Para fugir da alta dos preços, consumidores dos EUA começam a estocar produtos

Preço de eletrônicos também deve subir no país

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Publicado em 08/04/2025 às 11:19h - Atualizado 4 dias atrás Publicado em 08/04/2025 às 11:19h Atualizado 4 dias atrás por Wesley Santana
Prateleiras de supermercado durante a pandemia nos EUA (Imagem: Shutterstock)
Prateleiras de supermercado durante a pandemia nos EUA (Imagem: Shutterstock)

Um comportamento que ficou bastante conhecido durante a pandemia de coronavírus parece estar voltando agora nos Estados Unidos. Com a série de tarifas impostas pelo governo federal, os consumidores voltaram a estocar diferentes produtos.

💸 A decisão vem da crença de que com a imposição de impostos para produtos importados, os preços do varejo devem subir nos próximos meses. “Estou comprando o dobro de qualquer coisa: feijão, produtos enlatados, farinha”, disse Thomas Jenning à Agência Reuters. “Há uma recessão a caminho e estou me preparando para o pior”, comentou.

A decisão destes clientes tem fundamento, já que o novo imposto pode custar até US$ 3,1 trilhões nos próximos 10 anos aos estadunidenses, conforme cálculo da Tax Fundation. O levantamento da entidade mostra que, já em 2925, cada família americana deve ter um incremento de US$ 2,1 mil em taxas adicionais.

Esse padrão de correr antes do aumento -ou da escassez- é visto também no setor de eletrônicos, com uma busca crescente por smartphones. Nas lojas da Apple, os funcionários começam a ser perguntados se os preços dos aparelhos vão subir nas próximas semanas.

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Segundo a imprensa local, algumas lojas da companhia, neste último fim de semana, tiveram números de vendas maiores que em períodos passados. O movimento dos espaços não é igual ao que é visto quando ocorre um lançamento, mas está acima do padrão para esta época do ano.

Teoricamente, a conta da nova taxação vai ser paga pela empresa exportadora no primeiro momento. No entanto, esse custo adicional será repassado aos consumidores embutido nos preços, que devem aumentar já nas próximas semanas.

Um cálculo da Rosenblatt Securities mostrou que o preço de um iPhone pode aumentar até 43% quando o tarifaço estiver em vigor. Um modelo iPhone 16, por exemplo, que hoje custa US$ 799 pode subir para US$ 1.142.

Isso acontece porque, embora a Apple seja uma empresa norte-americana, seus produtos são produzidos no exterior. Isto é, quando as mercadorias chegarem aos EUA devem sofrer a taxação adicional.

O principal impactado pelas tarifas é justamente a China, que pode contrair uma taxa entre 34% e 54%, conforme destacou Donald Trump em seu anúncio mais recente. O país é responsável por 90% do estoque da Apple no mundo.