Pedido de impeachment de Lula é protocolado após escândalo no INSS

A atuação de Frei Chico, irmão de Lula, no alto comando da entidade agrava a investigação do caso, segundo o pedido.

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Publicado em 09/05/2025 às 14:41h - Atualizado Agora Publicado em 09/05/2025 às 14:41h Atualizado Agora por Matheus Silva
Segundo o parlamentar, o escândalo compromete a integridade da gestão pública (Imagem: Shutterstock)
Segundo o parlamentar, o escândalo compromete a integridade da gestão pública (Imagem: Shutterstock)

🚨 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de um pedido de impeachment protocolado na última quarta-feira (7) pelo deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES).

O motivo seria a suposta omissão do presidente diante de irregularidades no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico — irmão de Lula.

A denúncia se apoia em investigações da Polícia Federal (PF) e auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontam indícios de descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas filiados ao sindicato.

Segundo o parlamentar, o escândalo compromete a integridade da gestão pública e exige responsabilização direta do chefe do Executivo.

Escalada nas receitas e suspeita de associação compulsória

De acordo com os documentos citados no pedido, o faturamento do Sindnapi cresceu de forma incomum, saltando de R$ 100 milhões entre 2021 e 2023, enquanto o número de associados subiu de 170 mil para 420 mil.

A CGU aponta práticas como associação compulsória e venda casada de serviços financeiros, o que teria gerado cobranças sem consentimento dos beneficiários.

A atuação de Frei Chico no alto comando da entidade agrava, segundo o pedido, a gravidade do caso.

“O vínculo familiar direto com o presidente da República gera um conflito de interesses e compromete os princípios da moralidade administrativa”, afirma o texto protocolado pelo deputado.

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O que pede o requerimento

Além da abertura formal do processo de impeachment, o documento solicita o afastamento preventivo de Lula, envio do caso ao Senado Federal para julgamento e a suspensão dos direitos políticos do presidente por até oito anos, em caso de condenação.

A iniciativa agora aguarda análise da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que pode aceitar, arquivar ou solicitar novos esclarecimentos antes de deliberar sobre o pedido.

Até o momento, o Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente sobre a acusação. O mesmo vale para o Sindnapi e para o próprio Frei Chico.

O que pode acontecer

Embora pedidos de impeachment sejam comuns no Congresso, sua tramitação depende exclusivamente do presidente da Câmara, hoje o deputado Arthur Lira (PP-AL).

A decisão de abrir ou não o processo costuma levar em conta fatores políticos, jurídicos e de governabilidade.

O episódio adiciona pressão sobre o governo em meio a um cenário já complexo, com desafios fiscais, embates no Congresso e impacto sobre a imagem da administração federal junto ao eleitorado mais sensível às pautas previdenciárias.