO
- GIANCARLO GOMES RODRIGUES
- GUILHERME MARQUES DE ALMEIDA
- HÉLIO FERREIRA LIMA
- JAIR MESSIAS BOLSONARO
- JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA
- LAERCIO VERGILIO
- MARCELO BORMEVET
- MARCELO COSTA CÂMARA
- MARIO FERNANDES
- MAURO CESAR BARBOSA CID
- NILTON DINIZ RODRIGUES
- PAULO RENATO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO FILHO
- PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
- RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA
- RONALD FERREIRA DE ARAUJO JUNIOR
- SERGIO RICARDO CAVALIERE DE MEDEIROS
- TÉRCIO ARNAUD TOMAZ
- VALDEMAR COSTA NETO
- WALTER SOUZA BRAGA NETTO
- WLADIMIR MATOS SOARES
Renda fixa isenta de IR está entre as captações favoritas das empresas em 2024
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima
Quais tipos de renda fixa ganham e perdem com a eleição de Trump?
Renda fixa em dólar pode ganhar mais fôlego com juros futuros em alta. Aqui no Brasil, a preferência é por títulos pós-fixados
Tesouro Direto sobe mais de 1% em apenas 1 dia com agito das eleições nos EUA
Juros compostos caem e preços dos títulos saltam na marcação a mercado aqui no Brasil, com ligeira vantagem de Kamala Harris contra Donald Trump
Poupança renderá mais com Selic a 10,75%? Cuidado com o mico
Rentabilidade da caderneta de poupança pode ficar travada pelos próximos cinco anos
Selic a 11,25%: Quanto rendem R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil no Tesouro Selic
Banco Central decide novo rumo da taxa Selic no dia 6 de novembro; renda fixa com liquidez diária pagará mais juros compostos
Tesouro Direto: Melhor travar taxa de 12,50% a.a. ou ter CDB a 110% do CDI?
Tesouro Prefixado 2031 oferece remuneração historicamente alta na renda fixa do governo
Renda fixa premia até 2027 quem investe em Tesouro Selic e CDB fixo no CDI
Taxas dos DIs disparam após subida da Selic, mostrando que renda fixa pós-fixada não perde a coroa até 2027
Tesouro Direto dá lucro com marcação a mercado em dia de eleição nos EUA
Medidas de cortes de gastos pelo governo Lula também provocam queda dos juros compostos na renda fixa brasileira