Pela primeira, presidente da Ucrânia sugere ceder território à Rússia

Solução seria temporária para adesão do país à Otan

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Publicado em 06/12/2024 às 11:59h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 06/12/2024 às 11:59h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
(Imagem: Shutterstuck)
(Imagem: Shutterstuck)

Desde quando a guerra entre Rússia e Ucrânia teve início, em 2024, o país europeu foi a mais prejudicado. Entre idas e vindas de eventuais acordos de paz, nada deu uma solução à invasão russa ao território ucraniano.

💭 Nesta semana, o presidente Volodymir Zelenskyy sugeriu pela primeira vez ceder o território invadido em troca da adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em entrevista à rede de TV estadunidense Sky News, ele pontuou que essa seria uma opção momentânea para acabar com o classificou como “fase quente” da guerra.

“Ninguém nos ofereceu fazer parte da Otan apenas para uma parte ou outra da Ucrânia. Se quisermos parar a “fase quente” da guerra, devemos colocar sob o guarda-chuva da Otan o território da Ucrânia que está sob nosso controle”, pontuou ele à reportagem.

O presidente se refere à parte oriental da Ucrânia, ocupada pela Rússia desde o início da guerra. “Isso é o que precisamos fazer rapidamente, e então, a Ucrânia poderá recuperar a outra parte de seu território diplomaticamente”, completou.

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Zelensky, no entanto, frisou que o convite à adesão à Otan deve ser feito considerando todo o território reconhecido internacionalmente. “Não se pode fazer um convite apenas para uma parte de um país”, afirmou o líder ucraniano.

Em entrevistas anteriores, o presidente até comentou outras possibilidades para o fim da guerra, mas nunca chegou a falar sobre a cessão do território. No último mês de julho, em conversa com o jornal francês Le Monde, ele comentou sobre a possibilidade de um referendo para que a população da área ocupada decidisse seguir na Ucrânia ou ser parte da Rússia.

3 anos de guerra

⚔ O conflito entre os dois países que já formaram parte da extinta União Soviética se arrasta há quase 3 anos, com mortes volumosas nos dois lados da fronteira. Apesar disso, Volodymir tem neste segundo mandato de Donald Trump uma esperança de por um fim na situação.

"Tivemos uma conversa. Foi muito quente, bom, construtivo... Foi uma reunião muito boa e foi um primeiro passo importante - agora temos que preparar algumas reuniões”, disse ele sobre Trump. "Quero trabalhar com ele diretamente porque há vozes diferentes das pessoas ao seu redor. E é por isso que não precisamos [permitir] que ninguém por perto destrua nossa comunicação", continuou.

Enquanto a guerra não termina, o governo ucraniano pede auxílio do ocidente com o envio de ajuda militar. Nesta semana, a Alemanha liberou 650 milhões de euros ao país vizinho, durante uma visita surpresa do primeiro-ministro Olaf Scholz à Kiev.

Joe Biden também atendeu aos pedidos enviando US$ 725 milhões adicionais em armas e equipamentos militares, se antecipando ao seu fim de mandato. A previsão é que nas próximas semanas, o país norte-americana envie um total de R$ 6 bilhões em ajuda.